Rita Egídio
RITA EGÍDIO faz o balanço de três anos de casamento com LUÍS VIOLA

Famosos

“O nosso êxito deve irritar muita gente, mas orgulho-me muito disso”
Ao fim de apenas 11 dias de namoro, decidiram casar. Hoje,
acreditam que se tivessem ficado apenas pelo namoro não teriam durado
dois meses…

Sex, 29/01/2010 - 0:00

Ao fim de apenas 11 dias de namoro, decidiram casar. Hoje, acreditam que se tivessem ficado apenas pelo namoro não teriam durado dois meses… Rita Egídio e Luís Viola falaram à VIP sobre a vida familiar – da qual fazem parte quatro crianças, Francisco, de nove anos, Gonçalo, de oito, Rodrigo, de seis e Guilherme, de 18 meses – e da Behind Productions, que criaram juntos quando o amor que os juntou fez ruir as suas vidas profissionais. "Confesso que gosto mais do meu marido do que do meu agente", não resiste brincar a DJ Rocky G.

VIP – Que avaliação fazem destes primeiros dias de 2010?

Rita Egídio – Estão a correr muito bem. Vem aí uma série de novidades e coisas positivas. Estou muito entusiasmada. Tenho tocado todos os fins-de-semana, tenho a agenda cheia, portanto não me posso queixar. O ano de 2009 foi de muito trabalho, de muita "guerra", porque afirmar-me afincadamente num mercado complicado e com todos os contras que tinha… dá-me um orgulho enorme.

Ser uma figura do social que "vira" DJ é um desses contras?
RE – Sim. Um é ser mulher, outro é ter um palminho de cara e o terceiro é ser mais uma figura pública. Mas, hoje em dia, quando vejo alguém do social a começar como eu, sinto o que ao início sentiam em relação a mim, porque ser DJ é muito mais do que por discos a tocar. É um estilo de vida e eu abdiquei de tudo por esse estilo de vida. E de
trabalhos que me dariam dinheiro, que eu preciso, porque não queria ser a relações públicas, a DJ, fazer uma "perninha" como actriz, não!

Quando se consciencializou disso?
RE – Talvez em Outubro de 2008 quando resolvi tatuar no braço "Rocky G" e defini que o meu objectivo de vida era ser DJ, produzir música e viver com público. Isso é viciante! Cria-se emoções e quer-se sempre mais.

A Rocky é um alter-ego da Rita?
RE – A Rita só existe de manhã quando se levanta e vai por os miúdos à escola. À noite quando volto ainda é meio intermitente.

É mãe de quatro filhos. Como faz essa gestão?
RE – Acho que posso ser convidada para a Oprah, porque tenho quatro filhos que estão comigo, que tem muita pena de não ver a mãe tocar, embora já tenha tocado na Kidzania para a festa de aniversário do Gonçalo. Foi um momento alto na nossa vida. Adoram ver os vídeos das actuações e adoravam poder ir, mas a não ser que seja um festival ao ar livre e dentro de um horário normal, não podem. Mas imagino que se sintam muito orgulhosos no dia em que subirem para uma cabina comigo e sentirem o que eu sinto. Mas não é fácil e não é a profissão típica de uma mãe de quatro filhos. Uma mãe de quatro filhos já não é típico, muito menos aos 29 anos e depois com uma profissão atípica.

É agenciada pela Behind Productions que é do seu marido…
RE – Confesso que gosto mais do meu marido do que do meu agente (risos). Não é que seja incompetente, definitivamente não é esse o problema, mas eu só discuto com o meu marido quando o meu agente está perto.
Luís Viola – Eu também gosto mais da minha mulher do que da minha DJ.

É mais fácil gerir as emoções da Rita ou da Rocky G?

LV – Da Rita. Porque somos marido e mulher, temos uma família, conversamos abertamente – não de forma tão acesa como o agente e a DJ. Tudo isso é muito bem gerido. A nível da relação pessoal, emocional, sexual, familiar está tudo muito bem resolvido (risos). A nível de agente e DJ também está tudo bem resolvido.

Como gere o ciúme da mulher e da DJ?
LV – Consigo separar bem as águas.
RE – Mentiroso (risos).
LV – Estando a fazer a carreira da Rocky G, estou a fazer carreira familiar. Tenho que lhe dar todo o apoio, porque isso é benéfico a nível de família. É obvio que há situações em que o agente e o marido se tocam… talvez o agente até pedisse à DJ para usar uns grandes decotes, mas por outro lado não creio, que isso seja necessário para vender. Tive uma agência estrangeira que me pagava para meter cá DJs femininas, porque fazem topless enquanto tocam. Não quis, porque não é por aí.

