A dor e a emoção marcaram as exéquias fúnebres de Roberto Leal. A família do cantor mostrou-se muito comovida, assim como centenas de fãs que não quiseram faltar ao último adeus do artista português com mais popularidade no Brasil, primeiro no velório, na Casa de Portugal, em São Paulo, e depois no enterro, no Cemitério Congonhas.
Imagens captadas, na tarde desta segunda-feira, durante o cortejo fúnebre e partilhadas, mais tarde, nas redes sociais mostram dezenas de carros a acompanhar o cortejo fúnebre de Roberto Leal. O corpo seguia num camião de bombeiros, no qual sobressaía uma fusão da bandeira de Portugal, onde o cantor nasceu, com a do Brasil, para onde foi viver aos 11 anos.
A expressão de dor no rosto do filho Rodrigo Leal foi a mais marcante da tarde. Horas antes, o também música confessava à imprensa brasileira que o pai morrera sem noção da gravidade do cancro contra o qual lutava. «Ele não parou, foi o que o fez viver. Nós mentimos-lhe. Ele não soube o que tinha até morrer», contou.
«O meu pai não tinha estudos, a faculdade dele era a da vida. Conseguimos ludibriá-lo em termos clínicos. Enquanto o cancro colocava mais um ponto no fígado, nós dizíamos-lhe: ‘Estás apenas com uma manchinha’. Nós disfarçámos sempre para que a cabeça dele nunca fosse abaixo», revelou ainda.
Cancro não foi a causa da morte
Roberto Leal travava, de facto, uma luta contra um cancro de pele, diagnosticado há cerca de dois anos, mas não terá sido o melanoma a causa da morte. De acordo com o portal de notícias G1, pertencente à Globo, o português nascido em Vale da Porca, Macedo de Cavaleiros, e radicado no Brasil, perdeu a vida após ter tido uma reação alérgica a um medicamento, que se traduziu numa insuficiência renal e hepática.
Uma vida recheada de êxitos musicais
António Joaquim Fernandes, o nome de batismo de Roberto Leal, morreu na madrugada de domingo, 15 de setembro, após seis dias dias de internamento no Hospital Samaritano, em São Paulo. Completaria 68 anos a 27 de novembro.
O cantor de êxitos como Arrebita, Uma Casa Portuguesa e Chora Carolina era casado há mais de quatro décadas com Márcia Lúcia A. Fernandes e deixou três filhos: o produtor e músico Rodrigo Leal, de 39 anos; a atriz Manuela Fernandes, de 36; e o pintor Victor Diniz, de 29.
Texto: Dúlio Silva | Fotografias: AG News
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