Rogério Samora morreu. O ator tinha sofrido uma paragem cardiorrespiratória durante as gravações da novela “Amor Amor”, da SIC, em julho passado. Tinha 62 anos.
Rogério Samora tinha regressado ao Hospital Amadora-Sintra na tarde desta segunda-feira, 13 de dezembro, por causa de “febre que não baixa”. Estava desde meados de outubro na Unidade de Cuidados Continuados Integrados localizada na freguesia da Encarnação, concelho de Torres Vedras.
Considerado um dos melhores atores portugueses, tendo-se destacado na televisão, no teatro e no cinema, a sua estreia foi há mais de 40 anos, ao interpretar um pequeno papel naquela que foi a primeira novela portuguesa, “Vila Faia”, da RTP1.
Há três anos, em entrevista a Júlia Pinheiro e João Paulo Rodrigues, dupla que então conduzia o extinto “Queridas Manhãs”, da SIC, disse que iria deixar a carreira de ator por esta ser “desgastante e louca”. “Aproveitem, que são mais três aninhos. É até ao fim do contrato [com a SIC]. Estou a falar muito a sério. Temos de ter a noção de que chega uma altura em que se algo não nos faz completamente feliz”, disse, na altura, apanhando todos de surpresa.
Nessa mesma época, o ator – que integrava o elenco da novela “Amor Maior” – queixou-se ainda da incompreensão que sentia relativamente à sua forma de trabalhar e admitia não estar “completamente feliz”. “Isto tem-me criado anticorpos. Chegou a hora de dizer basta”, atirou.
Mais tarde, arrependeu-se e voltou atrás. “Foi uma coisa que disse sem pensar. Fui um pateta e como tenho o coração ao pé da boca, atirei o barro à parede. Parece que tomei uns Prozac de manhã”, brincou. “Pensei nas saudades e as pessoas pediram-me para não deixar de ser ator”, frisou Rogério Samora.
Rogério Samora e a relação complicada com o pai e os irmãos
Na mesma entrevista, o artista, que nesse ano de 2018 assinalou 40 de carreira, acabou por se emocionar ao revelar não conseguir ajudar o irmão com “um grave problema mental” e recordou a vez em que este lhe enviou uma “mensagem muito manipuladora”. “Eu desatei a chorar no meio da rua e não conseguia parar”, lembrou.
Sublinhou ainda que a principal causa para o mal-estar entre ambos era monetária. “Porque é que eu não consigo ter uma relação boa com o meu irmão? Só o dinheiro é que serve de laço familiar”, lamentou.
Esses laços familiares que, à época, eram conturbados, estendiam-se também ao pai, com quem sempre teve uma “relação complicada”. O ator terá, entretanto, conseguido “resolver as coisas”.
Os detalhes das cerimónias fúnebres devem ser conhecidos em breve.
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Redes sociais
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