Rita Loureiro foi a convidada de Daniel Oliveira, em Alta Definição, este sábado na SIC. Numa conversa bem disposta, a atriz que dá vida a Rosete, em Terra Brava, revela como é ser mãe solteira, as dificuldades de educar uma adolescente, da educação que recebeu do pai militar e da admiração que tem pela mãe pelo amor que dedicou aos filhos e ao marido prescindindo da sua vida profissional.
«Ele tentava dar-me mais disciplina, mas não… ele era um militar muito humano. O meu pai sempre tentou perceber dentro das nossas asneiras o porquê de as fazermos. Sou a menina do papá, lembro-me de ser ele a ir desligar-me o rádio quando eu já estava a dormir», conta a atriz.
Rita Loureiro explica que sempre foi muito critica com a mãe e que não entendeu durante muitos anos as escolhas que fez. «Eu era muito critica à minha mãe, eu sempre fui muito independente desde cedo, e eu criticava-a por ela ser dependente do meu pai para poder criar os filhos. Mas depois com a maturidade percebi que tenho de a respeitar e admirar. Em termos carácter sou muito parecida com o meu pai militar», sublinha.
A atriz recorda ainda um momento de rebeldia que teve ao lado do irmão, quando ainda não tinha a carta de condução. «Eu guiava o carro do pai sem carta, a 2ª circular, Lisboa. Ia com o meu irmão. Eu ia muito nervosa quando via carros e ele dizia-me a ‘estrada também é tua’. Isso acompanhou-me a vida toda», diz a atriz que nem sempre teve uma boa relação com a imagem.
«Não convivia bem com a minha beleza, achava que não podia valer só pela a minha beleza. Achava que era pouco as pessoas gostarem de mim só por ser bonita. Tive uma fase um bocadinho feminista», afirma.
«Tenho uma boa genética. Ninguém me dá a idade que tenho»
Rita tem brilhado em Terra Brava como dona do Carrossel, um bar de diversão noturna. A atriz explica que a sua personagem tem sido muito bem recebida tanto por homens como por mulheres. «É muito engraçada a construção que se vai fazendo da personagem. É divertido perceber que a personagem é cada vez mais nossa e que quem a faz se diverte a fazê-la. Neste caso no meu núcleo. As mulheres dizem-me ‘é assim mesmo, é preciso mais Rosetes desta vida, lute sempre pelo que quer’. Os homens dizem-me que gostam muito do carrossel e que deviam haver mais bares assim», ri-se.
A atriz tem 50 anos e 30 de carreira, mas poucos lhe dão essa idade. «Lido bem com a passagem de tempo, tenho uma boa genética. Ninguém me dá a idade que tenho. Mas há uma coisa que se nota, o meu corpo é que já não corresponde como antes. Já não aguento ir dançar uma noite inteira, por exemplo», afirma.
«Ser mãe ensinou-me a ser mais forte e mais frágil pela responsabilidade que é»
Rita Loureiro é mãe solteira e não vê tal como um drama. Sublinha que o pai de Francisca, 15 anos, é muito presente apesar de viver no Porto e elas em Lisboa. «Não tenho esse balanço entre o pai e mãe. Faço o meu papel e faço um bocadinho o dele, mas não tão bem como ele faz. Há muita comunicação entre nós. Claro, há noites mais duras, em que não durmo bem, mas tenho muita sorte com os pais que me ajudam imenso», revela, explicando que a relação entre mãe e filha já conheceu melhores dias.
«Ser mãe ensinou-me a ser mais forte e mais frágil pela responsabilidade que é. A Francisca está na adolescência e é uma fase difícil. Muitas vezes fico aflita e com medo de não estar a fazer as coisas bem. Ela está a fechar-se no mundo dela e isso às vezes magoa-me, mas faz parte. Eles precisam desse espaço, dessa rutura com os pais. Desde que eu mantenha a confiança… sofro com este meu papel de mãe», partilha, acrescentando:
«Nunca bati na minha filha, bati na mesa algumas vezes… Já tive de discutir com ela e ser agressiva, mas retiro-me e choro. Volto mais tarde e tenho a mesma conversa num outro tom. Ela tem um poder argumentativo muito ao meu nível. E às vezes ponho-me em dúvida», ri-se.
Quando questionada se há alguma coisa de que se arrependa na vida, Rita admite que talvez encontre algo. «Talvez me arrependa de não ter tido outro filho. Mas depois a minha relação acabou com aquele super pai», afirma.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais e Divulgação SIC
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