A representação surgiu por acaso na sua vida, mas por lá ficou, pois quem experimenta não quer mudar, defende. Falamos de Virgílio Castelo, um dos maiores nomes da representação portuguesa, que conta com quatro décadas de carreira. O ator, encenador e escritor, que se considera um poeta com “p” pequenino, não fica assustado com o passar dos anos de carreira porque tem prazer no que faz. Tal como não fica apoquentado quando diz que é avô, aos 62 anos. Além disso, está em constante descoberta e considera importante a ideia de que nada sabe. Assim é Virgílio Castelo, um ator apaixonado por clássicos e que deseja papéis mais profundos.
VIP – Já estreou o clássico Cyrano de Bergerac. Como está a correr?
Virgílio Castelo – Está a correr muitíssimo bem, está praticamente esgotado até ao fim, no dia 1 de março. Trata-se de um clássico, algo que raramente se faz em Portugal. Deixámos de fazer porque implica dinheiro. Era um projeto antigo que o João Mota já tinha vontade de fazer há muito tempo, com o Diogo Infante. Finalmente conseguiram fazê-lo, numa altura que coincide com a saída do João Mota do Teatro Nacional D. Maria II, enquanto diretor. É um espetáculo muito feliz.
Há quem defenda que é num palco que se conhecem as verdadeiras qualidades de um ator. Isto é necessariamente verdade?
Não acho que seja. Existem excelentes atores de cinema que nunca fizeram teatro. Mas acho que um ator que cresce no teatro tem, provavelmente, um leque de ferramentas mais largo do que um que cresce no cinema. O cinema é uma arte de representar que está mais condicionada ao olhar e à movimentação da cabeça. O teatro obriga à utilização do corpo todo. Um ator que cresce no teatro habitua-se desde cedo a lidar com outros instrumentos.
Onde se sente mais à vontade?
Onde me sinto mais feliz é no teatro porque tem uma componente única, que o cinema e a televisão não têm, que é a proximidade com o público. No teatro, independentemente de estarem 100, 200 ou 500 pessoas na sala, existe uma proximidade física que se sente.
Como é que os atores mais novos ou com menos experiência lidam com a sua presença? Existe timidez da parte deles?
Não sinto isso. Sinto que tenho alguma facilidade em fazer com os colegas mais novos aquilo que os mais velhos fizeram comigo. Considero-me um oficial do mesmo ofício. Tento transmitir aos mais novos, aos que acham necessário saber a minha opinião, aquilo que me foi transmitido, acrescido daquilo que aprendi. Mas não sinto nenhum constrangimento especial por parte das gerações mais novas na relação de trabalho comigo.
Passou da moda para o teatro. Atualmente, quando isso acontece, nota-se alguma desconfiança, já que há pessoas que defendem que os manequins não devem representar. No seu tempo também era assim?
Não houve tanta crítica porque passei da moda para o teatro e não para a televisão. Quando tive alguma exposição pública como ator, já era profissional há nove anos. Só aos 30 é que fiz o primeiro trabalho em televisão com visibilidade. Quando o público me viu, nunca me associou à moda, mas sim à carreira no teatro. O que acontece nessas situações é uma passagem direta do mundo da moda para a televisão, tal como aconteceu no Brasil, nos anos 60, ou nos Estados Unidos, nos anos 20 ou 30. É um fenómeno normal. Não vejo necessidade de crítica.
Será um preconceito?
Acho que existe um certo preconceito quando se faz essa crítica. Lembro-me sempre daquilo que os mais velhos me ensinaram quando cheguei ao teatro. Uma das frases que aprendi na altura, e que repito muitas vezes, é: “O teatro é como o mar, deita fora o que não presta.” A mim não me preocupa nada se um ator, quando aparece, vem do mundo da moda, da advocacia ou se era padeiro ou pedreiro. Em Portugal, a dificuldade não é aparecer. Até é capaz de ser um dos países onde é mais fácil um ator aparecer e é um dos que é mais difícil continuar.
A que lhe soa eu dizer-lhe que passaram 40 anos de carreira?
Tenho alguma dificuldade em perceber que passaram 40 anos.
Porquê?
A explicação é simples. Tenho a felicidade de trabalhar e viver de uma coisa que gosto muito de fazer. Não sinto aquilo que sentem muitas pessoas que conheço e que têm outras profissões. Pessoas para quem o trabalho é penoso, uma chatice e uma maneira de ganhar dinheiro. Para mim, não é nada disso. O trabalho de ator, e tudo o que fui fazendo ligado à profissão, é uma maneira de me sentir útil. Esta vontade de utilidade sempre me moveu. Não sinto que 40 anos tenham levado muito tempo a passar.
