Sofia Alves foi a convidada de Daniel Oliveira no “Alta Definição” deste sábado, 20 de fevereiro, e abriu o coração para falar sobre os vários problemas de saúde graves que teve ao longo da vida, sobre o marido e ainda da fé e do milagre que viveu no Santuário de Fátima.
A viver em Viseu há vários anos, Sofia Alves revelou que este amor pelo campo lhe foi transmitido pela avó. “Ela tinha uma quinta em Mora, no Alentejo. Para mim, é essencial este contacto com a terra”, disse. “A minha avó era sábia. Ensinou-me a rezar, a amar, a respeitar, a ter vontade de querer trabalhar na terra, ensinou-me o contacto com as coisas simples”, contou.
“Era uma mulher muito forte. Partiu varias vezes a mesma perna e era uma força da natureza. Foi a mulher que mais me soube transmitir o que é o amor”, disse, revelando que tinha 21 anos, quando a avó morreu: “Ela esteve muito tempo internada no hospital de Évora. Eu ia vê-la, dava-lhe a comida à boca e ela ficava à espera que eu a penteasse”.
Sofia Alves disse ainda a Daniel Oliveira, sobre a avó, que sabe que ela é o seu anjo da guarda: “É uma certeza absoluta. A morte e uma passagem. Não estamos no mesmo plano físico, mas ela é o meu anio da guarda”.
Sofia Alves revela o milagre que viveu em Fátima
Sofia Alves explicou ainda que a mudança para o interior aconteceu pelo seu desejo de viver perto do campo. “Sou um privilegiada por ter conseguido encontrar a casa dos meus sonhos e este projeto só faz sentido quando se tem um homem maravilhoso ao lado. O Celso [Cleto]é o amor da minha vida”, disse.
“Ele é um extraordinário filho, pai, amigo e marido. E é isso que eu tento incutir no meu filho, Guilherme, que um homem tem de ser completo. Todos os dias eu rezo para ir à frente do Celso ou os dois no mesmo dia. Sem ele, não vale a pena”, acrescento ainda.
Nesta entrevista, a atriz falou ainda sobre religiosidade. “Não há nada que eu faça na vida sem consultar Deus. A fé não se explica, sente-se. É uma voz interior que eu ouço, é uma forma de ter certezas, cada pessoa tem a sua forma se sentir, e esta é a minha”, referiu, contando depois a experiência surpreendente que viveu em Fátima, em 2010, quando o Papa Bento XVI visitou o santuário.
“Foi maravilhoso, foi o momento mais marcante da minha vida e onde se dá o milagre. Nessa semana, estivemos em Fátima, eu, o meu marido e os meus sogros. Fui pelo lado histórico, pela devoção, não propriamente pela simpatia pelo Papa Ratzinger”, começou por dizer.
“Quando nós estamos à espera dele, dá-se uma atmosfera mística e toda a gente teve a sensação que havia algo no ar mais forte do que nos. Eu não estava preparada emocionalmente para aquele momento. Passada meia hora, o papa entra no papa-móvel, vai à capelinha e foi um momento de silêncio. Foi o momento em que eu revi a minha vida toda, como se estivesse a ver um filme. Consegui ver a luz. Era assustador sentir-me tão vulnerável e tão arrebatada. Queres por a razão a funcionar, mas há algo mais forte do que tu. Foi o avivar da minha fé, foi um novo batismo. Senti que me encontrei”, afirmou.
Depois deste momento, Sofia Alves escreveu uma carta ao Papa. “Tive necessidade de lhe escrever, de lhe contar o que se passou comigo. Eu sempre soube que ele me ia responder, sempre soube. E uns sete ou oito meses depois, respondeu-me”, contou a Daniel Oliveira. “Tenho a carta religiosamente guardada, não vou revelar o conteúdo, mas foi pessoal. ‘Sofia, eu rezo por ti, pela tua família, tens em mim um amigo’. Ter uma resposta daquele homem, que significa tanto para mim, foi algo absolutamente fascinante”, disse ainda.
A hepatite, a surdez e o cancro
Nesta conversa, Sofia Alves recordou ainda os vários problemas de saúde que teve ao longo da vida e que reforçaram ainda mais a sua fé em Deus. ”Aos dois anos, tive uma doença e os médicos diziam que não havia hipótese nenhuma de sobrevivência. Foi um período negro na vida dos meus pais. Eu tinha febres altíssimas, convulsões, depois apanhei hepatite”, contou. “Foi numas Urgências, no hospital, que eles encontram uma médica que lhes disse que sabia o que eu tinha e que me ia salvar. Houve ali a mão de Deus.”
“Dos cinco para os seis anos, perdi a audição. Lembro-me de umas palmadas que levei por acharem que era desobediência e isso marcou-me. Quando deram conta, foram a correr à procura de um especialista e era um valor incalculável. Mesmo com a ajuda dos amigos, não havia dinheiro para pagar”, disse, sublinhando que aquele homem foi, mais uma vez, o seu “anjo da guarda”: “Esse médico disse ‘ela não vai deixar de ser operada e ficar surda, porque vocês não têm dinheiro. Eu vou operá-la’. E salvou-me”.
Em 2013, Sofia Alves foi diagnosticada com um cancro. “É nessas alturas que vais buscar a fé para saber lidar com aquilo, para pedir ajuda, para pedir a vida, pedir mais algum tempo. É Deus que me pode salvar e é e lá que eu vou pedir”, disse, falando ainda da importância do marido em todo o processo: “Ele deu-me a notícia e disse ‘vamos ultrapassar isto, vamos ser fortes’”.
Não pensa em cirurgias plásticas
Sofia Alves, de 47 anos, contou ainda a Daniel Oliveira que está na pré-menopausa, mas que esta nova fase da vida não a assusta. “Estou bem resolvida de cabeça com estas modificações todas que estão a acontecer. Faz parte da vida e eu lido bem com isso. Não vivo obcecada com a beleza, nunca dei muito valor a isso. Preocupo-me mais em cultivar o interior. A minha dignidade e a minha luz vêm de dentro”, afirmou.
Sem grandes preocupações com a imagem, a atriz sublinhou que não pensa recorrer a cirurgias estéticas. “Depois quem é que faz o papel das mais velhas?”, questionou, bem disposta. “Cada idade tem a sua beleza. Saber envelhecer com dignidade é uma grande mais valia para nós, porque não podemos estar presa a uma imagem, ao que foi. Cada idade tem as suas alegrias, as suas agruras. Ninguém gosta de envelhecer com rugas, mas faz parte. A natureza é assim”.
Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: D.R.
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