Eu sei, é inevitável. Mal engravidamos, o assunto passa a ser bebés. E intensifica-se quando somos mães. Eu passei por isso e acabei por perder alguns dos meus melhores amigos.
Quando nasce um bebé, a nossa vida passa a ser em função dele. E quando nos cruzamos com outras mães… coitados dos amigos sem filhos! É um massacre total, sem sequer termos consciência disso. Sabemos que eles gostam dos sobrinhos emprestados e que gostam de saber deles, mas esquecemo-nos que eles não querem saber como os adormecemos numa noite agitada, como cozinhamos quando começam a comer sólidos ou como fazemos para iniciar o desfralde.
Eles também não querem saber como limpamos o ranho todo que escorre naqueles dias terríveis de constipação, como fazemos para calar uma birra ou que nos vomitou assim que comeu a sopa, porque lhe caiu mal.
Sim, é inevitável. Falar dos nossos filhos é como uma terapia. É como se precisássemos de descarregar toda a raiva das birras da manhã. Mas também é um orgulho falar das palavras que já sabem em inglês, do prato que já come sozinho ou do facto de adormecer tranquilamente e só acordar de manhã.
Mas acreditem, os amigos não querem saber disso.
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