À primeira vista pode enganar, mas quando se olha duas vezes para as fotos, percebe-se que a modelo é Marta Andrino. Sob o cenário idílico da serra de Sintra, escolhido pela própria, a atriz transformou o seu jeito de menina sorridente numa sedutora mulher. Aos 24 anos, a jovem atriz, que namora há seis anos, diz que já sente o apelo de ser mãe: “É algo que despertou cedo em mim”, diz. E que isso deve-se ao facto de quer a avó quer a mãe terem experimentado a maternidade aos 20 anos. Marta é filha de um casal de artistas, mas, por isso mesmo, nunca quis viver “a instabilidade” sentida amiúde pelo pai, Mário Rui, maestro, e pela mãe, a atriz (e psicóloga) Carla Andrino (ver página 53). O problema é que quando experimentou, aos 18 anos, a representação tudo mudou. “Nasceu um ‘bichinho’ dentro de mim e agora tudo o que quero é vingar neste mundo”, explica à VIP.
VIP – Esta produção revela uma Marta mais mulher. Identifica-se com as fotos?
Marta Andrino – Costumo dizer que sou uma mulher dentro do corpo de uma menina, mas muitas vezes fico surpreendida, como nesta produção. Estas fotos surpreenderam-me, pareço muito mais adulta. Foi um choque positivo.
Quando se olha ao espelho o que vê?
Já começo a sentir os anos a passar (risos). Desde que comecei a trabalhar que tenho as minhas certezas e os meus princípios mais definidos. Já perdi aquela ingenuidade da adolescência. O peso da responsabilidade, das contas para pagar, amadureceu-me. Sou uma pessoa muito ambiciosa, herdei isso da minha mãe, e certa daquilo que quero. Ao mesmo tempo, mantenho a mesma ingenuidade face ao mundo que me rodeia e gosto de viver assim. Apercebo-me menos das coisas e vivo mais feliz nesta condição.
Preocupa-se com a imagem?
Sinto que cada vez mais tenho de ter cuidado com isso. Faz parte e está em paralelo com a minha profissão. Tive um cuidado especial com os dentes, que estavam tortos, então decidi corrigir. Era algo que nunca me incomodou, até ao dia em que umas pessoas na rua me disseram: “É ela, sim. Pelos dentes, é ela.” Tive o apoio da clínica TouthCare, onde coloquei um aparelho lingual, daqueles invisíveis. Foi tudo muito rápido e ninguém se apercebeu. Outra coisa de que gosto muito é de usar óculos e isso acabou por se tornar um apontamento na minha imagem.
Tem vingado como atriz, mas não era esta a sua ambição.
Nunca quis ser atriz, era esta a minha única certeza. Pela vida dos meus pais e pelas dificuldades que eles passaram, sabia da instabilidade que é ter um emprego assim, sazonal. Acontece que quando experimentei a representação tudo mudou. Nasceu um “bichinho” dentro de mim e agora tudo o que quero é vingar neste mundo.
Sente que tem a vida facilitada por ser filha de quem é?
Não, é mais difícil! É uma responsabilidade acrescida. Se virmos pelo lado fácil, só é pelo facto de já estar habituada a este meio e saber lidar com ele. Se fosse pelos meus pais, tinha começado a representar aos quatro anos. Não foi isso que aconteceu. Não quero ser a filha da atriz que também faz televisão. Por ser tão ambiciosa, por saber tão bem aquilo que quero, não quero viver na sombra e às custa de duas pessoas que neste caso são a minha mãe e o meu pai. Optei por usar o nome da minha mãe porque sempre o usei. Na escola, como já havia uma Marta Teixeira, eu era a Marta Andrino. O meu irmão, por exemplo, assina Martim Teixeira.
Como é que olha para o seu percurso profissional?
Comecei a trabalhar aos 18 anos. Tenho vindo a crescer gradualmente. Estar à frente das câmaras em trabalho é diferente, claro, mas cresci neste ambiente. Nada me surpreendeu, continuei a fazer parte deste mundo, ainda que de outra maneira.
Tem ou teve algum truque para se afirmar como atriz?
Lutar para ser melhor, para trabalhar mais. Quero mostrar que mereço o lugar que me tem sido dado.
