O casal José Luís e Sónia Vasconcelos vive numa espécie de conto de fadas, onde tudo se conjuga com romantismo e glamour. Estão ligados a ramos que se complementam. José tem uma empresa de restauro e Sónia uma de decoração. Trabalham ainda juntos na gerência do palacete Casa do Egito, em Barcelos, um espaço de eventos onde o amor anda sempre no ar. Juntos há quase três décadas, e com três filhos, são o espelho de uma família moderna, independente, mas muito unida.
VIP – Trabalham juntos, embora com empresas diferentes. Falem-nos dessa experiência.
Sónia Vasconcelos – Tenho uma loja de decoração, a Dama de Paus, localizada no rés-do-chão da Casa do Egito. Para além do espaço da loja em si, faço projetos de decoração, alguns em parceria com o José Luís. Apesar de ter um estilo próprio, a decoração que faço não é imposta. Consigo perceber o que o cliente quer e faço coisas muito diferentes. A nossa publicidade é o boca boca. A maioria dos meus clientes são pessoas que já viram o nosso trabalho noutras casas. Hoje em dia, já estou a fazer casas de filhos de clientes, de jovens que eram crianças quando decorei a casa dos pais.
José Luís Vasconcelos – Digamos que nos complementamos. Eu faço restauro e alguma reabilitação e a Sónia trata da decoração. Conseguimos, assim, e em conjunto, reformar uma casa na totalidade, dando-lhe um ar mais moderno e mais fresco.
Essa parceria não desgasta a vossa relação?
JLV – Pelo contrário, fortalece a união familiar. Existe uma maior compreensão de ambas as partes, por sermos da mesma área, nomeadamente no que se prende com os horários não convencionais de trabalho.
Apesar de se complementarem, em termos pessoais e profissionais, são diferentes um do outro?
JLV – Essas diferenças são o que nos caracteriza e o que nos torna numa equipa melhor. A Sónia tem valências que eu não tenho e vice-versa. E é esta a chave do sucesso. Construir a dois, em termos profissionais, é também muito bom para nós enquanto casal. A Casa do Egito é um desses projetos construídos a dois…
SV – Eu conhecia o espaço desde miúda e sempre o quis visitar. Quando o fiz, fiquei apaixonada. Por coincidência, estava à venda… Depois, fizemos a recuperação do palacete, a dois. Como é um palacete lindíssimo, com ar de conto de fadas e de princesas, decidimos fazer aqui casamentos.
JLV – A Casa do Egito data de 1879. É um projeto que tem cerca de um ano e meio e que nos está a dar muito prazer.
Que balanço faz deste último ano e meio?
JLV – Tem sido ótimo. Os clientes adoram o espaço e já temos imensos eventos marcados para os próximos meses. Em Janeiro receberemos, com certeza, mais noivos para agendar datas de casamentos.
Os vossos filhos mais velhos já demonstraram vontade de seguir as pisadas dos pais?
SV – A Bárbara, que tem 17 anos, já diz que quer ser como a mãe, o que é um orgulho para mim. E está a estudar Artes. Temos ainda a sorte de os nossos filhos entenderem bem o nosso trabalho e os sacrifícios que temos de fazer.
A Bárbara tem ainda uma outra paixão…
SV – A grande paixão da vida dela são os cavalos. É vice-campeã nacional num escalão acima do dela e foi ao Campeonato da Europa. O António Jorge também monta muito bem, mas não é tão dedicado como a irmã. Leva a equitação de uma forma mais calma mas, ainda assim, ficou em segundo lugar nos pré-juvenis.
JLV – Ela é extremamente dedicada. Está no 12.º ano, o dia dela começa às 8h da manhã e termina às 20h. Tem sempre o tempo muito preenchido e é muito trabalhadora. Monta todos os dias os três cavalos que tem no centro hípico.
Gerem uma loja, uma empresa de restauro e ainda a Casa do Egito, como conseguem acompanhar a educação dos vossos filhos?
SV – Somos uma família muito autónoma e independentes uns dos outros. Damos-lhes uma liberdade comedida e estamos atentos, sem sermos pais-galinha. Somos também muito unidos, como casal e com os nossos filhos. E precisamos dessa autonomia, até porque viajamos muito por causa das feiras.
Moram na Póvoa, mas têm as empresas em Barcelos. Porquê?
SV – Identificamo-nos muito com Barcelos e com as pessoas de Barcelos. Apesar de eu ser natural da Póvoa, e o José Luís de Coimbra, sentimo-nos em casa em Barcelos. Optámos por viver na Póvoa para termos apoio familiar, pois com três filhos – e um ainda pequeno, o Bernardo – é sempre necessário algum apoio.
JLV – A cidade é muito empreendedora. As pessoas de Barcelos são muito unidas. Casámos em Barcelos sem sabermos que um dia viríamos a ter negócios na cidade.
Texto: Cynthia Valente; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiro; Cabelo e maquilhagem: Atelier Paula Lage
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