Existem milhões de portugueses que, quando batem as 12 badaladas de 31 de dezembro para 1 de janeiro, comem passas. Até quem não gosta faz o esforço para que não lhe falte a sorte no ano novo. Mas, afinal, porque é que existe esta tradição?
A tradição é antiga e teve início na Península Ibérica. Tudo terá começado nas Portas do Sol, em Madrid, no relógio da Casa dos Correios, no final do século XIX.
As uvas já eram presença obrigatória na Passagem de Ano na Alemanha e em França. Contudo, em Espanha ainda não se celebrava a chegada do novo ano porque a tradição mandava que se festejasse apenas a chegada dos Reis Magos, no dia 5 de janeiro.
Forma de protesto virou tradição
A certa altura, a Câmara Municipal de Madrid instituiu uma taxa municipal para quem quisesse celebrar o Dia dos Reis Magos. Por isso, como forma de protesto e para troçar dos hábitos das potências europeias, os espanhóis começaram a reunir-se na Praça do Sol e a comer passas em vez de uvas frescas. A ideia pegou. E até deu jeito porque os agricultores em Espanha puderam vender o excesso de uvas que havia nesta época.
Ao longo dos anos, os nossos vizinhos espanhóis largaram as passas e “agarraram-se” às uvas frescas para conseguir ver os seus 12 desejos realizados. Porém, em Portugal, manteve-se a tradição de comer as 12 passas à meia-noite, para que os 12 meses do ano venham recheados de boas novidades.
Texto: Mariana de Almeida; Fotos: DR
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