Rita Pereira está de volta a Portugal após seis meses no Brasil e falou recentemente nas redes sociais sobre o conceito de “cor de pele” e agora justificou a necessidade de desmistificar essa palavra e de falar de racismo estrutural.
Em declarações à Selfie, começou por dizer: “Acima de tudo, quando falo desses assuntos, tento sempre meter-me numa posição de mãe que tem uma família mix. Faço parte de uma família mix, que é cada vez mais presente no mundo inteiro. Em Portugal, já era há muito tempo, mas há muitas pessoas que ainda não sabem lidar muito bem com isso”, começou por dizer. E acrescentou: “Acima de tudo, o racismo e a forma como são abordados determinados assuntos estão tão incutidos na sociedade que as pessoas, às vezes, dizem coisas que não se dão conta. Vou dar um exemplo: “Sou a ovelha negra da família”. Esta é uma frase que tem de sair do cérebro das pessoas. Tem de ser eliminada! Há determinadas frases que nos foram passadas, sem qualquer maldade…”
No seguimento, garantiu que são os pais que têm de acabar com o racismo dito estrutural: “Aquilo da cor de pele, ele não ouviu da professora. Ouviu de um colega. Aquela criança não disse aquilo com maldade. Se calhar, o pai que lhe ensinou aquilo também não disse com maldade. Lá está: é estrutural, já está na sociedade.”
Rita Pereira garantiu que o filho já passou por racismo por ser “filho de um negro” e rematou: “Aqui, em Portugal. E o Guillaume [Lalung] passa várias vezes por situações de racismo. E ele é da minha cor. Portanto, não é só a nossa cor em si. São as raízes, de onde vimos… Esse racismo que existe muito em Portugal vem daí, vem só do facto de ser cruzado, de ser misto… Portanto, eu serei sempre uma figura pública presente quando falamos em anti-racismo.”
Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais
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