Sara Norte debate-se com a doença da irmã
«A Beatriz continua a ser medalha de honra»

Nacional

Numa altura em que a atriz já perdeu a mãe e superou as divergências familiares, Sara Norte abre o coração e fala da leucemia da irmã.

Sex, 18/01/2019 - 11:16

O programa A Tarde É Sua recebeu, esta quarta-feira, dia 16 de janeiro, Sara Norte para uma retrospetiva de vida. Fátima Lopes conduziu esta que foi uma conversa franca e que tocou em assuntos muito delicados… Falou-se do cancro que a mãe, Carla Lupi, não venceu e do passado complicado que atravessou no mundo das drogas e que a empurrou para a prisão.

Porém, o presente é o que mais a preocupa… Ao lado da irmã mais nova, Sara Norte tem apoioado Beatriz, de 13 anos, na luta contra uma leucemia que lhe foi diagnosticada há cerca de um ano.

Profundamente chocada com o diagnóstico da irmã, Sara Norte não desvia, um segundo, o pensamento positivo, mas o primeiro impacto não foi fácil, como conta: «Foi duro. Eu não queria acreditar, para ser muito sincera. Foi um choque mas, desde o primeiro momento que eu acreditei que a minha irmã iria conseguir vencer a doença. Porque a minha irmã tem uma força, é uma menina muito especial, desde pequenina.»

 

«As crianças têm mais resistência do que os adultos»

Focada na cura de Beatriz, a filha de Carla Lupi e Vítor Norte acredita que a adolescente tem a força de que precisa para ultrapassar uma doença oncológica. «Acho que dos irmãos, do lado da minha mãe, acho que a Beatriz vai ser aquela que vai ter mais cabeça, é mais inteligente, é a mais bonita também, e ela tem uma força e forma de ultrapassar as coisas. A Beatriz continua a ser medalha de honra mesmo estando doente. Sempre acreditei que a Beatriz se fosse salvar», refere, com convicção.

«Nunca pensei negativamente, aliás porque não podemos, é uma criança. Temos que dar força a ter esperança e foi isso que o pai, que vive com a Beatriz, e que eu adoro, admiro-o imenso, é um pai extraordinário, aliás, o pai, o avô, toda a família se uniu por causa da Beatriz e realmente era bonito e emocionante nós chegarmos ao Hospital e apesar de estarmos todos com uma dor por dentro, estar toda a gente com um sorriso, porque tínhamos que estar. Havia dias em que ela não estava [com um sorriso no rosto], mas eu acho que as crianças têm mais resistência do que os adultos a qualquer doença», conta, recusando-se a transmitir sentimentos de negatividade à irmã.

 

«Sentia um dever cumprido»

Têm a mesma mãe e pais diferentes, mas esse não é, de todo, um critério que as afaste. Ainda assim, há conversas que as duas não têm e, entre elas, o tema «cancro» é pouco abordado. «A Beatriz é mais resguardada. Ela tem muito o feitio da minha mãe, é muito parecida, e então ela guarda mais isso, e ela e o pai têm uma relação muito grande, são quase melhores amigos e acho que ela, essa conversa, deve ter tido com o pai dela, que foi quem realmente esteve dia e noite com ela no hospital», confidencia.

De recordar que, no período em que Carla Lupi perdeu a luta contra o cancro, Sara estava presa e não acompanhou os últimos capítulos da vida da mãe. Mas com Beatriz tem sido muito diferente e a atriz não prescinde de estar presente, sobretudo durante os tratamentos. «Sim, com ela pude estar presente [ao contrário do que aconteceu com a mãe]. No período em que ela esteve no IPO estive quase sempre lá. Sentia um dever cumprido, já que a minha mãe não podia estar lá, embora eu soubesse que ela estava de outra forma, mas é bonito ver uma família inteira, não só eu, porque estava muita gente. A Beatriz estava sempre com a sala cheia e as enfermeiras estavam sempre a dizer para sairmos porque éramos muitos», começa por contar.

De regresso à ficção

A própria vida de Sara Norte daria um filme, mas é a viver na ficção que se sente verdadeiramente realizada. Recentemente, participou no filme «Fátima», com estreia agendada para breve. Na trama, interpretou um papel a que deu o nome «Carla», para homenagear a progenitora.

«A minha personagem foi uma homenagem a ela, portanto, o filme acaba com a procissão das velas e eu a meio do filme disse ao João: ‘Não, João, eu preciso mesmo de ir por a velinha para a minha mãe que eu ponho sempre que passo numa igreja’ e ele autorizou, claro, e lá fui eu para a procissão das velas, foi emocionante», descortina, por fim, não esquecendo a mãe.

Texto: Tânia Cabral; Fotos: Arquivo Impala e Instagram
 

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