Aos 13 anos, estreou-se na televisão. Aos 20, integrou o elenco de Morangos com Açúcar, a série juvenil que a catapultou para a fama. Com uma presença discreta em televisão nos últimos anos, Vanessa Martins é uma mulher de sucesso, sem depender da exposição proporcionada pelo pequeno ecrã. Apesar de desejar trabalhar no mundo da representação, recusa estar parada à espera de algo. Como tal, criou Frederica, um blogue de sucesso. No amor, não esconde a paixão por Marco Costa e partilha o desejo de dar a volta ao mundo com o namorado.
VIP – Ser atriz era um desejo antigo?
Vanessa Martins – Um desejo desde que me lembro de começar a falar. Aos quatro, cinco anos, obriguei a minha mãe a pôr-me na dança, adorava fazer os saraus! Desde a primária que ingressava sempre no ATL de teatro; depois, mais tarde, nos grupos de teatro da escola; e, aos 13 anos, inscrevi-me numa agência, comecei a fazer castings e tive a sorte de ir conhecendo muitas pessoas.
A sua estreia em televisão aconteceu com o programa Visionarium, na RTP2, mas o grande boom mediático foi com Morangos com Açúcar. Que memórias guarda dessa altura?
Ter começado a fazer televisão desde os 13 anos faz com que guarde memórias diferentes da maioria das crianças, pois a responsabilidade já estava presente na minha vida. Morangos com Açúcar foi uma loucura. Tudo o que envolvia os Morangos era um sucesso. E é prestigiante ter feito parte desse projeto que marcou uma geração.
Considera positivo ter como primeiro grande papel uma personagem numa série tão marcante para a ficção nacional?
Fui ao casting como tantos outros e são mais as negas que se leva do que os ‘sins’. A série revolucionou a ficção nacional e a minha vida também. Certamente que, se isso não tivesse acontecido, hoje em dia não era reconhecida pelo meu trabalho e seria mais difícil ter vingado. Por isso, o percurso dos Morangos foi essencial na minha vida.
Perder o “rótulo” de moranguita foi fácil?
No início, era inevitável; hoje em dia, acho que algumas pessoas ainda se lembram. Mas, quer ainda o tenha ou não, é um rótulo que não me incomoda.
Essa associação é positiva ou pode ser prejudicial?
Visto que qualquer novela, de qualquer estação, é composta por vários ex-moranguitos, e que muitos já ganharam Globos de Ouro e têm reconhecimento em cinema, penso que em nada seja prejudicial.
Enquanto mulher, o que mudou desde então?
Passaram quase oito anos. Era uma miúda, muita coisa mudou e, felizmente, foi sempre para melhor.
Desde 2009 que tem uma presença discreta em televisão. Foi uma opção?
A minha formação é de atriz. Tive um boom natural que aconteceu de forma positiva e todos os projetos em que me envolvia eram do meu agrado. Houve convites para integrar projetos sem ser como atriz que recusei, não por não conseguir dirigi-los, mas porque não me identificava. Acredito numa boa visibilidade pelo prazer que o trabalho nos dá e não por estarmos somente a aparecer na televisão. Trabalho nunca me falta, mas somos nós que gerimos a nossa carreira.
Qual é o motivo para este afastamento?
O mundo da televisão é muito competitivo, onde luto com mais umas dezenas de colegas para conseguir o papel com que sonhamos e cair nas graças de quem nos escolhe.
Apostar mais na representação é um dos objetivos para este ano?
A representação estará sempre presente. A qualquer momento, as coisas mudam e lá estamos nós novamente numa novela. Tenho a minha agência, a L´Agence, que luta diariamente por isso. Mas graças a Deus que, em simultâneo, muitas outras coisas surgem e vários desafios também.
Que tipo de papel gostava que lhe fosse proposto?
Gostava que me fosse proposto um papel. O desafio é esse e não escolher o que gostava de fazer.
Existem muitos jovens que aparecem nos Morangos, ou noutros projetos, e que são esquecidos assim que deixam de ser vistos no pequeno ecrã. É um caso de sucesso em muitos projetos, sem que esteja constantemente no ar. É o resultado do seu empenho e dedicação?
