Morreu, esta sexta-feira, Júlio Costa. O desaparecimento do músico, aos 85 anos, acontece precisamente cinco dias depois de o falecimento do irmão, Carlos Costa, também ele fundador dos Trio Odemira.
“Desaparecem assim, num curto espaço de tempo, os elementos fundadores de um dos mais longevos e sem dúvida profícuos grupos da história da música portuguesa”, confirmou o ator Paulo Vasco, citado pela Agência Lusa.
Carlos Costa morreu, no passado domingo, aos 91 anos.. “Tive agora conhecimento de que, no passado domingo, Carlos Costa, dos Trio Odemira, nos deixou. À sua família e amigos, os meus sentidos pêsames! Descansa em paz, meu querido Carlos!”, informou, na quarta-feira, no seu perfil de Facebook, a fadista Maria da Nazaré.
Também Nuno da Câmara Pereira reagiu, no mesmo dia, à morte de Carlos Costa, alguém que, como salientou, teve “uma vida inteira dedicada à música portuguesa”. “Prova de vida incessante, contínua e perseverantemente inolvidável. De sorriso franco e imediato, foi sem dúvida uma das maiores figuras do cancioneiro português. Nunca parou de cantar e de acreditar na sua juventude e alegria contagiante de viver e transmitir felicidade através da sua ímpar voz”, escreveu o fadista, no Facebook.
Nuno da Câmara Pereira recordou, depois, o percurso do membro dos Trio Odemira: “São inúmeros os temas que deixou eternizado por sua voz única e afinada. Meu grande amigo, com quem partilhei na Aula Magna e depois Coliseu várias das minhas comemorações discográficas, assim como a deles próprios, em Odemira, São Luiz e outros sítios.”
“Amigo, culto e inteligente, deixa-me profunda tristeza e mais ainda pela forma ignota com que [foi] abandonado ao desdém pelas entidades mais responsáveis, como a SPA, Museu do Fado e Televisões etc.. Aqui fica o meu reconhecimento e gratidão pública a quem deixa vasta obra musical e até literária, alguma, por quem merecia outra dignidade e respeito maior. Carlos, obrigado, obrigado, obrigado!”, rematou.
Os Trio Odemira somavam já mais de 60 anos de carreira. O grupo foi criado pelos irmãos Carlos e Júlio Costa, na década de 1950, e davam pelo nome de Os Dois de Odemira. O grupo passou a Trio Odemira com a entrada de José Ribeiro, que esteve ligado ao projeto durante 22 anos. Mingo Rangel juntou-se, entretanto, aos irmãos.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: reprodução redes sociais
Siga a Revista VIP no Instagram