Aos 38 anos, Sofia Ribeiro trocou a TVI pela SIC e, tal como é da praxe, esteve como é, no “Alta Definição”. A atriz confessou a Daniel Oliveira estar a viver uma fase de “auto-conhecimento”, de tentar entender melhor os seus “medos, receios e traumas”.
Mais madura, assumiu, no entanto, que continua a ter medo de falhar. Isto numa altura, em que é um dos novos rostos da SIC. Mas garante que já não se “encolhe” para “caber em lado nenhum” e é assim “em todos os sentidos, em todas as áreas da minha vida. Na minha profissão, na relação que tenho com as pessoas, com os amigos, família, relações afetivas”, disse, exemplificando: “Parece que é errado terminar uma relação. Seria errado era continuar uma relação em que uma pessoa está infeliz, que se sente diminuida, se sente triste”.
Criar a própria família?
“Já vivi mais a sonhar com isso”, garante Sofia Ribeiro. “Se tiver que ser acho que as coisas vão acontecer, houve uma fase em que me deixava triste isso não puder acontecer, porque há uma possibilidade, por consequência dos tratamentos”. A atriz revela que já podia ter tentado, mas que já não vive com essa pressão que sentia. “Há uns anos queria muito ser mãe”.
“Mais tarde, se fizer sentido, se eu encontrar uma pessoa que eu olhe para ela e ela para mim e achemos que somos a pessoa da vida uma da outra, talvez…”
Cancro da mama
Em 2015, foi-lhe diagnosticado um cancro da mama. Isso teve um tremendo impacto na sua vida. “Foi sem dúvida dos momentos mais felizes da minha vida. Não dá para falar disto como uma coisa leve, mas eu digo isto de coração, porque foi dos momentos de mais clareza, de me recolocar no lugar certo e de perceber quem são as pessoas com quem eu posso contar”.
“É preciso ter muita força para não nos entregarmos à doença”, disse, no entanto, salientando a brutalidade dos tratamentos, assim como os efeitos dos mesmos no seu corpo.”É doloroso ver os olhares das pessoas, que são de pena”, explicou.
Sofia Ribeiro disse que o corpo humano “é uma máquina perfeita” e que o dela a avisou. “Devia ter parado. Eu estava numa fase em que mal dormia. Trabalhava sem parar, estava a fazer novela e teatro ao mesmo tempo. Não tinha folgas. Dormia à volta de cinco horas por noite, comia quando dava tempo. A juntar a isso tinha saído de uma relação muito conturbada, que me desgastou muito”, disse, referindo-se ao namoro com o DJ Rúben da Cruz. “O meu corpo dava-me sinais que eu estava em exaustão, que tinha de parar, mas a vida não me deixava e eu não estava preparada. Não conseguia perceber os sinais”, desabafou.
A atriz relembrou o momento em que teve a certeza que tinha um tumor maligno. “A partir do momento em que faço a biópsia e começo a fazer uma bateria de exames, começa a ser muito angustiante. Quando chega o resultado é um tirar o chão. Parece meio uma brincadeira, um sonho, parece que não é verdade. Lembro-me de deixar de ouvir e só ver o meu médico mexer a boca. Ficou sem som. De vez em quando, lá ouvia umas palavras soltas. Foi um choque muito grande”.
Depressão após o divórcio de Rúben Rua
“Há bastantes anos tive uma depressão muito grave (…) num momento muito sério de rutura da minha vida, inclusive cheguei a temer pela minha sanidade mental. Não entendes o que se está a passar, não entendes o que te levou aquele momento. Tem a ver com as expectativas e ideais que tu criaste. Não basta só uma coisa para as coisas resultarem. No meu divórcio na altura, depositaste tanto, que de repente, perceber que só gostar não é suficiente, tira-te o chão”, confessou. “Levou-me a um lugar, que nunca imaginei. Percebi que precisava de ajuda, tive quase cinco dias sem dormir, sem comer, à beira de um esgotamento”, disse revelando que teve de ser medicada para continuar a trabalhar. “Não fiz nenhuma tentativa de suicídio, mas tive a ideia”, confessou, explicando, “que foi um segundo”.
“Achava que não conseguia lidar com aquela dor”, contou.
Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: Impala
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