Rui Veloso não gosta mesmo do Festival da Canção e muito menos da Eurovisão. Depois de ter criticado a desafinação dos intérpretes, na segunda parte da entrevista a Rui Unas, o músico prossegue, já no terceiro segmento, a criticar não só o certame nacional como também o internacional. Questionado por um seguidor do webshow Maluco Beleza sobre se ponderaria uma colaboração com um artista para uma possível participação na Eurovisão, o músico não teve papas na língua.
«Eu vou ser curto e humorístico: sempre achei o festival da Eurovisão uma pimbalhice do caralho e não deixa de ser para mim. Aquilo continua a ser uma pimbalhada. Um gajo vai para a Eurovisão e é aquele circo que a gente vê. Aquilo não presta para nada», atira Rui Veloso.
O músico critica também o facto de, nas últimas duas edições, o certame organizado pela RTP contar com profissionais da rádio do Estado.
«Não vale a pena serem os padrinhos, os alternativos da Antena 3, que agora são os padrinhos da Eurovisão. É uma coisa estranhíssima, virem os alternativos meterem-se num festival pimba», diz Rui Veloso.
Rui Unas responde que tal se deve ao «fenómeno Salvador Sobral», referindo ao vencedor do Festival da Eurovisão 2017. «De repente, tornou-se cool gostar-se da Eurovisão», continua o anfitrião do Maluco Beleza.
Rui Veloso contrapõe: «Mas antes de aparecer o Salvador, já isto foi apadrinhado e organizado por uma série de pessoas ligadas à Antena 3, que não acho que divulgue devidamente a música portuguesa e pessoas que até tinham vergonha de passar a minha música e agora estão nisto. Acho muito estranho a coisa estar a passar-se desta maneira».
Claramente um opositor do formato, que este ano teve como vencedoras Cláudia Pascoal e Isaura, Rui Veloso considera que o Festival da Canção é «uma pimbalhada do caraças». «Não é nem carne nem peixe».
Rui Unas contrapõe, afirmando que a Eurovisão serviu para dar a conhecer Salvador Sobral tanto em Portugal como lá fora. Algo com que o intérprete de «Não Há estrelas no Céu» parece discordar.
«Não conheceriam dessa maneira. Eu nem sei se foi bom para o Salvador. Conheço o Salvador há muitos anos, de miúdo. Lembro-me do Salvador a cantar, pequenito, com voz fininha, e eu já ficava espantado», afirma.