Quem vê a novela Espírito Indomável, da TVI, já deve ter notado que as personagens Josefa e Elizabete têm vários traços físicos em comum para além do que é ficcionado. É que desta vez, a mãe e a filha do enredo têm também na realidade esse grau de parentesco. Falamos de Carla e Marta Andrino. Uma parceria de sucesso, uma vez que ambas têm uma relação de grande amizade e confiança, o que as faz divertirem-se bastante quando estão em cena. A VIP foi conhecê-las melhor.
VIP – Acabadas de entrar em 2011, que balanço fazem de 2010?
Marta Andrino – Maravilhoso! Foi um ano com trabalho num projecto de sucesso, com viagens, basicamente com um bocadinho de tudo aquilo que venho a planear que seja o meu futuro.
Carla Andrino – O balanço é positivo.
O que esperam de 2011?
MA – Continuar a ser feliz. Essa sempre foi a minha prioridade. Estar com quem amo e a fazer aquilo que gosto estarei sempre com um "sorriso" nos olhos.
CA – Que o universo me continue a dar aquilo que lhe peço diariamente.
Este ano foi marcado pelo facto de contracenarem juntas como mãe e filha. Como está a correr?
MA – Lindamente. É bom contracenar com a minha mãe, primeiro, porque sempre a admirei muito e estou sempre a aprender com ela, segundo, porque nos divertimos imenso.
CA – É um grande orgulho assistir ao crescimento da minha filha como actriz, com humildade e sem deslumbramentos.
É mais fácil serem mãe e filha na realidade ou na ficção?
MA – Nós temos uma relação única e na ficção é-nos imposta uma relação. Logo, por vezes, tenho de dizer e fazer coisas que me custam por ser a minha própria mãe.
Como por exemplo?
MA – A Elisabete comenta os pratos divinais que a mãe Josefa faz. Eu nunca poderei dizer isso porque a minha mãe não cozinha. Sou eu (risos).
Como caracterizam a vossa relação?
MA – Não existe uma palavra que a defina. É uma relação muito aberta e isso traz confiança, amizade e de certa forma uma "dependência", no bom sentido, claro.
CA – Aberta, saudável, cúmplice, de interajuda e, sobretudo, baseada na verdade.
Como é a Marta enquanto filha e a Carla enquanto mãe?
MA – A mãe Carla vive para a família, para os filhos. Como todas as mães é uma mãe–galinha, muito presente, tal com o meu pai. É uma mãe, com as palavras certas no momento certo (por mais que isso irrite um filho).
CA – A Marta é a filha que qualquer mãe sonharia ter!
Se pudessem voltar atrás mudavam alguma coisa na vossa relação?
MA – Temos o cuidado de falar sobre as coisas que não nos fazem sentir bem, por isso, a nossa relação também tem vindo a evoluir.
CA – Tudo o que foi feito fez sentido naquele espaço e naquele tempo.
Como actrizes têm tempo para vocês?
MA – Claro. É essencial que todos os dias tenha um momento para mim, muitas vezes estar no carro a caminho de casa e pôr "aquela" música e cantar, dançar, gritar se for preciso, já é suficiente. Mas cada vez mais sinto a necessidade de cuidar de mim. E faço-o. Vou ao ginásio, estou a corrigir os meus dentes na Toothcare e todas aquelas "mariquices" das mulheres…
CA – Claro! Ser actriz é, apenas, uma das partes da minha vida.
O que gostam de fazer juntas?
MA – Ver um bom filme depois do jantar e no fim comentarmos. Fazemos isso muitas, muitas vezes.
CA – Ir ao ginásio, ver filmes, conversar, chorar, rir. Enfim… coisas de mãe e filha.
Em que é que são mais parecidas?
MA – Sempre cresci a ouvir o lema da minha mãe: "Traçar e alcançar os meus objectivos." Por isso, não tinha como não ser assim.
CA – Na forma como ousamos viver a vida. Sem medo de arriscar, com tudo o que isso implica.
E quais as maiores diferenças?
MA – A calma. A minha mãe é muito mais acelerada que eu.
CA – A Marta, embora sensível e emocional, é mais racional que eu. É a minha ligação à terra.
Quando a Marta decidiu que queria ser actriz o que é que a Carla disse? Apoiou-a ou sonhava outra coisa para a sua filha?
CA – Disse que se era aquilo que ela queria, que acreditasse no sonho e lutasse por ele. Só quero que ela seja feliz. Estou bem resolvida profissionalmente para querer projectar nela o que gostaria de ter sido.
O Natal já passou, mas qual era o melhor presente que podiam ter recebido nesta quadra?
MA – Aposto que a da minha mãe seria um neto, mas talvez isso aconteça este ano, não é mãe? (Risos).
São mulheres realizadas, felizes?
MA – Sem dúvida e luto todos os dias para continuar a ser.
CA – A realização e a felicidade não são conceitos estáticos. Há que investir neles para que se desenvolvam.
O que sentem que vos falta fazer?
MA – A mim, tudo, embora já tenha realizado muitos sonhos, continua a faltar muita coisa que quero viver.
CA – O que ainda não fiz.
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Rui Costa; Produção: Nucha; Cabelo e maquilhagem: Ana Coelho, com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel
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