Tanto Zulmira Ferreira como Judite Sousa perderam os filhos e, por isso, a dor que as une é semelhante. A comentadora do Passadeira Vermelha, da SIC, confidenciou que tinha falado, com a jornalista, explicando que a “conversa” teve muito poucas palavras. “Eu falei com ela, ela falou comigo. Aliás, não falamos, nós chorámos as duas. Nem sequer conseguimos falar, choramos”, revelou.
No programa, foi analisada a entrevista de Judite Sousa a Daniel Oliveira, no Alta Definição, e Zulmira, que perdeu recentemente, tal como Judite, o seu filho único, o DJ Eddie Ferrer, disse sobre a amiga: “Eu sinto que ela não está bem. Tal como ela disse, nós ficamos amputados. Revolta, essencialmente, muita revolta. Eu penso que ela, em determinadas coisas, tem muita razão. Houve um aproveitamento muito muito muito grande da morte do André”.
Zulmira disse também que Judite “reconheceu que a maior parte das pessoas se terão afastado por culpa dela” e fez um paralelismo com o que está a viver, ressalvando a importância de ter os amigos por perto.
“Eu percebo-a, eu, por acaso, tenho tido a particularidade de ter muitos bons amigos, que não se cansam de estar ao pé de mim, comigo a chorar horas a fio e comigo a falar sempre no mesmo assunto e estou muito mais azeda do que aquilo que eu era. Irrita-me ver pessoas felizes, irrita-me ver pessoas contentes, irrita-me ver pessoas a rir”, explicou.
Zulmira garante que não tem medo de morrer
A socialite confidenciou ainda que não consegue dormir devido ao sucedido. “Todas as minhas noites são assim, eu só durmo, pouco mas bem, quando tomo os maravilhosos comprimidos que a Liliana me deu”, disse, apontando para a apresentadora Liliana Campos.
Quando Joana Latino falava de terapia que ajudasse Judite a superar o trauma e deu o exemplo do processo de cura pelo qual passou após o seu pai ter sido assassinado, Zulmira explicou: “Eu perdi o meu pai, eu perdi a minha mãe, eu amava-os, eu sou filha única, agora vêm-me dizer assim, é a mesma dor? Nós perdemos a vontade de viver… Não tinha coragem para me suicidar, agora morrer, não tenho medo… é uma esperança de voltar a estar com ele”.
“Há medida que o tempo vai passando vai sendo pior. Vai-se dando conta da realidade. Eu própria não aceito. Eu não acredito. Por mais terapias que se façam, a cura não existe”, continuou, ressalvando: “A Judite fez um retiro espiritual onde esteve só com pais que perderam filhos, onde ela disse que todos choravam. Estavam todos unidos pela mesma dor. Até já isso fez para apaziguar a dor dela e para melhorar e o facto é que não melhora. Eu não vejo a Judite melhor. O André morreu há oito anos e eu penso que ela está pior”.
Texto Tiago Miguel Simões; Fotos: Impala
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