Nasceu como hospedaria em 2004 mas é desde o verão passado – e até agora – , o único hotel rural de cinco estrelas no Algarve. Tem apenas 15 quartos, está instalado numa quinta do século XIX e a cerca de um quilómetro da praia da luz. O Vila Valverde Design & Country Hotel tem vista para o campo mas também para o mar, e um conforto que permite que, tanto de inverno como de verão, os hóspedes de sintam em casa.
Cerca de 70% dos clientes são alemães mas também há americanos e franceses. Na sua maioria são repetentes e Luís Tavares, o proprietário, conta-nos que apesar de não fazer surf, tem no hotel cinco pranchas. São pertences de clientes que voltam, não propriedade do hotel. Além das pranchas, há malas apetrechadas com itens de verão.
«Dizem-me que no país deles não precisam de fato de banho, dos chinelos, das t-shirts… ‘Isto é tudo de verão e é para o Algarve’ . Nós guardamos e eles aparecem com uma bagagem muito reduzida… São clientes que vêm para cá, gostam de fazer surf, não dá jeito trazer as coisas do país deles, por isso ficam cá. Esses são os clientes que voltam», conta-nos Luís, que concretizou um sonho antigo ao abrir este espaço.
Ligado ao turismo desde 1985, Luís começou carreira como guia no Algarve. Pouco depois fundou uma agência de viagens, da qual saiu em 2012. Foram largos anos a visitar outras unidades e a colocar-lhes defeitos. Aos proprietários, apontava os pormenores menos positivos e sugeria novas soluções para os espaços e funcionamento dos mesmos. Luís não se lembra de quantas vezes lhe responderam «um dia abres o teu hotel e fazes melhor».
«Diziam-me sempre que, quando eu fosse dono da minha unidade hoteleira, ia ver que não era tudo assim tão fácil. Eles tinham razão»
Mas as dificuldades que possa ter encontrado pelo caminho não o demoveram de atingir a distinção de 5 estrelas. Motivado pelo amigo Mário Martins, arquiteto do espaço, a atribuição chegou o ano passado, em novembro.
Convencido de que não seria a diferenciação a trazer-lhe mais cientes, Luís foi adiando o salto.
«O meu arquiteto, que tinha toda a razão, disse-me sempre para crescermos para um hotel de 5 estrelas. ‘Tanto me faz, se é de cinco estrelas ou não, os clientes vêm na mesma porque não são portugueses’, dizia eu. 90 % são estrangeiros, o ano todo. O mínimo aqui são sete dias, e eles ficam 14 ou 21».
A unidade está inserida em 5 hectares de espaço verde e o proprietário acredita que é o que faz a diferença. O espaço é vasto, e com apenas 15 quartos, cada cliente pode encontrar o seu canto para ler um livro. O atendimento é personalizado e individualista.
Os quartos são amplos e espaçosos. Têm entre 35 a 58 metros quadrados e um são todos diferentes. Este é um negócio familiar e Luís conta com a ajuda da mulher, Margit, alemã e radicada em Portugal há 32 anos. Autodidata na decoração, é ela quem assume esse posto no hotel. De dois em dois anos, no máximo, a decoração muda toda. Quando dizemos toda, Luís frisa que é mesmo TODA. O que se mantém sempre são materiais como a ardósia, a madeira, o aço e o vidro
«O que vê aqui já foi cor de laranja, depois foi preto, depois vermelho, e agora é esta cor. Tudo tem de ter um começo e um fim e as cores têm continuidade para os quartos», conta Luís, que recorda uma discussão com a mulher. O tema? Um quarto totalmente vermelho. Luís achava que ninguém ia querer dormir num espaço assim, mas a verdade é que esteve sempre cheio.
O resto do hotel é banhado por muita luz, não fosse uma clarabóia gigante a protagonista do tecto. O espaço comum tem um restaurante que serve pequenos-almoços até às 11h, e snacks ao longo do dia. Os jantares são feitos por marcação e a ementa muda todos os dias. Um caldo verde é servido de forma pouco convencional e prometemos que não se vai arrepender.
Há um bar self service que se baseia no princípio da honestidade. É suposto apontar num caderninho qual o seu quarto e o que bebeu.
A outra ponta do triângulo familiar é Jacqueline, a filha do casal. Para desalento do pai, a jovem pouco se interessa por turismo. Por outro lado, é fisioterapeuta e também a massagista do hotel. Qualquer dor ou necessidade de relaxar (ainda mais), é com ela.
Lá fora, espalhados pelos 5 hectares, há um laranjal, uma horta e uma piscina exterior. Este pedaço de céu tem no seu âmago uma mina de água que garante a toda a rega e abastecimento da piscina exterior.
De cultivo biológico, retiram tudo o que possa imaginar. Abacate, cenoura, pepino, tomate, alho, alface, figo, laranja, limões, pêssegos, melancia ou melão, é tudo o que a terra lhes dá e o hotel encaminha para a mesa de pequeno-almoço.
Ao ficar alojado nesta unidade, vai vislumbrar o mar ao fundo. Em 25 minutos está na Costa Vicentina, e entre a praia da Luz e Lagos, existem 36 outras praias de dimensões mais pequenas.
Se visitar a Vila Valverde Design & Country Hotel no inverno e as praias não forem convidativas, há uma cave só de vinhos portugueses, suna, banho turco, massagens, fisioterapia, piscina interior com 15 metros de comprimento, sete de largura e água a 39 graus.
Os quartos nesta unidade têm preços a partir dos 120 euros.
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