O nome de Simone Oliveira está gravado na cultura portuguesa e, por isso, foi homenageada na gala deste ano dos Troféus Impala de Televisão 2019. A consagrada artista recebeu o Prémio Carreira e Prestígio, pelas mãos de Jacques Rodrigues, presidente do grupo Impala.
Simone de Oliveira é sinónimo de força, autenticidade e de muita coragem. Aos 81 anos, a consagrada artista, que celebrou 60 anos de carreira em março passado, é um dos nomes mais sonantes do nosso país não só pela música, como também pelo teatro, cinema ou até mesmo televisão.
A intérprete de canções como Sol de Inverno e Desfolhada, com os quais representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção de 1965 e 1969, respetivamente, recordou, numa entrevista concedida aos jornalistas, os prémios conquistados e falou da paixão pela vida.
«São miminhos que sabem muito bem»
«São miminhos que sabem muito bem, sobretudo, quando temos algum percurso, algum caminho. São 60 e muito anos de muita coisa bonita, muita lágrima, evidentemente, de muitos autores, muitas canções, muitos músicos, muitos maestros, muitos palcos, muitos aviões, de muitos nervos, de muito medo, de muitas bandeiras às costas, pois representei muitas vezes Portugal em vários sítios. No Brasil, em Nápoles, Madrid… Guardo essas memórias maravilhosas. guardo as coisas todas que vocês, gente mais nova me têm dado», começou por referir.
Conhecida pela resposta pronta, Simone de Oliveira garante que sempre «teve a mania» de ter uma palavra e de bater o pé.
«Tenho transmitido, às vezes, coisas mais ‘violentas’, às vezes que são capazes de chocar. É aquilo que eu penso, é aquilo que sempre pensei. Por alguma coisa eu bati o pé quando tinha 19 anos e continuo a bater agora um bocadinho mais devagar», conta, entre risos, para depois continuar: «Continuo a ter a mesma paixão por viver. É evidente que hoje há um certo cansaço, claro que sim. Nem sempre acordo a rir à gargalhada . Adoro dormir de manhã . Eu acordar às 9h00 , beber um café e comer uma torrada, fumar um cigarro e voltar para a cama até às 11h30 -12h00. É a coisa mais maravilhosa», referiu.
«Continuo a fumar, continuo a conduzir e continuo a gostar de beber vinho»
Durante a conversa, a consagrada artista confessou: «Continuo a fumar, continuo a conduzir, continuo a gostar de beber vinho tinto. Gosto muito do meu whisky e quando me perguntam ‘quer um chazinho?’, fico com uns nervos que eu digo logo: ‘quero um café, um cigarro um copo de whisky com três pedras de gelo . É a minha resposta porque o chazinho é sempre considerado para a senhora de idade que é uma cosia que me põe completamente ao contrário. Eu tenho a idade que tenho, mas não sou uma senhora de idade. A idade é que me bateu à porta. Ela foi entrando e eu aceito».
«Há muita gente que não tem prazeres da vida e eu lamento. Eu gosto. Enquanto eu puder, enquanto for capaz e me souber bem irei fazê-lo», realçou.
Simone garante ainda que olha para o prémio «com uma certa ternura, com um certo carinho». «Alguma coisa de bom eu fiz. Trabalhei muito, pois estas coisas não acontecem por acaso», terminou.
Texto: Márcia Alves com redação WIN; Fotos: Impala
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