Suzana Garcia
O sonho de ser mãe, os dois abortos que sofreu (o último há uma semana) e a dolorosa morte do pai

Nacional

Suzana Garcia foi entrevistada por Júlia Pinheiro, no programa das tardes da SIC. Advogada fala sobre o sonho de ser mãe, dos abortos e recorda a dolorosa morte do pai

Sex, 15/01/2021 - 20:11

Suzana Garcia foi a convidada de Júlia Pinheiro no programa das tardes da SIC desta sexta-feira, dia 15 de janeiro, e revelou, em direto, ter sofrido um aborto há uma semana. Emocionada, a advogada relata o que aconteceu e recorda a morte do pai e as saudades que sente do progenitor.  

“E em termos pessoais o que está por fazer?”, questiona Júlia Pinheiro durante a entrevista. “Quero ter uma cria no meu regaço”, respondeu.

Nesse momento, Júlia Pinheiro centraliza o assunto da maternidade. “Estamos a falar de bebés, isso é um desejo?”. Suzana Garcia confirmou: “Sim, eu gostava de ser mãe.” Logo a seguir, a advogada confessou ter sofrido um aborto há dois anos. “Correu mal e eu não quero mitigar isso. Estou saturada de as pessoas não falarem das coisas que são importantes. […] Fiquei grávida, tive um aborto… não há drama nenhum com isso”, confessou, com a lágrima no canto do olho. 

Recentemente, a mesma situação aconteceu. “Há uma semana fui fazer a segunda ecografia, no mesmo dia que a minha prima, que tem menos dez anos que eu, e tivemos o mesmo diagnóstico. Não havia embrião, tinha deixado de se desenvolver”, relatou. 

Contudo, considera-se uma “mulher forte” e “se eu não tiver filhos, não vou ser uma infeliz”, esclareceu. Ainda, durante o tempo de antena, Suzana Garcia fez um alerta para a importância do tema aborto. Segundo a advogada é importante demonstrar às mulheres e aos homens que “isto acontece e é comum acontecer”, isto é, na sua opinião, é importante explicar às pessoas que “em 80 por cento dos casos isso acontece e não são controláveis, aí a pessoa já relaxa”. “Ficamos sempre a pensar: Será que foi porque comi uma papaia? É ridículo, não é? Mas sim a papaia pode ser abortiva. Será que… tudo? E pensamos nisso porque temos uma cultura judaico-cristã… no caso das mulheres é um peso grande e nos homens, porque também afeta um homem”, defendeu. 

Pai morreu com cancro de estômago “fulminante, em menos de um mês”

Outro tema abordado durante o programa “Júlia” da SIC foi a morte do pai de Suzana Garcia. A advogada conta que a altura em que termina a licenciatura foi a pior da sua vida. “O momento do final do meu curso, que eu sempre pensei que ia ser o momento de maior felicidade, foi o mais trágico da minha inteira existência”, começou a dizer, desfeita em lágrimas. 

“Não pude comemorar com o meu pai e isso foi muito difícil porque o meu pai morreu com cancro de estômago fulminante, em menos de um mês”, explicou. 
Para Suzana, o progenitor foi sempre o “porto de abrigo” e a ideia de ele não estar presente assustou-lhe. “Não sabia como ia ser… E eu tive medo, muito medo… de tudo, como qualquer pessoa que perde o pai nessa faixa etária”, acrescentou. 

E, mais do que as saudades que ficaram do pai, foram os momentos que Suzana Garcia não conseguiu partilhar com ele. “Tive pena, porque por tudo o que ele tinha feito, merecia ter me visto chegar onde cheguei, tenho pena de o meu pai não me ver a licenciar, quando comprei a primeira casa, de abrir a casa com chave e ele não estar ali… tenho pena de fazer um jantar e não convidar os meus pais”, confidenciou, reforçando que fez “as pazes com Deus nessa matéria.”

Em jeito de conclusão, Suzana Garcia afirma: “Mas conclui que quando nos amamos devemos deixar partir. Eu sei que o meu pai não iria gostar de se ver na decrepitude da doença e amar, de facto é isso, eu saber que vou ficar com essa dor […] e deixá-lo ir.”

“Não havia amigas, desassossegos, namorados?”

Enquanto falavam do percurso académica de Suzana Garcia, e das várias línguas que aprendeu, como chinês, árabe e espanhol, Júlia Pinheiro questiona quando é que a advogada tinha tempo para se divertir. 

“Isto era tudo super divertido”, atirou, soltando risos à apresentadora, que perguntou, logo de seguida: “Então não havia amigas, desassossegos, namorados?” “Bem, namorados não, porque fiz uma aposta, e não gosto de perder apostas… fiz uma aposta com a minha tia Carolina, que ela dizia que se tivermos namorados na faculdade, perdemos”, contou. 

Júlia Pinheiro reforça, de novo, a pergunta: “Não namorou na faculdade?” Para a advogada os seus colegas, na altura, não eram “propriamente homens extraordinários”, rematou.

Texto: Carolina Sousa; Fotos: Reprodução SIC e redes sociais 

Siga a Revista VIP no Instagram