Está a gravar a nova série de Morangos com Açúcar. Como está a correr?
É um desafio completamente diferente daquele a que estava habituada e maior por nunca ter interpretado uma vilã. Não existe qualquer semelhança entre mim e a minha personagem, a Verónica. Desde a aparência, a roupa, o caráter e as maldades, tudo é diferente de mim.
Como é aos 24 anos interpretar uma jovem de 17?
É como se eu já tivesse a maturidade de quem já viveu os 17 anos. É giro. Ainda que eu não tenha sido assim na minha altura, relembro a fase que passei e as experiências. É aqui que também noto que a idade custa a passar, quando dou por mim a recordar-me de coisas que já passámos.
E como é trabalhar um personagem com o qual não se identifica?
É tão mau no que diz respeito à ligação comigo que também é giro e divertido fazer um personagem assim. Cada um de nós tem todas as características possíveis, imaginárias e atribuídas ao ser humano e usa-as em situações diferentes, uns mais do que outros.
Sente que é neste tipo de papéis que um ator mostra o seu valor?
De todo. Acredito que estes papéis não definem se uma pessoa é boa ou má a representar. A única diferença é o facto destas personagens terem mais impacto perante o público. É bom sinal se eu também conseguir fazer uma boazinha bem feita, já que não é pelo facto de ser uma boazinha que é mais fácil de interpretar.
Passou de novelas em horário nobre, para os Morangos, que tem um público específico. Como vê essa mudança?
O ritmo é completamente diferente e acontece tudo mais depressa, enquanto que nas novelas da noite passamos meses a discutir o mesmo assunto. Aqui as cenas são mais curtas, o assunto é mais leve e tudo mais intenso ao nível do texto e das personagens. Quanto ao grau de dificuldade não consigo ver diferenças. Quanto ao público, acredito que apesar do alvo serem adolescentes os adultos também acompanham.
“Sinto o apelo da maternidade”
Não esconde a vontade de ser mãe. Está para breve?
Sinto o apelo da maternidade há muitos anos, é algo que despertou cedo em mim. Acredito que isso aconteceu porque a minha avó foi mãe muito nova, com 20 anos, e a minha mãe também, com a mesma idade. Tenho uma ligação muito forte com crianças e sinto essa necessidade.
É genético?
Sim. É como se aos 24 anos já estivesse atrasada, porque na linha da minha genética as mulheres foram mães muito cedo. Sinto que a ligação forte que tenho com a minha mãe é porque só temos 20 anos de diferença. Depois, sinto que se for mãe aos 30 anos, com a evolução dos tempos, vai ser mais difícil a aproximação aos meus filhos e vamos ter uma grande diferença de idades.
Contudo, pensa adiar a realização deste sonho em prol da sua vida profissional?
Essa é uma pergunta à qual não sei responder (risos). Nunca concordei que a vida pessoal ficasse para trás em relação à vida profissional. De facto, não estou adiar nada. Ainda não sou mãe porque ainda não se proporcionou. Ainda não chegou o momento e espero que não demore muitos anos.
Acredito que com 24 anos tem vontade de fazer muita coisa. Como gere o seu tempo?
Costumo dizer que ainda me falta fazer tudo. A nível profissional tenho de fazer teatro e cinema. Quero muito.
Para isso voltava a sair do País, tal como fez quando esteve no Brasil?
Claro que sim. A frase não é minha, mas faz sentido quando alguém diz que é cidadão do mundo. Sou muito familiar, mas nessas coisas não me afeta nada. Pela minha ambição e luta profissional faz sentido voltar a sair de Portugal, se assim tiver de ser.
É “muito familiar”…
Sim (risos). Sou apegada aos meus. Tenho namorado há seis anos e tomámos a decisão de viver juntos. Não me sinto uma mulher casada, mas também não sou apenas uma namorada. Para mim namorar não é apenas namorar. Juntar, sim. Casar, não faz parte. A união para mim só faz sentido vivendo o momento a momento, mas com o sentido de que estamos juntos para a vida.
Texto: Micaela Neves; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiro; Assistente de Produção: João Ferreira; Maquilhagem e Cabelos: Ana Coelho, com produtos Maybeline e L´Oréal Professionnel
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