Vera Ferreira
VERA FERREIRA “A minha mãe é a minha melhor amiga. conto-lhe tudo”

Famosos

Veríssima fala sobre a experiência em Perdidos na Tribo, da TVI, e conta que o mais complicado foi estar longe da família
Com apenas 22 anos, Vera Ferreira diz ser uma pessoa realizada. Depois de ter alcançado a notoriedade com a participação no reality show da TVI, Casa dos Segredos, a jovem foi convidada para entrar em Perdidos na Tribo. Uma experiência com a qual diz ter crescido e aprendido muito.

Dom, 19/06/2011 - 23:00

 

Com apenas 22 anos, Vera Ferreira diz ser uma pessoa realizada. Depois de ter alcançado a notoriedade com a participação no reality show da TVI, Casa dos Segredos, a jovem foi convidada para entrar em Perdidos na Tribo. Uma experiência com a qual diz ter crescido e aprendido muito. Numa conversa franca, Vera fala sobre a relação com a mãe, sobre a morte do pai e revela que o pedido de casamento que viveu no programa não foi o primeiro.

 

VIP – Como é que foi esta experiência?

Vera Ferreira – Foi uma experiência única e para a vida. Aprendi imenso, sobretudo leis de sobrevivência, porque não sabemos o que nos pode acontecer amanhã. Agora sei fazer facas, elásticos para o cabelo, aprendi coisas que nunca pensei serem possíveis. E gostei de conhecer os Himba, que são pessoas maravilhosas. Adorava voltar lá com a Marta e o Sérgio, já falámos sobre isso.

 

Sem o José Castelo Branco, portanto.

Ele é uma pessoa difícil e acho que ele não teria gosto em voltar à tribo. A maneira como ele trata os Himba mostra o que ele acha das pessoas. Por isso, era um convite desnecessário. Ele só gostou do Assesseta.

 

O miúdo que ele quer adoptar?

Que ele quer escravizar.

 

A Vera sabia quem era o Castelo Branco, mas não o conhecia. Qual era a ideia que tinha dele?

Eu adorava o Zé, era fã. Porque realmente vermos na TV, dois minutos, é muito engraçado, mas aturá-lo 24 horas é muito complicado. Ele foi uma desilusão completa para mim. Não tenho nada contra ele e acabo até por ter pena. Ele tem valores e maneiras de ver a vida totalmente diferentes de mim.

 

Como por exemplo?

Nós guiávamo-nos mais pelo amor, pelo carinho e pelo grupo, enquanto o Zé guiava-se pela lei da sobrevivência. O melhor exemplo é que enquanto eu roubava nem que fosse uma maçã para dividir com todos, o Zé se roubasse quatro comia as quatro.

 

Também sei que o Zé rivalizava consigo sobretudo quando a Vera se arranjava na tribo.

Exacto. Ele foi para a tribo a pensar que o Sérgio ia ser o Frota dele; a Marta, como já a conhecia, sabia que dela não fazia nada; eu seria a criancinha que ele queria transformar numa José Castelo Branco. O tiro saiu-lhe pela culatra.

 

A experiência não era nada do que estava à espera, pois não?

Eu sabia que não ia ser fácil. Sabia que não ia dormir em colchões, que a comida não ia ser a melhor, mas nunca pensei que fosse a proporção que foi.

 

O que é que lhe custou mais?

A falta de higiene, tanto a nível pessoal como colectivo.

 

Ficaram mesmo 23 dias sem tomar banho?

Eu não. Eu e a Marta tomámos banho e fomos castigadas por isso. Infringimos a lei e sabíamos que íamos ser castigadas. Fomos pastar vacas, por isso, compensou. Outra coisa complicada foi a alimentação. O mesmo pau que espalhava o estrume mexia o caldeirão da comida. Era impossível comer assim…

 

Quantos quilos emagreceu?

