Na Crónica Social do Você na TV, da TVI, desta sexta-feira, dia 15 de março, um dos temas abordados pelo painel de comentadores foram as duras críticas que a associação feminista Capazes, fundada por Rita Ferro Rodrigues, fez em relação aos dois novos programas da SIC e da TVI, Quem Quer Namorar com o Agricultor? e Quem Quer Casar com o meu Filho?, respetivamente, por insinuar que o papel da mulher está a ser inferiorizado.
«As Capazes, raparigas conhecidas por andarem de mãos dadas umas com as outras, nestas campanhas a favor da igualdade, lá está, não gostaram. E eu percebo que não tenham gostado do Agricultor [da SIC]. Como querem ser magras, passam a vida a evitar os hidratos, portanto não comem batata nem nabo. Agora, que também se incompatibilizassem com as sogras», começa por dizer Serginho.
«A questão é simples: para estas defensoras de teorias de esquerda que defendem a troca da minissaia pelo macacão, nestes programas está-se a promover o machismo e o sexismo em todo o seu esplendor. Dizem elas: ‘vergonha!’ Eu concordo. Tenham vergonha, porque algures nos anos 60, quando atiraram os sutiãs para a fogueira, devem ter também queimado, por acidente, um ou dois neurónios», continua.
«Agora será que realmente elas se incomodam com o que dizem ser esta objetificação da mulher, ou estão tristes porque ainda não lhes calhou um noivo a elas? A mensagem das Capazes termina entretanto com o apelo ao boicote aos dois programas, com o recurso a duas hastags, ‘boicote aos domingos’ e ‘eu não vejo’», atira o comentador.
«Não lhes dês publicidade»
Cinha Jardim interrompe o colega: «Não lhes dês publicidade»
O anfitrião da divertida (e polémica) rubrica do programa apresentado por Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes continua: «Eu percebo que elas não querem ver, porque qualquer marreco ou zarolha que apareça na televisão é mais bonita e mais feminina do que qualquer uma delas. Mas porque este é um assunto que nos incomoda, não os programas, mas a limitação moral de quem se julga ‘capaz’ para escrever estes disparates, eis que hoje nos despedimos em modo fado-canção», remata Serginho.
Crónica Social cria fado que arrasa com as Capazes
Inspirados no fado A Casa da Mariquinhas, de Amália Rodrigues, o painel de comentadores criou uma nova letra. Ora leia:
«Foi no domingo passado que acordei,
Para ver o que dava na televisão,
Um programa que entretém, quer para o filho e para a mãe,
Mesmo que a noiva seja feia como um cão.
Quem não gosta nada, nada, são aquelas ‘mal-amadas’,
À Internet encalhadas, incapazes.
Começou-lhes a sair tal seborreia,
Pois qual delas a mais feia?»
Flávio Furtado defende-se: «Eu por acaso não acho nada que as Capazes sejam feias, acho o trabalho delas notório e ainda bem que o fazem.»
«É o politicamente correto, eu não suporto»
Goucha também se pronuncia: «Eu também não as acho feias. Eu tenho lá amigas minhas, a Rita Ferro Rodrigues… Eu acho é que é tudo um exagero. É o politicamente correto, eu não suporto. Por acaso não suporto!»
O apresentador continua: «E quando uma mãe pergunta a uma concorrente: ‘A menina cozinha?’ Eu, se fosse concorrente, perguntava logo e devolvia a pergunta: ‘E o seu filho, sabe cozinhar para partilhar comigo essa tarefa?’ E é assim. Isto é um programa de televisão apenas!»
– «Não é preciso fazer esta peixeirada!»
Texto: Redação WIN/Conteúdos Digitais; Fotos: DR
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