Sérgio Praia
Trabalhou nas obras, passou fome e dormiu na rua

Nacional

Sérgio Praia abriu o coração no programa Alta Definição, da SIC, para falar sobre as dificuldades que passou na adolescência.

Sáb, 19/11/2022 - 18:00

Sérgio Praia, de 45 anos, foi o último convidado do “Alta Definição”, da SIC. O ator abriu o coração a Daniel Oliveira e contou que durante a adolescência passou fome e viu-se obrigado a dormir no seu local de trabalho, nas obras, enquanto estudava teatro.

O artista, que deu vida ao artista António Variações no filme “Variações”, começou por contar que decidiu sair de casa aos 14 anos quando sentiu que a família lhe iria “aniquilar o sonho” de representar. Para isso, rumou até ao Porto, mas rapidamente percebeu que tinha de completar o 9.º ano de escolaridade para poder ingressar numa escola de teatro. “Como não tinha onde dormir, dormi naqueles viadutos, naquelas partes de cima onde escorrem a água (…) no dia a seguir dormi num banco e depois regressei à terra”, relatou, referindo que depois voltou a fugir novamente.

Mais tarde, já com a escola terminada, Sérgio Praia não desistiu de perseguir os seus objetivos, mesmo que isso o tenha obrigado a dormir na rua, a passar fome e a roubar. “Quando fui para o Porto estudar teatro, não tinha onde dormir e não disse a ninguém. Devia ter uns 16 anos e nos tempos livres da escola comecei a trabalhar nas obras, a acartar massa”, disse e acrescentou: “Dormi nas obras. Quando se faz a obra de raiz, fazes sempre uma casinha para aquecer a comida dos construtores e não era fechado. À noite, saltava e ficava lá. (…) Não vou mentir, cheguei a passar numa mercearia e roubei uma maça ou duas, mas nunca consegui mais do que isso. (…) Não queria criar um problema ou então pedia na escola à senhora da cantina uns restos”.

“A roupa pedia emprestado ou na escola havia uma espécie de um cacifo com roupas perdidas e roubava algumas peças”, confessou ainda Sérgio Praia, admitindo que só aí se apercebeu da força que tinah dentro de si. Depois, o ator inscreveu-se num apoio da escola e (finalmente) conseguiu “um valor” que lhe permitiu pagar uma renda.

“Preferia isso a entrar por entre caminhos apertados. Tinha muito medo de me perder nas drogas, no álcool (…) foi sempre um medo. Queria muito ser ator e não podia desviar-me do meu caminho”, finalizou o ator que dá cartas na novela da SIC “Sangue Oculto”.

Texto: Carolina Sousa; Fotos: Redes Sociais 

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