Foi no passado mês de setembro que o Ministério Público recebeu uma queixa-crime de cidadãos particulares contra Ricardo Araújo Pereira e a SIC devido a um segmento sobre Marcelo Rebelo de Sousa, emitido no programa Isto é Gozar com Quem Trabalha. Os queixosos consideram estar em causa a prática de “crimes de ofensa à honra do Presidente da República” e “ultraje de símbolos nacionais e regionais”.
Recentemente, o humorista foi convidado do podcast Geração 70, do Expresso, e garantiu não estar arrependido da peça que fez sobre o chefe de Estado. “Eu acho que exagerei, sim. Sabes porquê? Porque a minha profissão é essa. O meu trabalho é esse. Com certeza que exagerei, porque o objetivo é esse. Não é uma equipa de justiceiros, é uma equipa de humoristas cujo objetivo é fazer com que aquela plateia que nos vem ver aos domingos, e a que está lá em casa, faça barulho”, começou por admitir.
E prosseguiu: “Quando estávamos a escrever o texto sobre as declarações do Presidente sobre o decote daquela senhora, no Canadá, não houve nenhum momento em que um de nós tivesse dito: ‘Isto não será demais?’ Nenhum!”.
“O Presidente não gostou”
Questionado sobre como ficou a sua relação com o Presidente da República depois daquela sátira, Ricardo Araújo Pereira explicou que nunca foram próximos. “Não havia uma relação para destruir porque nunca fomos visita de casa um do outro. O Presidente não gostou. Mas o que é que eu posso fazer?”, afirmou.
Para já, o processo do Ministério Público ainda não tem novos desenvolvimentos, mas o comunicador da SIC acredita que não vai ser penalizado. “Continuo convencido de que não transgredi nada. Acho até bizarro que, a seis meses dos 50 anos do 25 de Abril, alguém ache ou que se pondere a hipótese de eu ser julgado por fazer pouco do Presidente da República”, afirmou. “Mas os meus pais disseram-me: ‘Realmente, abusaste’”, completou, entre risos.
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Impala e D.R.
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