Tony Carreira prestou mais uma homenagem à filha Sara Carreira, que morreu num acidente de viação em dezembro. O cantor batizou a casa de férias do Algarve com o nome da filha, tal como a Maria testemunhou. A moradia de luxo chama-se agora Villa Sara. No azulejo onde se leem as letras em homenagem à filha está ainda um desenho que diz muito à família: Uma borboleta. Borboleta que é também um dos símbolos da associação criada pela família de Sara Carreira também em homenagem à cantora.
Os filhos Mickael Carreira e David Carreira também homenagearam Sara Carreira assim como as noras Laura Figueiredo e Carolina Carvalho tatuaram no pulso as asas de anjo poucos meses depois da morte da irmã e em homenagem à cantora.
A asa de anjo foi uma tatuagem que Sara Carreira fez em homenagem ao pai por causa da música hoje menina amanhã mulher. Mickael Carreira foi o primeiro a mostrar a homenagem que prestou à irmã. “Os últimos dias têm sido muito difíceis, estranhos e custa-me acreditar que é verdade. Apesar de seres a mais nova ensinaste-me tanto e continuas a ensinar… Je t’aime ma Sara. Obrigado pelo apoio, força e homenagens lindas que fizeram”, escreveu o cantor, partilhando uma imagem de quando eram crianças e o pulso com a tatuagem.
Entrevista a Tony Carreira depois da morte da filha
Tony Carreira escolheu Manuel Luís Goucha para dar a primeira entrevista depois da morte da filha. Com a barba por fazer. Foi assim que Tony Carreira se apresentou para a primeira entrevista depois da morte da filha aos 21 anos, na sequência de um acidente de viação. .
“A vida tem sentido depois da perda de uma filha?”, começou por perguntar o apresentador. “Claramente que não. Eu estou a tentar encontrar um sentido, mas… é muito complicado responder a essa pergunta porque eu tenho mais dois filhos. Eles percebem quando o meu discurso é tão negativo quanto este, percebem que é a dor que está a falar”, respondeu Tony Carreira, referindo-se a Mickael e a David. “Tenho de me agarrar a eles também”, prosseguiu.
Tony Carreira: “Parecia um zombie”
“E tens-te a ti também”, recordou Manuel Luís Goucha. 2Eu já não conto. Já deixei de pensar me mim. (…) Quando a minha filha partiu, foi de uma violência extrema. Morri por dentro. Estou a tentar encontrar a minha vida cá dentro. Não tenho problemas em dizer que bebi mais do que devia. Andei ali uns tempos… eu parecia um zombie. Depois, veio alguma violência. Fui injusto com pessoas que amo muito, fui agressivo com o mundo inteiro, revoltei-me com o mundo inteiro”, admitiu o cantor.
Neste momento, Tony Carreira garante estar em busca de “algumas respostas” através da fé. “Eu não acreditava na vida depois da morte e hoje tento agarrar-me a essa esperança (…) Será dessa maneira que eu terei possibilidade de reencontrar a minha filha. É esse o objetivo hoje”, desabafa.
“Gostava que o meu caminho cá não fosse longo”
O cantor, de 57 anos, diz que tem “duas certezas” depois da tragédia que se abateu sobre a sua família: “Uma delas é que nunca mais volto a ver a minha filha e a outra é que nunca mais serei o mesmo. (…) A única coisa que me pode ajudar é agarrar-me à associação da minha filha, fazer o bem, acreditar que ela me está a ver e que o caminho que me resta cá não será assim tão longo (…) Gostava que o meu caminho cá não fosse longo”, atira.
A Manuel Luís Goucha, Tony explicou que, na verdade, “nunca” teve “vontade de ser um idoso” nem de “festejar cem anos”. “Se lá chegar, será um grande castigo”, clamou, garantindo: “Jamais pensei em terminar com a minha própria vida. Aparentemente, também não é o caminho para encontrar alguém do outro lado”.
“Acordar é um vazio total, adormecer é a chorar agarrado a uma almofada”, diz ainda.
Texto: Ana Lúcia Sousa
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