A morte de Rogério Samora, aos 62 anos, deixou amigos e familiares em choque. O ator estava internado, há quase cinco meses, na sequência de duas paragens cardiorrespiratórias – uma durante as gravações da novela “Amor Amor”, da SIC, e outra já a caminho do hospital.
A partida prematura de Rogério Samora deixa saudades aos colegas com quem o artista se cruzou em palco e nos ecrãs, como muitos fizeram questão de salientar nas redes sociais. Depois das cerimónias fúnebres, que se realizam nos próximos dias, o família terá de se dedicar a factos mais burocráticos, como é o caso da herança.
Uma vez que o ator não tem filhos, o seu pai é, por lei, o herdeiro direto. Contudo, até há bem pouco tempo, Edmundo nem sequer sabia da condição do filho. Foi o primo Carlos Samora quem, no verão, o afirmou em declarações à NOVA GENTE, explicando que esta foi a forma que, em conjunto com os médicos, encontrou para proteger o tio. “Ele está internado num lar e a sua situação também não é nada fácil. (…) Não há necessidade de o estar a fazer sofrer. Se o pudermos evitar, melhor”, disse Carlos, garantindo que o pai de Rogério Samora não estranha a ausência do filho porque este “raramente lá ia” devido à sua vida profissional “complicada”.
O pai de Rogério Samora está internado num lar há vários anos e o ator chegou a falar publicamente sobre o caso. “Desistiu após a morte da minha mãe. Aceito e compreendo. Escolheu viver o resto dos seus dias da maneira mais difícil, mais dolorosa. Ainda está vivo. E que assim se mantenha por muitos anos, é o que desejo”, explicou o ator numa entrevista.
Por lei, e depois dos ascendentes, a transmissão de bens faz-se entre irmãos e descendentes destes. Só que, neste caso, Samora tem um irmão, Paulo, cujo paradeiro era, também até há pouco tempo, desconhecido. O familiar do ator garantiu à nossa revista que lhe enviou uma mensagem a 21 de julho, um dia depois de Samora ter sofrido as paragens cardiorrespiratórias, mas não obteve “qualquer resposta”. “O Paulo vive em Espanha e sempre esteve afastado do Rogério. Eu enviei-lhe uma mensagem porque achei que era isso que tinha de fazer, mas nem sei se ele está vivo ou morto. Há anos que não temos notícias dele”, sublinhou, frisando que os primos nunca foram próximos e com a ida de Paulo para fora do País, a pouca ligação que existia acabou por se perder.
Em 2018, em entrevista a Júlia Pinheiro e João Paulo Rodrigues, que então conduziam o extinto “Queridas Manhãs” da SIC, Rogério Samora emocionou-se ao revelar à dupla de apresentadores que não conseguia ajudar o irmão com “um grave problema mental”. O ator relatou, então, a vez em que este lhe enviou uma “mensagem muito manipuladora”. “Eu desatei a chorar no meio da rua e não conseguia parar”, lembrou.
Samora sublinhou, na época, que a principal causa para o mal-estar entre ambos era monetária. “Porque é que eu não consigo ter uma relação boa com o meu irmão? Só o dinheiro é que serve de laço familiar”, lamentou.
Legalmente, e caso não haja qualquer testamento, os herdeiros estão definidos pela lei de acordo com a seguinte ordem: cônjuge e descendentes, cônjuge e ascendentes, irmãos e seus descendentes, outros parentes na linha colateral até ao 4.º grau e o Estado.
No seu site, a DECO adianta que “os herdeiros mais chegados ao falecido são os primeiros a ser chamados à sucessão, excluindo o direito de herdar dos mais afastados”. “Se, por exemplo, o falecido deixar cônjuge e filhos ou só estes últimos, os seus pais não serão chamados à sucessão. Se não deixar filhos, mas os pais sobreviverem, os seus irmãos não herdarão e assim sucessivamente”.
Fique a conhecer todos os detalhes sobre as cerimónias fúnebres aqui
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Arquivo Impala
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