Entendo, mas contornou a questão dos ciúmes…
LV – Não existem, mas a linha marido/agente é muito ténue…

Rita, é mesmo assim?
RE – O Luís é provavelmente o homem mais ciumento que já tive na minha vida. E devo dizer que modifiquei muitas coisas na minha vida – porque quis, ninguém me obrigou – por causa da forma como o Luís me vê. Mas não me sinto mal com isso. No dia em que sentir, ele será a primeira pessoa a saber. Agora, é um homem ciumento. Não é um homem que lide bem com a exposição física, com roupa justa e decotada. Gosta de vender essa teoria, mas é um homem muito ciumento!

O agente Luís Viola aceitaria uma produção da Rocky G para a Playboy?
LV – Iria depender de várias coisas. O público não dissocia a DJ da Rita Egídio. E a Rita Egídio já fez capas de tudo e mais alguma coisa. Não precisa de provar mais nada a ninguém. Continua linda, em óptima forma, mais madura, mais mulher. Não precisa de mostrar mais nada para vender o trabalho dela. O trabalho árduo da Rocky G tem dado ao público o que quer e continua a cativar cada vez mais público sem ter que fazer Playboys nem nada desse género.

E o marido?

LV –  O marido, se possível, gostava que a Rita não fizesse Playboy.

Estão casados há três anos. Acham que há muita gente surpreendida com isso?
RE – (Risos) Até a nós! As pessoas talvez já não se lembrem, mas eu não podia sair à rua e espirrar, porque quem levasse com o meu espirro namorava comigo. Conseguiram dizer que eu tinha um caso com todos os meus amigos gays… de repente, era normal que uma mulher que não tinha uma profissão definida, que estava completamente
perdida, que andava aos tombos pela Imprensa cor-de-rosa por tudo e por nada, se casasse ou com um homem famoso ou com um homem rico. Eu casei, sem dizer nada a ninguém, com um homem que não era nem famoso, nem rico e que não tinha uma profissão que se destacasse por aí além. Acho que era compreensível não darem nada por um casamento que aconteceu em 11 dias de namoro… Acho que sim, acho que demos uma brutal "bofetada" a muita gente e isso dá-me um prazer gigante.

O início do vosso namoro deu-se nos bastidores da Comunicasom. Pouco tempo depois saíram ambos de lá. O vosso amor prejudicou o vosso trabalho?
RE – Acho que nos prejudicou aos dois. O nosso amor não era bem recebido… não sei porquê, mas posso dizer que o desastre que nos aconteceu foi bom, porque de repente ficámos os dois sem emprego e eu fui obrigada a ir à procura de uma profissão à qual me pudesse entregar 100 por cento. O Luís é uma pessoa superprofissional e é fundamental na minha vida e está a transformar-se num dos melhores managers em Portugal. O ambiente que se vivia lá dentro não era o melhor, havia um mau estar constante em relação a nós e a minha gravidez não veio ajudar, portanto sofremos muito, foi muito duro, muito penoso… até ao nascimento do Guilherme – que nasceu prematuro – passámos por uma fase bastante complicada, mas sempre jogámos limpo, nunca vivemos uma vida que não era a nossa, nunca andámos com grandes carros, porque não temos, não faz parte de nós e gostamos de ser felizes com coisas simples. Acho que o nosso êxito deve irritar muita gente, mas orgulho-me muito disso. Termos os dois construído a minha carreira da forma como o fazemos e termos uma série de projectos em conjunto.
LV – Acho que toda a gente pensou que foi mais uma loucura da Rita Egídio. Não! Costumo dizer que eu e a Rita casámos uma amizade e mais tarde começou a surgir a paixão e o amor. A vida é a bolsa. Arrisca-se e ou se ganha ou se perde.
RE – Se não tivéssemos casado a nossa relação não tinha durado dois meses. Foi muito complicado, especialmente da minha parte porque tinha uma vida superindependente. Não dava satisfações a ninguém e ter de dar, foi muito complicado. E às vezes ainda é, não é fácil todos os dias. Especialmente porque estamos 24 horas juntos. Eu não consigo, mea culpa, se me chateio com o meu agente por alguma coisa, chegar a casa e olhar para o Luís como meu marido… continuo fula com a
situação.

