Joana Alvarenga
Sente-se abandonada pela SIC

Famosos

Aos 27 anos e dedicada à carreira de modelo, a atriz, joana alvarenga
quer voltar a dar provas no mundo da representação

Qui, 24/10/2013 - 23:00

Af astada da televisão desde Perdidos na Tribo, Joana Alvarenga desdobra- se profissionalmente entre vários projetos, que incluem os seus negócios e a carreira de manequim. Mas é na representação que quer dar provas e garante que tem muito para dar como atriz. Triste com o afastamento a que a SIC a votou, Joana acredita que, em breve, pode surgir um convite para regressar aos ecrãs. A té lá, dedica-se à sua segunda profissão, sempre com o apoio do namorado, Nélson Vieira, com quem vive há já sete anos.

VIP – Qual é o segredo para ter uma relação estável?
Joana Alvarenga – O segredo é, em primeiro lugar, o facto de termos crescido juntos e ele ter- -me conhecido antes de eu ser artista. Acompanhou-me ao longo de todo o processo. O facto de ele não ser da área também ajuda. Não há monotonia e somos muito amigos. Como temos profissões diferentes, as conversas são sempre novas. Houve sempre um grande respeito pelas nossas profissões. Somos o braço-direito um do outro.

O casamento faz parte dos seus planos?
Já me sinto casada porque vivemos juntos há sete anos. Para mim, o casamento é apenas a assinatura de um papel. A única motivação para casar é celebrar com amigos e família uma união que dura há muito tempo, visto que nunca o fizemos. Imagino o meu casamento numa festa não religiosa, com pouca gente e fora de Portugal. Quem sabe se um dia não vou de férias e volto casada (risos)…

E querem ter filhos?
Estão nos nossos planos. A pesar de ainda não ter sentido o chamamento do relógio biológico, gostava de ter dois. Um casal, de preferência, porque também não sou filha única e gostava que os meus filhos tivessem com quem partilhar segredos e brincadeiras. Mas não está para breve.

É muito ligada à sua família?
Sou mesmo muito ligada, mas não dependente. Tive de sair de casa muito cedo. Contudo, não passa um dia sem que fale com os meus pais.

O que fazem a dois, quanto está de folga?
Praticamente não temos rotina, por causa das nossas profissões. Não somos um casal com horas para jantar ou folgas fixas. Passo muito tempo fora de casa e o pouco tempo que estamos juntos tentamos aproveitar da melhor forma. O tempo de qualidade, por vezes, é passado sozinha com o Nélson. Sou uma pessoa caseira. O nosso hobby é viajar.

Que viagem mais a marcou?
Com o Nélson, foi a viagem à República Dominicana, há dois anos. A paixonámo-nos pela simpatia das pessoas e pela cultura do país. E divertimo- nos mesmo muito! Fizemos amigos nessas férias. Sozinha foi, pela experiência em si, a viagem a Vanuatu, a maior experiência da minha vida a viver um mês com uma tribo.

Quem tem sempre razão lá em casa?
Eu (risos). S omos teimosos, mas tentamos sempre chegar a um consenso. Eu sou mais impulsiva e explosiva e o Nélson mais calmo e coerente.

É ciumenta?
Já fui muito ciumenta (risos) no início do namoro. Mas, com tanto tempo de relação, a segurança afastou o ciúme. O Nélson também não é ciumento, o que é bom, na minha área. É das primeiras pessoas a ver e a criticar os meus trabalhos.

Que projetos tem em mãos?
Tenho muitos, mas não televisivos. Realmente, de momento, nada ligado à televisão. Abri vários negócios e tenho uma loja de desporto. Como manequim, tenho tido muitos desfiles e fotografado para muitos catálogos.

Tem saudades de representar?
Tenho muitas saudades de representar. Sou atriz e manequim, mas dediquei-me de corpo e alma à representação e estudei para isso. Todos os projetos televisivos em que participei ajudaram-me a crescer. O vício fica cá para sempre…

A que se deve o afastamento? Vontade sua?
Não é vontade minha. É uma pergunta que faço a mim mesma, todos os dias, porque também não sei a resposta. Em todos os projetos em que entrei dei sempre o meu melhor, fui sempre perfeccionista e profissional. Dei muito de mim a todas as personagens. Não compreendo o afastamento, com opiniões tão positivas e com trabalhos de sucesso, como os Morangos com Açúcar e a Rebelde Way. E também o programa Perdidos na Tribo, onde não fiz – como sabem – representação e cujo sucesso foi evidente. Ao fim de sete anos, a conclusão a que chego é que talvez o afastamento se deva ao facto do meu poder na TV ser medíocre, considerando que não namoro com uma pessoa pública, os meus pais não são conhecidos e a minha vida não é polémica. Olhando para o panorama nacional, só posso tirar essa conclusão. Também não aceito trabalhar a preço de saldo e, hoje em dia, há muitos que fazem isso. A qualidade e a formação têm o seu preço. Perdeu-se a noção de qualidade/preço na televisão…

Existe mágoa nessas palavras?
Não, mas tristeza sim, porque lutei muito para chegar onde cheguei. Deixei a minha cidade com 19 anos para ser atriz. Abandonei a minha família e o meu namorado por um sonho e agora estou afastada dele. Estou triste, mas já passei a pior fase. Neste momento, não é algo que me tire o sono. Temos que arranjar soluções. Continuo com a minha segunda profissão, enquanto modelo, área na qual tenho trabalhado imenso, e continuo à espera de propostas na representação. Sou atriz por vocação e nunca vou deixar de o ser…

Acredita que ainda tem muito para dar?
Acredito que sim, pois considero que é ainda muito pouco aquilo que fiz e sou uma apaixonada pela minha profissão. Tenho esperança de poder voltar a um projeto televisivo sério, como todos aqueles em já entrei. Apesar do afastamento, o público não a esquece, inclusive lá fora… Neste momento, os projetos que fiz estão a passar da televisão. A Rebelde Way está no ar na RTP África e RTP Ásia, os Morangos com Açúcar estão no Panda e o Perdidos na Tribo está sempre a ser repetido na TVI+. Por isso, ainda hoje em dia recebo mensagens de todo o País e de todo o Mundo onde a pergunta que mais me fazem é porque não tenho novos projetos. A Rebelde Way, por exemplo, está a ser um sucesso em Cabo Verde e Moçambique.

Alguma vez foi “maltratada” no mundo da televisão?
Sim… fui “maltratada” pela SIC, pois quando estava a gravar a Rebelde Way o contrato foi assinado para duas séries e foi cancelado no final da primeira, sem nenhuma justificação plausível. Senti-me abandonada pela SIC, que sempre prometeu dar continuidade ao meu trabalho num futuro imediato. Estamos em 2013 e nunca mais fui contactada pela estação.

O que mudou desde que começou nos Morangos com Açúcar?
Quando comecei estava iludida. Imaginava a televisão como um mundo perfeito. Agora, estou muito mais madura e tenho os pés bem assentes no chão.

É feliz? Sente-se realizada?
Sou feliz, mas não realizada porque quero sempre fazer mais. Aos 27 anos quero evoluir ainda muito mais. Sou uma eterna sonhadora.

Qual é a sua maior perdição?
Viagens! Se pudesse, fazia a mala uma vez por mês!

Texto: Cíntia Valente; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Nucha; Cabelos e maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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