Rui Maria Pêgo, de 30 anos, foi o convidado do programa Conta-me Como És, da TVI, deste sábado, dia 27 de julho.
O filho mais velho de Júlia Pinheiro, apresentadora da SIC, está na estação de Queluz de Baixo desde a estreia da nova edição de A Tua Cara Não Me É Estranha (19 de maio), onde tem o papel de jurado. Rita Pereira e Fernando Pereira completam o júri do concurso televisivo.
O apresentador começou por revelar a Fátima Lopes o processo de entrada no Curto-Circuito, da SIC Radical, há cerca de dez anos. O filho da estrela da SIC foi o vencedor da 5.ª edição do casting do programa da estação de Paço de Arcos.
«Os meus pais pensavam que eu não ia ganhar»
«Estava em Direito na [Universidade] Católica e nas costas dos meus pais mandei a minha ficha para me inscrever no casting do Curto-Circuito. Os meus pais achavam que eu não ia ganhar por ser filho deles», conta.
O sonho do artista passava por duas coisas: ou ser apresentador ou ser cantor. Atualmente, e seguindo as pisadas da mãe, é uma das promessas televisivas do panorama nacional.
«Eu era muito chato»
Rui considera que era uma criança muito chata. «Eu era um nerd, era muito chato. Com sete anos andava com um atlas debaixo do braço», revela, entre risos.
A certa altura, Maria Botelho Moniz surpreende, através de um vídeo, o amigo. «A Maria é das minhas pessoas preferidas do Mundo. Quando a vida da Maria mudou eu senti uma obrigação de estar com ela, de me aproximar dela. Na altura, nós não éramos amigos chegados», conta o filho de Rui Pêgo.
«Fi-lo, não por mim»
O jurado do programa A Tua Cara Não Me É Estranha conta o porquê de ter assumido, publicamente, a sua homossexualidade.
«Fi-lo, não por mim, mas tinha acabado de acontecer um atentado em Orlando (EUA), e senti que se não o começássemos a fazer, poderíamos acabar da mesma maneira. Ainda há uns dias um miúdo foi agredido por três homens em Coimbra. O facto de os pais estarem presentes numa marcha LGBT é fundamental para que os filhos percebam que estão protegidos, por exemplo», avança.
No entanto, o também locutor de rádio (embora agora esteja somente a trabalhar em televisão), confessa a Fátima Lopes que queria ter-se assumido, publicamente, «há muito tempo». «Ainda hoje recebo mensagens. Não esperava ser capa de jornais, mas ainda bem. Senão não tinha chegado a tanta gente. Somos todos pessoas e eu acredito que esta é a minha causa. Mas eu tive muito medo. Na altura trabalhava numa rádio católica…» Perante isto, Fátima elogia o jovem: «Foste muito corajoso!»
«Fui dissuadido muitas vezes e acredito que perdi oportunidades de trabalho porque havia a leitura de que era gay e não falava. Percebi que tinha de haver a mudança», continua.
Rui Maria Pêgo conta que Manuel Luís Goucha é uma «inspiração tremenda». «De uma coragem e elegância… é o melhor apresentador», afiança.
O custo da fama «acrescida»
O artista lamenta algumas coisas que lhe foram ditas, por ser filho de quem é: «Isto de haver sempre uma leitura sobre ti é injusto. Quando eu entrei no quadro de honra da escola, com 10 anos, disseram-me que só o consegui por ser filho de quem sou.»
«Durante muito tempo os meus pais não queriam que eu trabalhasse nesta área. Para me protegerem, claro. Temos de estar muito próximos de quem somos, senão perdemo-nos. Às vezes pensava: ‘Será que eu sou aquilo que escrevem?’»
Família unida
As irmãs do apresentador deixaram-lhe mensagens emocionantes: «És um super-herói», «És um exemplo», «Temos muito orgulho em ti», são alguns exemplos de frases que as três referiram.
«Adorava ter tido irmãos, mas as mulheres tem um papel muito importante na minha vida. A minha leitura sobre o que é generosidade vem muito do facto de ter crescido no meio de mulheres, por exemplo», conta.
Mas não foram as únicas. Rui Pêgo, o pai do jovem, também aceitou o desafio. «O Rui Maria é o melhor homem que eu conheço. Amamos-te muito», disse.
«Ligo muito mais ao meu pai do que à minha mãe. Até porque não atende. Não é daquelas mães que está sempre a ligar e a perguntar se comi o ‘peixinho’. Ela está sempre em estúdio, está sempre noutra. Mas ela é maravilhosa, muito engraçada. O sentido de humor não vem por acaso. Quando lá vou a casa ela faz muita carne: ‘Tu come carne!’ Ou seja, acaba por ser também a mãe que não quer ser assim, mas não consegue deixar de o ser», remata, com um grande sorriso no rosto.
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Texto: Ivan Silva; Fotos: Reprodução Instagram
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