A sua vida tem-se pautado por cair, levantar-se, voltar a cair…
RE – Sou uma sobrevivente! Mas não a todo o custo. Tenho os meus valores, não abdico deles e paguei muito caro por isso. Quando achei que queria entrar para a televisão, todos sabemos que há formas mais fáceis de entrar ou não entrar. E eu nunca pactuei com isso. Tenho a minha consciência tranquila e isso faz-me feliz, porque nunca abdiquei dos meus valores, mesmo quando não tinha dinheiro, mesmo quando passei por situações mais complicadas… mas estou aqui, estou inteira, tenho quatro filhos, estão todos comigo, mesmo com todas as guerras que me fizeram… até nisso. Há quem perca muito tempo a viver a vida dos outros…

Alguma vez ficou sem a guarda de algum dos seus filhos?

RE – Não, nunca! Os mais velhos viveram algum tempo sem ser comigo, mas nunca deixei de ter a guarda.

O que se passou para deixar de viver com eles?
RE –  Achei que a minha vida estava muito instável e convenceram-me… fui mãe com 19 anos, não é? Sou muito mais mãe madura do Guilherme, do que fui dos meus filhos velhos. É impossível. Com 19, 20, 21 anos és uma criança.
LV – Acima de tudo ninguém pode ser julgado. Quando uma mãe está numa situação instável a nível de trabalho, que não se quis vergar perante uma sociedade que mostra vários caminhos para chegar a um patamar superior… a Rita lutou sempre contra isso e como tal, foi levada um pouco nesse sentido, deixou que alguém tomasse conta do Francisco e do Gonçalo durante um "x" tempo. Essas pessoas acharam que ela os estava a entregar. As crianças não são um bem adquirido. E nunca deixou de agradecer o que fizeram pelas crianças.

Os seus filhos já dizem o que querem ser?
RE – <P>Não faço questão de ter filhos médicos, professores… que sejam canalizadores, por exemplo, mas bons, os melhores, e que acordem todos os dias de manhã com vontade de ir trabalhar. Claro que é muito importante que estudem, que leiam, que viajem, que tenham cultura geral.

Continua a ser uma mulher no meio de homens, mas parece-me que nunca fica em desvantagem.

RE – Nunca! Sou uma rainha!
LV – É supermimada. Tem sempre todos à volta dela.

Ainda se aventuram na procura de uma menina?

RE – Não! Não!
LV – Não nos aventuramos. Se nos saísse o Euromilhões talvez adoptássemos uma menina.
RE – Quis ter a minha "ninhada" até aos 30. Agora quero gozar os meus filhos. Quatro já é uma megaloucura. Às vezes paro para pensar como é que consigo, mas a verdade é que consigo, também porque tenho uma avó fabulosa…

Que a criou…
RE – Sim. É a minha "mãezona", a mulher a quem devo tudo na vida e se pudesse, fazia-lhe uma estátua. Pego-me com ela muitas vezes, discutimos todos os dias, mas é uma avó que me manda e-mails, que ainda agora estava a falar comigo no Messenger.

Como definem a vossa família?
LV – Animada. Não há monotonia em casa.
RE – Atípica, animada e não há nenhum de nós, nenhum, que não saiba quanto os outros gostam dele. E fazemos questão de dizer o máximo possível "gosto muito de ti"… a vida infelizmente ensinou-me que, às vezes dizemos de menos e depois a pessoa já cá não está… portanto fazemos questão de o fazer.

O Luís ao casar com a Rita ganhou uma família completa.
LV – (Risos) Eu sonhava um dia ter um filho, mas não fazia parte dos meus planos ter logo quatro. Estou quase com 40 anos e há um esforço muito grande da minha parte em ser mais jovem do que na realidade sou e ser o amigo em quem podem confiar. Tento sempre compensar as carências paternas, mas a minha entrega nunca é a 100 por cento porque não quero de forma nenhuma substituir os pais. Também já lhes ensinei isso. Somos todos muito agarrados uns aos outros…

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Rui Renato; Produção: Romão Correia; Cabelos e Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oreal Professionel; Agradecimentos: Acessorize, Aldo, Intimissimi, Miguel Vieira e Press Club

Siga a Revista VIP no Instagram