“Quero ver essas palmas”. Foras estas as primeiras palavras de Tony Carreira no seu regresso aos palcos, três anos depois. A sala com lotação esgotada ofereceu-lhe aplausos de pé, até porque esta foi a primeira vez que o artista cantou em público depois de ter sofrido um enfarte do miocárdio, há precisamente um mês, e da morte da filha, Sara Carreira, em dezembro do ano passado. Foi, aliás, com uma reprodução de uma imagem da jovem, agarrada a si, que Tony iniciou o espetáculo que decorreu na noite desta sexta-feira, 23 de julho, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril tal como comprovou a NOVA GENTE.
Tony Carreira não conseguiu esconder a emoção e evocou a filha. “A minha filha hoje está aqui connosco”, disse, entre lágrimas.
David Carreira, Mickael Carreira com a namorada, Laura Figueiredo, e a filha, Beatriz, Cláudio Ramos, Liliana Campos, Manuel Luís Goucha e o marido, Rui Oliveira, Carla Andrino, Toy, Ricardo Carriço, Bibá Pitta, Fernando Mendes e Júlia Pinheiro e o marido, Rui Pêgo, foram algumas das figuras públicas que não quiseram perder este primeiro concerto do cantor, de 57 anos. Nem Jorge Jesus, treinador do Benfica, faltou ao evento, cujas receitas revertem na totalidade para a Associação Sara Carreira, fundada pelo próprio e pela ex-mulher, Fernanda Antunes, aquando da precoce partida da filha de ambos.
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“Só consigo escrever canções para a minha filha”
Quando concedeu a primeira entrevista após a morte de Sara, Tony Carreira admitiu que o sofrimento que sente só é amenizado quando canta. “O estúdio [de gravação] é o único sítio onde me sinto em paz. É na música”, desabafou, em conversa com Manuel Luís Goucha para a TVI, contando que iria lançar um disco no mês em que a filha perdeu a vida, acabando por cancelar a sua edição e alterar as músicas que o integravam.
Depois dessa perda irreparável, o pai de Mickael e David Carreira tem toda a sua criação artística focada em Sara. “Só consigo escrever canções para a minha filha”, atirou.
“Eu tenho de ir para o palco. Hoje, cruzei-me com uma pessoa – a minha memória está bastante mal – do mundo artístico que me disse que, ver-me aqui, era luz. Tenho de voltar. Para a minha saúde mental, tenho de voltar. Conforme eu te disse, a música é, neste momento da minha vida, o único espaço onde me encontro em paz. Tenho de voltar, tenho de aprender a subir de novo, tenho de seguir em frente”, disse ainda.
Texto: Ana Filipe Silveira: Fotos: DR
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