O “verdadeiro artista” deixou-nos entrar nos ensaios do seu espectáculo de Carnaval, no Casino de Lisboa. A celebrar 40 anos de carreira e de volta à estrada, Herman José revelou o que mais gosta nesta sua nova forma de vida. “A grande piada disto é que não existem dois dias normais." O truque é saber adaptar-se a "todos os meios”. E recorda um desses momentos: “No outro dia uma empresa de informática contratou-me para uma animação a bordo e eu imaginei uma coisa tipo The Love Boat… Afinal, era um barco da travessia do Tejo com 50 informáticos espalhados e um microfone. Andei pelo meio das pessoas, quase a falar três a três, e fiz uma coisa completamente íntima.”
Apesar de tentar saber sempre o máximo sobre as condições que tem para actuar, às vezes tem destas surpresas: “Convidaram-me para actuar para médicos no restaurante Luís Suspiro, na Ordem dos Médicos. Perguntei de onde vinham, para saber se eram do Porto, da Madeira, do Algarve… Resposta: 'parte vem da Alemanha, Bélgica, muitos espanhóis, alguns finlandeses… Portugueses quatro'! Fui a correr para casa preparar-me para fazer um espectáculo em quatro línguas, mas correu lindamente. Essa é a única mais-valia de ter tantos anos de rodagem… Um dia destes já tenho quase 40 anos de carreira", recorda o humorista. "Quando comecei a fazer espectáculos ia armado em artista, com as minhas condições, 'só faço se…' Hoje em dia faço precisamente o contrário!” Ou seja, hoje em dia tem apenas duas exigências: viajar em classe executiva e ficar em hotéis de cinco estrelas. “Tudo o resto é discutível, só não tenho saúde para viajar sete horas em turística e não tenho cabedal para maus hotéis. Fico tão deprimido que prefiro não ir, ou então pago do meu bolso, como já aconteceu”, diz.
De volta à estrada e com o talk-show Herman 2010, na RTP, diz ter a fórmula perfeita. “Nenhuma carreira se compadece com um criador se afastar do trabalho ao vivo. É ele que nos forma. Não é estar fechado num estúdio de televisão, a ler o teleponto que me mantém vivo, que me obriga a melhorar, a lubrificar-me intelectualmente. Os moldes que tenho hoje, é que são os correctos, porque a televisão voltou a ser complemento da minha vida”, garante.
Sobre esta nova realidade diz ter uma “sensação extraordinária de deja vú, porque quando tinha 16 aninhos comecei com o Pedro Osório a tocar viola baixo em conjuntos. Às vezes sinto-me regressado 40 anos”, diz, com entusiasmo.
Acerca da efeméride é que não se mostra tão efusivo. “Já dá para fazer um balanço… Adorava olhar para trás e ver um grande passado, sentir-me inchadíssimo… mas não sinto nada disso. O que sinto é que está muito ainda por resolver e construir… Gostava de me sentir orgulhoso, realizado, importante. O presente é sempre tão obsessivamente importante, e tenho sempre tantos sonhos por realizar, que me sinto eternamente a remar contra a maré. Acho que vou morrer com essa inquietação.” Apesar disso, o público não concorda com o artista e continua a provar-lhe que se pode sentir orgulhoso pelo seu percurso, enchendo os seus espectáculos. Foi o caso desta noite de Carnaval, onde foi distinguido com a simpatia de ficar instalado no camarim que pertenceu a António Feio. “Ainda se sente o espírito”, concluiu Herman José.
Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Filipe Brito e José João Sá
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