Queridos, chefes, patrões, coordenadores e administradores deste país,
Antes de mais deixem-me apresentar-me! O meu nome é Ana, sou mãe de um menino de cinco anos e trabalho na área da comunicação.
Desde que faço descontos, ou seja, desde os meus 18 anos, que sempre fui uma funcionária exemplar em todos os sítios por onde passei.
Sempre fui elogiada por todos os meus chefes e patrões pelo meu profissionalismo e sempre exerci as minhas funções com o maior brio possível.
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Até que fui crescendo e fui percebendo a mentalidade – que até determinada idade me passava ao lado – que existe nas empresas em relação às mulheres. Não só em relação às mulheres no geral (nem vamos entrar na questão da desigualdade, senão nem saía daqui), mas em relação às grávidas e às que já têm filhos.
Para muitos patrões ter uma mulher grávida na empresa ou uma mulher com filhos é um entrave. É um medo, é um “chega para lá” no que diz respeito a evolução na empresa. E desde que me comecei a aperceber disso, que o meu cérebro começou a olhar para o mundo do trabalho de forma diferente.
Nem sempre trabalhei em sítios brilhantes e onde me trataram de maneira exemplar, tal como era o meu profissionalismo. Nem pensar! Chorei muitas vezes! Muitas! Fui maltratada! Muitas vezes! Mas o meu trabalho nunca deixou de ser feito da mesma maneira. Não sou de me vingar, até porque nunca ninguém deve deixar de ser profissional, seja em que circunstância for.
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