Sara Carbonero partilhou com o mundo, através do Instagram, uma notícia pouco feliz esta terça-feira, 21 de maio. A mulher do futebolista Iker Casillas está a lutar contra um cancro do ovário, pouco tempo depois de o guarda-redes do FC Porto ter sofrido um enfarte agudo no miocárdio.
«Quando ainda não tínhamos recuperado de um susto, a vida surpreendeu-nos novamente. Desta vez, tocou-me aquela palavra de seis letras que ainda me esforço para escrever. Há alguns dias, num check-up, os médicos encontraram um tumor maligno no ovário e eu já fiz uma cirurgia. Tudo correu muito bem, felizmente, nós encontramos a doença muito cedo, mas ainda tenho alguns meses de luta enquanto continuo a fazer o tratamento correspondente», revelou. «Estou tranquila e com a confiança que tudo vai sair bem. Eu sei que a estrada será difícil, mas que também terá um final feliz», escreveu nas redes sociais.
«Tenho o apoio da família e amigos e uma ótima equipa médica. Aproveito para pedir aos meus colegas jornalistas o respeito e compreensão com que sempre me trataram nestes momentos difíceis e delicados para mim e para a minha família», terminou.
Mas, afinal, o que pode ajudar na prevenção desta doença?
Cancro do Ovário
Diversas sociedades científicas alertam para a importância do teste genético na prevenção e tratamento do cancro do ovário, uma doença que matou mais de 400 mulheres em Portugal em 2018.
«Impõem-se fazer o rastreio genético pois este teste, obrigatório para quem é tratado, se for positivo, é obrigatório encaminhar para consulta de genética médica os familiares em risco de poderem herdar essa alteração, porque esses, que não têm doença, têm de fazer medidas de vigilância e redutoras de risco para evitar que venham a tê-la», considera Gabriela Sousa, da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO).
A médica oncologista sublinha ainda: «Se até há pouco tempo [este teste] não tinha impacto no tratamento, hoje em dia há medicamentos que foram desenvolvidos no sentido de beneficiar um grupo de mulheres que é pequeno, que são quem teve cancro do ovário e tem esta mutação genética.»
Em 2018, surgiram em Portugal 574 novos casos de cancro do ovário e morreram 412 mulheres com a doença.
Apesar de apenas 1,3 por cento das mulheres na população em geral virem a desenvolver cancro do ovário ao longo das suas vidas, a predisposição genética é um importante fator de risco para o desenvolvimento deste tumor.
Num comunicado conjunto, a SPO, as sociedades portuguesas de Ginecologia, Senologia e Genética Humana, a Liga Portuguesa contra o Cancro e a Evita – Associação de apoio a Portadores de Alterações nos Genes relacionados com Cancro Hereditário recordam que cerca de 44 por cento das portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA1 e cerca de 17 por cento das portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA2 vão desenvolver cancro do ovário até aos 80 anos.
«É importante que as mulheres estejam atentas à sua história familiar»
«Cerca de 85 por cento do cancro do ovário é esporádico e cerca de 15 por cento é hereditário, pelo que é importante que as mulheres estejam atentas à sua história familiar porque este é evitável», afirma Gabriela Sousa, do conselho científico da SPO, sublinhando a importância de prevenir que pessoas saudáveis venham a ter a doença.
«Fica mais barato fazer prevenção do que fazer tratamento», acrescentou.
A especialista defende que deve haver uma atuação a vários níveis: «É preciso dizer à população que o teste existe para que todos o conheçam e é preciso sensibilizar a parte clínica e quem tem o poder de decisão.»
Informe-se melhor sobre este assunto aqui.
Texto: Redação WIN; Fotos: Reprodução Redes Sociais
Siga a Revista VIP no Instagram