Yannick Djaló tem tido provas difíceis de superar… A maior delas aconteceu no ano passado, em 2018, quando teve de enfrentar a morte da irmã, Açucena Patrícia. De recordar que a jovem perdeu a vida, de forma inesperada, aos 17 anos, numa noite em que tinha saído para participar nas festas da Moita. «Estava no sítio errado, à hora errada», começa por frisar Djaló. À data dos acontecimentos, a VIP acompanhou tudo. Relembre aqui o que aconteceu.
«Foi uma ano bastante difícil e complicado. A começar pela perda da Açucena, que era muito jovem, tinha muita vida pela frente… Era uma menina super alegre, muito querida pelos seus amigos todos, foi realmente uma grande pena e uma perda para nós», relembra.
«Eu fui sempre a figura masculina da família»
A verdade é que, apesar da distância física, o futebolista era muito próximo da família, como explica. «O pai da Açucena faleceu quando ela era ainda bastante bebé, então já era orfã de pai…» Assim, foi ele quem assumiu a figura de referência e, para os irmãos, era, incontestavelmente, uma espécie de pai.
«Eu fui sempre a figura masculina da família, desde os meus 18 anos, por isso era normal que houvesse essa ligação de pai para os meus dois irmãos… Fui obrigado a crescer bastante depressa. A minha mãe, na altura, emigrou para a Irlanda e eu estava na nas camadas jovens do Sporting. Mas, assim que assinei o [contrato] profissional, comprei uma casa para a minha mãe e disse para ela voltar imediatamente para Portugal», partilha. «Quis proporcionar isso e fiquei como o chefe da família praticamente para todos.»
Por isso, o choque foi, ainda, maior. Seis meses depois, ainda custa lembrar o que aconteceu. «Sinceramente, é bom recordá-la… Ela era viva, animada, dançava muito, gostava de fazer atletismo, era uma menina bastante alegre.» A tragédia aconteceu, mas, ainda assim, Yannick esforça-se por superar a tristeza. «Eu, normalmente, deixo as coisas más no passado, no seu lugar.»
Dentro das quatros linhas do campo é que é mais difícil superar o desgosto. As competências, enquanto jogador, são obrigadas a sobressair e Djaló conta como foi difícil conjugar a vida profissional com a pessoal. «Passados seis/sete dias, estava a jogar e as pessoas não estavam preocupadas com aquilo que aconteceu. As pessoas exigem esse rendimento. Na nossa profissão, nós temos de dar resposta semana após semana, temos de provar que merecemos estar ali e que nós somos bons», justifica, por fim.
Texto: Tânia Cabral; Fotos: Reprodução Instagram
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