Rute Miranda
RUTE MIRANDA está apaixonada pela sua Violante de Deixa Que Te Leve, da TVI

Famosos

‘Fazer um nu frontal está fora de questão’
Estreou-se nos palcos, como actriz profissional, com apenas 17 anos. Desde então Rute Miranda nunca mais abandonou o ofício, tendo repartido
a carreira entre o teatro e a televisão.

Seg, 25/05/2009 - 23:00

Estreou-se nos palcos, como actriz profissional, com apenas 17 anos. Desde então RUTE MIRANDA nunca mais abandonou o ofício, tendo repartido a carreira entre o teatro e a televisão. Baía das Mulheres, Morangos Com Açúcar e Olhos nos Olhos são alguns dos trabalhos que constam no currículo televisivo desta portuense, que trocou a Invicta por Lisboa. Foi assim que se deixou levar pela nova novela da TVI. Deixa Que Te Leve, onde desempenha o papel da romântica e apaixonada Violante, é o seu novo desafio profissional, que Rute acredita vir a conquistar os portugueses. E quem ficar “apaixonado” por esta actriz, de 33 anos – mas que não aparenta mais de 27 –, poderá acompanhar Rute Miranda nos palcos, no final do ano, na peça Otelo.

VIP – De olhos nos olhos, que tipo de “caso da vida” é a sua personagem, Violante, na novela da TVI, Deixa Que Te Leve?
Rute Miranda – A minha personagem, a Violante, é um “caso da vida” na medida em que faz parte da realidade, no sentido de que mostra a realidade de diversas vivências que muitas pessoas acabam por ter. É uma personagem romântica, que acredita no amor e ama muito. Disse que a sua personagem é muito romântica e que ama muito.

A Rute Miranda também é uma pessoa romântica e apaixonada?
Sim, sou uma pessoa apaixonada e romântica, sem dúvida.

Como é que se manifesta o seu romantismo?
O meu romantismo manifesta-se de todas as formas que possa achar que são românticas…

Gosta das surpresas, das flores…
Gosto… Por mais que as pessoas possam dizer “Ai que lamechas”, não tenho vergonha nenhuma de dizer que gosto de todos os clichés que envolvem o romantismo: receber flores, abrir a porta do carro, as dedicatórias, as cartas de amor…

É uma actriz que gosta de se inspirar naquilo que observa no dia-a-dia, nas pessoas que encontra no café ou com quem se cruza no metro?
Pode parecer um cliché, mas isto é bem verdade: o actor vive muito da observação. Imaginemos que tenho de fazer uma personagem com limitações físicas, que ande de cadeira de rodas, por exemplo. Nesse caso, vou ter de observar e trabalhar com pessoas que estejam em cadeiras de rodas. O actor é alguém que precisa de estar atento ao olhar, à forma de falar, ao registo de voz ou à postura das pessoas.

Já deu consigo a chorar por se envolver em demasia com uma personagem? Ou ficar obcecada com uma personagem antes de adormecer?
Já me aconteceu em teatro há alguns anos. Tive uma personagem em que coloquei muito das minhas emoções e não soube dosear o que seriam as emoções suficientes. E houve um dia em que estávamos a ensaiar e senti que tinha de chorar. E o encenador, que era basco, disse-me: “Quero que chores.” Agora, já me aconteceu também levar personagens para o meu sono, para a minha almofada. Aliás, crio muito quando estou relaxada na minha almofada, principalmente à noite antes de adormecer ou quando acordo de manhã.

E é possível existir essa entrega toda numa novela ou isso só acontece em teatro? Isto porque o ritmo das novelas é um pouco “fast food”…
Não concordo. Para mim, não existe a palavra “fast food” nem em televisão, nem em teatro nem nas dobragens. Até pode haver situações em que as coisas são mais rápidas, mais mediáticas e fugazes, mas acredito que a ficção nacional está a caminhar cada vez mais no bom sentido.

É essa noção que lhe advém das várias novelas e séries em que participou?
Sim, felizmente, a minha carreira tem vindo a ser contínua e a minha opinião é a de que não existe “fast food”. Tenho a certeza que em termos de ficção nacional está tudo a caminhar no bom sentido. Cada vez há mais pessoas e mais exigência. As pessoas são obrigadas a ter formação e condições de qualidade para fazerem certos trabalhos. Há dez anos, possivelmente, não pediam a um actor para cantar ou para tocar e hoje isso é normal. O actor, hoje, já tem de saber cantar ou tocar algum instrumento. Existe cada vez mais uma maior exigência técnica.

Nos Casos da Vida, teve de interpretar personagens baseadas em pessoas reais e factos verídicos. É um desafio diferente ter de dar vida a personagens inspiradas na realidade?
Eu fiz três Casos com três temas diferentes. Gostei dos três, mas confesso que o primeiro foi marcante, porque consegui emprestar à minha personagem, que era a namorada de um filho que batia no pai, uma certa comicidade. Refiro este trabalho, porque gostei do registo de comicidade que dei à personagem e é algo que gostava de fazer mais vezes.

Apesar de ser actriz desde os 17 anos, e com formação específica na área, já fez alguns trabalhos como modelo…
Não sou modelo nem nunca fui, mas já tive alguns convites para dar a minha imagem como modelo.

Nunca achou que os trabalhos como modelo prejudicassem ou “beliscassem” minimamente a sua reputação como actriz?
Não. Na minha opinião, cada “macaco” deve estar no seu “galho” desde que tenha consciência que lá pode estar. Acredito que, mais tarde ou mais cedo, as pessoas vão ter consciência de que aquele “galho” não é deles.

Acha que há uma selecção natural?
Eu não duvido que essa selecção natural exista, só que demora tempo. Não tenho dúvidas de que as pessoas com maior formação a nível cultural e pessoal são as pessoas que vão ficando. Há pessoas que têm muito talento e uma imagem fantástica. Mas há pessoas que têm uma imagem fantástica e nunca vão ter talento. Mas acredito que essas pessoas acabam por se aperceber que ser actor dá muito trabalho. É preciso ler muito, é preciso muita concentração… Ser actor implica sofrer e dá muito trabalho mesmo.

Há três anos foi capa da revista Maxmen. Agora que temos a Playboy em versão portuguesa, aceitaria posar nua?
É uma pergunta muito em voga, mas não tenho conhecimento do trabalho que é feito na Playboy…

Mas conhece a Playboy americana…
Sim, mas em relação às minhas personagens, defendo-as da melhor forma possível e não tenho nenhum pudor com o meu corpo porque, além de trabalhar com os meus sentimentos, com as minhas emoções, trabalho com o meu corpo também. Em relação a fazer um nu frontal está completamente fora de questão.

Mas, caso não fosse um nu frontal, posaria para a Playboy?
Neste momento, é uma pergunta que não me fizeram e eu não tenho opinião formada. Não vou dizer nem que sim nem que não.

Quanto a teatro, vai terminar este ano em beleza com a peça Otelo, de Shakespeare…
Sim, a peça estará em cena em Dezembro. Será uma produção da ACE/Teatro do Bulhão. É uma peça grande com poucas mulheres, com muitos homens, e que tem a ver com um tema contemporâneo, que é o amor e o ódio; no fundo, as relações e os sentimentos. 


Texto: Nuno Calado Costa e Helena Magna Costa; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Manuela Costa; Cabelo e Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel; Agradecimentos: Dog Alemão 913 203 433 (Sérgio Almeida); BodyPlaza; Bubbles Company, Amoreiras; Arezzo; Anna G

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