Sem a bênção dos pais, MARIANA MONTEIRO decidiu sair de casa aos 17 anos, mudando-se do Porto para Lisboa, para perserguir o sonho de ser actriz. Agora, os pais são os seus maiores fãs. “A adaptação custou muito”, garante a protagonista de Deixa Que Te Leve, da TVI, que fala de tudo à VIP, menos do ex namorado, e desmente qualquer romance com JOÃO CATARRÉ.
VIP – Como é que está a ser interpretar a Luz, de Deixa Que Te Leve?
Mariana Monteiro – Está a ser mais intenso do que é normal, mas é compensador ver o resultado final.
É fácil para si, que tem 20 anos, encarnar uma mulher mais velha?
Nem sempre. Às vezes leio a cena e tenho de dizer a mim própria para a entender como se tivesse um bocadinho mais de maturidade, mais idade. Sente que a história da Luz pode também ser a sua, dado que saiu do Porto muito nova e veio para Lisboa atrás de um sonho, ainda por cima sem o apoio dos seus pais? Nunca tinha pensado nisso, porque nunca tive tanta contrariedade, tanta coisa a correr mal, nem uma vila inteira a querer expulsar-me. Portanto, nesse sentido não me consigo identificar.
Mas há coisas suas na Luz?
Sim, há uma alegria de viver, um riso que é partilhado pela personagem. Eu não sou nada calma, sou mais para o extrovertida. Sou acelerada demais.
Protagonizar uma novela aos 20 anos era um sonho?
Costumo pensar é que com 20 anos já fiz “x” trabalhos, “x” personagens e isso é que me agrada. É isso que me faz sentir realmente uma sortuda. Mas também empenhei-me para ter trabalho com esta recorrência.
Sempre quis ser actriz?
Não. Eu gostava muito de astronomia, política e representação. O psicólogo disse-me que política e representação eram a mesma coisa e eu eliminei logo uma hipótese. Astronomia era algo que me interessava desde miúda, mas só se fosse para trabalhar na NASA. A representação surgiu naturalmente.
É uma pessoa insegura?
Sou insegura no plano pessoal, no profissional não, sou convicta do que sou.
Como é que explica isso?
Sou muito exigente comigo e acho sempre que posso fazer melhor, o meu limite está bem alto.
Mas como é que uma rapariga que é tão segura no que faz é insegura a nível pessoal?
É verdade. Uma coisa é o trabalho, outra somos nós na vida. No plano emocional eu sou muito diferente. Até agora ainda não aprendi a fazer a gestão entre o meu sucesso profissional e a minha autoconfiança. A representação trouxe-a até Lisboa há quatro anos.
Já se sente em casa?
Já estou adaptada.
Não sente saudades de casa?
Tenho saudades da minha família e dos meus amigos, mas seria incapaz de viver lá outra vez. Preciso de uma cidade maior, uma cidade que me ofereça trabalho. Já criei aqui muitos laços.
Qual foi a maior dificuldade na adaptação?
Foi estar a viver de repente, aos 17 anos, sozinha.
E a seguir o sonho leva-a para onde?
Eu tenho contrato com a TVI e até este terminar devo fazer outro projecto, mas depois disso quero estudar representação. Queria ir estudar para fora. Necessito ter uma formação na minha área.
A maior parte dos seus colegas vão para Nova Iorque estudar. É esse o destino?
Não sei, já pensei em Nova Iorque, em Espanha.
Os seus pais já a perderam para Lisboa. Em breve podem vê-la a ir para fora, como é que estão a reagir?
A minha irmã também já está fora. É óbvio que lhes vai custar. No princípio foi complicado para eles, não me apoiaram porque, com certeza, tinham outras ideias para mim.
O que é que eles queriam que fosse?
Médica, até que perceberam que eu não podia ver nem uma gota de sangue.
Mas mostrava que queria ser actriz? Fazia teatrinhos em casa, por exemplo?
Palhaçadas sempre fiz. Sempre fui muito dinâmica, mas daí até eles pensarem que eu queria ser actriz e fazer disto vida… vai uma grande distância. Agora eles são os meus maiores apoiantes. Digo isto com orgulho porque sinto que são meus fãs incondicionais e que me apoiam. Não foi assim de início, e eu entendo-os, porque se eles nunca tinham pensado que eu pudesse ser isto, ainda é mais difícil de encarar quando eu resolvo ir para outra cidade.
Sente-se uma mulher de coragem por ter saído de casa atrás do sonho tão nova e sozinha?
Sou uma pessoa que hoje fomenta muito isso. Nós culturalmente somos um povo que sai muito tarde de casa. Sou a favor de um ganho de independência mais cedo. As pes-soas têm de perceber o que é a vida. Viver sabendo que os pais estão lá, mas sem precisar da ajuda e da contribuição deles
para tudo. Ganha-se uma maturidade, uma experiência de vida diferente. Não sei se quando for mãe vou dizer ao meu filho que pode sair de casa cedo, mas pronto… Mas vou tentar pelo menos lembrar-me do meu tempo.
Quer ter filhos? Casar?
Sonho ter uma família grande, um Natal cheio, mas tudo a seu tempo. Sou tão nova…
Sempre foi muito independente?
Não, não era nada. Os meus pais são muito pais-galinha, sempre foi tudo muito regradolá em casa. Mas eu andava sempre com a minha irmã, que é quatro anos mais velha, e com os amigos dela. Tinha conversas sempre mais “à frente” da minha idade, e eu sentia-me deslocada no meu núcleo porque queria um pouco mais. Não sei se isso não me ajudou também, porque já não sentia só o peso dos 16, sentia mais.
Sente que deixou de ser criança muito cedo?
Não, porque ainda hoje eu tenho infantilidades. Graças a Deus, até sou bastante infantil. Serei sempre uma eterna criança.
A sua irmã está em França. Como é a vossa relação?
Não nos vemos muito, infelizmente. Mas tentamos manter contacto, claro. Partilho muita coisa com ela.
Acabou a relação com o Daniel Cardoso e fala-se que namora com o seu colega João Catarré…
Não comento o primeiro assunto e desminto o segundo.
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres, Produção: Nucha; Cabelo e Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel; Agradecimentos: Estalagem do Sado; El Corte Inglés; Accessorize; Zara; Loja das Meias e Tara Jamon
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