A representação foi o caminho para a visibilidade e, se não fosse assim, hoje não trabalhava com as marcas com as quais trabalho e realizo projetos. O facto de ter ficado parada a nível de trabalho na televisão fez com que os meus horizontes se abrissem e tive de perceber o que conseguia fazer com o que tinha.
Ficar parada não era opção…
Ou ficava à espera que algo acontecesse ou mexia-me. E o facto de não estarmos no ar não quer dizer que estejamos sem trabalho. O facto de não aparecer na televisão não quer dizer que não tenha trabalho. Tento absorver tudo o que aprendo em todos os trabalhos que faço. Mesmo sem ordenado ao final do mês, um ator está sempre em trabalho. Mas todos precisamos de um ordenado que nos pague as contas e temos de ir à luta.
Criou Frederica, um blogue de sucesso em Portugal. Era um projeto antigo?
A vontade de trabalhar e a ambição é um defeito meu, pois não consigo ficar parada. Tinha sede de trabalho e dependia dos outros para fazer algo. Queria mostrar o meu trabalho e o que conseguia fazer, mas não tinha uma plataforma para isso. Então, criei o blogue Frederica, onde faço produções, trabalho com marcas, sou criativa e tudo vem da minha cabeça e imaginação. Aqui, sou dona do meu nariz, faço o que gosto e me apetece e não dependo de ninguém.
Que balanço faz da experiência enquanto blogger?
Está a ser ótima! O maior gozo que me dá é trabalhar com as marcas, criar planos de comunicação, criar um segmento, comunicar, idealizar e, no fim, ver as audiências e dizer ao cliente o sucesso que obteve.
Como é que as pessoas reagem àquilo que partilha no blogue? Qual é o tipo de abordagem que têm consigo? Pedem-lhe conselhos?
O público é, sem dúvida, feminino e existe uma abordagem muito positiva, com dúvidas e pedidos ótimos. É bom saber que nos acompanham e gostam de nós. Elas são o meu público e é para elas que trabalho. Se começa a haver muitos pedidos sobre como conseguir uma barriga lisa, então eu irei fazer um post sobre isso. Look para o Dia dos Namorados? Então, também faço. Isso é a melhor coisa do mundo, podermos trabalhar em conjunto.
Já teve algum episódio menos feliz, como ataques da parte de haters?
Muito poucos, mas tenho um botão que os elimina e não tenho problema em usá-lo.
No blogue tem uma parceria com Ana Garcia Martins [autora do blogue A Pipoca Mais Doce], que é vista como a maior blogger portuguesa. Como surgiu essa ideia?
Devido à febre fitness que paira no ar, decidi criar o Luso de Fruta Fit Day e contar com a Ana para fazer este projeto comigo. Por isso, no dia 7 de março, em Lisboa, e dia 21, no Porto, preparem-se para ir treinar comigo e com a “Pipoca”.
Essa iniciativa está ligada à saúde e à prática de desporto. Sente-se um exemplo para quem a segue no blogue e nas restantes redes sociais?
Sempre fiz desporto, adoro treinar e odeio não me sentir em forma. Penso que as pessoas andam mais atentas a isso e sentem-se inspiradas por pessoas que o fazem. Não coloco os meus treinos no blogue e nas redes sociais tantas vezes quanto as que gostaria, principalmente porque esqueço-me de tirar fotos quando estou no ginásio. Aquela hora é religiosa.
Gostava de transformar aquilo que dá a conhecer em Frederica num programa de televisão?
Nunca pensei nisso, mas poderá ser uma ideia. Quem sabe!
É considerada uma das mulheres mais bonitas e sensuais da sua geração. Como lida com esta associação?
Não lido. Gosto de me sentir bem comigo. Como mulher normal que sou, nunca estou bem, há sempre qualquer coisa que me incomoda. Agora, ando com a mania que estou magra e muito branca (risos). Sou superdescontraída, no dia-a-dia não me maquilho, só o faço em trabalho, gosto de usar roupa larga, mas ter sempre a pele e o cabelo perfeitos.
Tem muitos cuidados com a imagem?
Gosto de me sentir bem e bonita. Sou vaidosa e cuido de mim, quero ser uma mulher adulta e bonita como a minha mãe.
Leia a entrevista completa na edição número 917 da VIP.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Luís Baltazar
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