Seis, mas já os estou a recuperar. Queria mantê-los, mas não estou a conseguir. Aliás, mal chegámos ao resort, no regresso, desatei a comer. E quando cheguei cá, a minha mãe perguntou-me o que eu queria e encheu o frigorífico para mim. Ela mima-me muito.

 

Veio da Tribo doente…

Sim, com uma anemia máxima. Alguns pontos do meu corpo já estavam sensíveis. Estava com o ferro e o magnésio muito abaixo do normal. Tive de tomar vários suplementos e vitaminas, mas agora já estou bem.

 

Também podia ter vindo de lá noiva, porque teve um apaixonado nos Himba.

Foi muito engraçado porque todos levámos aquilo na brincadeira. Eu divertia-me a ensinar esse membro da tribo a dizer "amo-te". Às tantas percebi que era a sério e resolvi pôr um travão. Ele pediu-me em casamento e disse que vinha para Lisboa comigo.

 

Como é que reagiu? Foi a primeira vez que a pediram em casamento, ou não?

Por acaso, não. Já me tinham pedido em casamento antes, mas não quero falar sobre isso. Como é que reagi? Nem sei… Quando percebi que ele estava a falar a sério e que iria esperar por mim a vida inteira fiquei com peso na consciência.

 

Falou-se que tinha passado uma noite com o José Carlos Pereira. Está solteira?

Não tive nada com o Zeca. É verdade que fomos jantar juntos, porque depois íamos fazer uma presença juntos num evento. Conheço-o há muito pouco tempo, somos amigos. Agora não tenho tempo para pensar em namorados. Com a vida que levo, sem horários, tenho sorte se conseguir tempo para ver a minha mãe.

 

A Vera é muito nova, tem 22 anos. Sente que amadureceu com esta experiência?

Como é óbvio. Estou agora a mudar de casa, a deixar a casa da minha mãe. Mas eu perdi o meu pai com 11 anos e sei que cresci com isso. A minha mãe tem mais dois filhos, mas preocupou-se sempre mais comigo porque os meus irmãos já eram crescidos. Com apenas 11 anos tinha dificuldades em perceber porque tinha acontecido aquilo comigo se o meu pai era tão bom. Automaticamente tive logo responsabilidades, porque a minha mãe ficou sozinha e eu ajudava-a. Mas se cresci com a morte do meu pai, na adolescência regredi porque quis viver o que não tinha vivido. Por exemplo, com 11 anos não gostava de ir a festas de anos porque tinha de deixar a minha mãe sozinha.

 

É menina da mamã?

Sim, mesmo vivendo sozinha vou ter de a ver todos os dias. Sou muito apegada à família. Ela é a minha melhor amiga. Conto-lhe tudo porque sei que ela nunca irá ter inveja de mim, irá sempre dar-me os melhores conselhos. E ela tem um espírito muito jovem, apesar de ter 54 anos, percebe tudo. Uma das coisas que mais me custou foi ter estado na Tribo no dia de anos dela e dos meus sobrinhos. Compensei-os depois. À chegada fugi dos jornalistas e corri para o trabalho da minha mãe. Fiz-lhe surpresa.

 

O que é que tem dela?

A alegria. Eu acho que nunca a vi triste e ela já passou por muita coisa na vida. Perdeu o pai, perdeu o marido… Mas enfrenta sempre tudo com o queixo levantado, sem depressões, sempre a lutar. Ela foi a única na minha família que quando eu disse que queria ser actriz me apoiou e pagou o curso. Foi a primeira pessoa a dizer-me para não desistir do meu sonho.

 

Um sonho que está mais próximo agora. Já se escreveu que vai entrar num telefilme da TVI e na próxima temporada de Morangos com Açúcar. É verdade?

É verdade que há projectos na TVI, mas não posso falar sobre eles ainda. Este Verão vamos ter muitas novidades.

 

Sente-se uma mulher realizada, ou ainda tem sonhos por cumprir?

Sou realizada, já não tenho sonhos.

 

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Romão Correia; Cabelos e maquilhagem: Ana Costa, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel  

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