Toy perdeu o pai há uma semana. O cantor esteve na manhã desta segunda-feira, 27 de julho, na TVI, à conversa com Manuel Luís Goucha, e revelou a dor de cuidar de um pai com demência.
«Estes últimos meses… a demência transforma as pessoas. Ele tinha demência, já não conhecia ninguém. O meu pai deixou de viver porque já não existia… ele já não pensava. Tinha uns comportamentos estranhos. Lembrar-me daquele homem fantástico com dignidade e ter de lhe trocar de fraldas nos últimos 4 dias…», interrompe, para depois acrescentar:
«Tive se calhar a possibilidade de me despedir porque ele esteve quatro dias na minha casa, antes de voltar ao espaço onde ele estava, e ser hospitalizado com pneumonia. Foi a pneumonia que lhe foi fatal, ele fez o teste à covid-19 e deu negativo»
«Tínhamos de o forçar a comer»
Toy explicou como foi conviver com o pai nos quatro últimos dias que cuidou dele. «Quando ele estava em minha casa nós tínhamos de o forçar a comer, eu penso que ele foi perdendo tudo. Ele já não me reconhecia. Ele foi morrendo aos poucos. Quando nós sentimos que está a chegar a hora, porque está, porque já não valia a pena… O sofrimento também não é bom, tu amas as pessoas e não querias que ela fosse embora… aquela hora é muito triste», assume para admitir:
«Por mais que que se chegue a uma altura em que se deseje que aconteça (por causa do sofrimento), quando apaga, sentes-te órfão. Foi doloroso quando foi com a minha mãe, porque era muito jovem, tinha 61 ( com cancro)… Senti-me órfão. A maior fortuna que um filho pode herdar de um pai ou mãe, é a educação», revela, explicando que herdou do pai a «organização de contas e ser poupado».
Toy foi trabalhar no dia a seguir à morte do pai, o que lhe valeu muitas críticas. O cantor explicou porquê? «Fui trabalhar no dia a seguir ao meu pai ter falecido porque o meu pai diria para eu o fazer. Acho que trouxe uma camisola encarnada… mas não quero saber, cada um vive o luto à sua maneira», afirma.
Morte do pai
Menos de um ano depois de ter vivido um dos momentos mais felizes da sua vida, Toy deparou-se agora com a dor de perder o pai. António Ferrão tinha 95 anos e o cantor já se manifestou sobre a morte do progenitor.
Foi na rede social Facebook, no perfil que Toy tem em conjunto com a mulher, que foi publicada, no início da tarde desta segunda-feira, uma fotografia com a palavra «luto». Depressa o artista foi bafejado com uma onde de apoio e solidariedade, expressa em centenas de mensagens de seguidores a lamentarem o sucedido.
Nascido em Ançada, no concelho de Mangualde, distrito de Viseu, António Ferrão teve uma vida dedicada à alfaiataria. Cedo se mudou para Setúbal, onde o filho viria a nascer. Foi lá perto, em Palmela, que, em setembro do ano passado, Toy se casou pela segunda vez com Daniela Correia, dez anos depois da primeira cerimónia.
Na altura, o pai do cantor de êxitos como Estupidamente Apaixonado e Coração Não Tem Idade foi o grande ausente da festa. «O meu pai faz 95 anos no dia 30 de setembro, mas não está em condições de ir… O meu pai de cabeça já não sabe nada, está esquecido e não conhece ninguém. Seria complicado ele estar presente», dizia o filho.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Reprodução Instagram
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