A representação surge por acaso na sua vida. O que sonhava ser?
Não sonhava nada. Venho de uma família muito pobre, que tinha muitas dificuldades quando eu era criança e adolescente. Para mim, a ideia de vir a ser isto ou aquilo era algo fora de questão. Comecei a trabalhar aos 14 anos porque tinha de ajudar os meus pais. O salário que trazia para casa ajudava os meus pais e os meus irmãos. Ser isto ou aquilo era uma questão que não punha. O mundo da moda era uma maneira de ganhar mais dinheiro. Não tinha outro objetivo. Quando o teatro apareceu, senti que podia ser mais qualquer coisa. Depois, aconteceu-me o que acontece a todas as pessoas que vêm para esta profissão.
Não querer mudar?
Não há ninguém que tenha experimentado representar que queira ir-se embora. Os que vão é porque são obrigados a ir. Quem experimenta, quer ficar.
Ainda se lembra dos momentos antes dos primeiros trabalhos?
Lembro, perfeitamente. A inexperiência dá muita inconsciência. Comecei a ser ator num momento histórico. Entrei no primeiro espetáculo a seguir ao 25 de Abril. Foi em junho e o País estava numa euforia total em relação à liberdade e ao uso da palavra. Tudo era entusiasmo. Só me apercebi das dificuldades que tive a representar anos mais tarde. Tanto que já era profissional e larguei tudo para ir para a escola. Foi quando comecei a tomar consciência da responsabilidade. Nos primeiros anos, o entusiasmo da época levou-me a superar todas as dificuldades. O espetáculo esteve um ano a esgotar com duas sessões diárias. Eram 1400 pessoas por dia. Olhei para aquilo e não tive medo. Fui abençoado com aquela estreia.
As raízes familiares humildes impediram que se deslumbrasse com esse mundo?
Venho de uma família pobre, mas, sobretudo do lado da minha mãe, eram pessoas com uma educação musical muito sofisticada. O facto de serem pobres eram circunstâncias da vida das duas gerações anteriores, porque as outras eram pessoas com alguma preparação artística. Eram pessoas eruditas. Tinha um tio-avô que era um grande professor de música clássica. O ingresso no universo artístico não foi uma novidade que me tivesse deslumbrado de modo a perder a cabeça. O que aconteceu foi o grande entusiasmo naqueles primeiros anos depois do 25 de Abril. Foram uma loucura de entusiasmo.
O entusiasmo com que vive e fala da sua profissão impede que escolha um momento alto?
Não é difícil escolher porque, praticamente, nunca escolhi os trabalhos que fiz. Fui aceitando as coisas conforme a vida me foi dando. Existem projetos de que gostei mais, outros de que gostei menos e outros de que não gostei nada. É a vida! Com as origens que tinha, não podia dar-me ao luxo de dizer que não queria fazer um trabalho por causa de um texto ou de um encenador. Acredito que a maior parte dos atores é como eu. Haverá quem escolha o que faz, mas serão pouquíssimos. Isto faz com que, ao longo de 40 anos de trabalho, existam aqueles de que me lembro e que foram os mais felizes.
Quais foram os mais felizes?
Foram trabalhos em que me senti melhor e em que a reação do público e da crítica também foi boa. Há uns em que me senti melhor e que a crítica não gostou. Outros de que a crítica gostou, mas o público não. Outros de que gostei, mas a crítica não gostou. Tenho alguns espetáculos que foram muito importantes para mim.
Do que se lembra, se começar a pensar no que falta fazer?
Não lhe sei dizer o que ficou por fazer. O que digo, no seguimento do Cyrano, é que adorava fazer clássicos e, em Portugal, temos tido alguma dificuldade para os fazer. Gostava de fazer clássicos. Não se trata de um papel específico, mas gostava de fazer mais peças daquelas que se mantiveram no tempo e cujos valores atravessam gerações, fazendo com que sejam essenciais à humanidade.
É descrito como ator, encenador e escritor. Se lhe pedir para misturar tudo isto, como se define?
É difícil essa pergunta! Vou arriscar dizer a melhor palavra, que talvez nunca tenha dito em nenhuma entrevista. Acho que o que está na base de tudo, a palavra que me permite ser ator e autor, é poeta. Antes de tudo, considero-me um poeta com um “p” pequenino. A minha primeira aproximação à arte foi a poesia. Não sonhava ser ator e comecei a escrever poesia aos 19 anos.
Ainda escreve?
Ainda hoje escrevo. E a poesia que escrevia naquela altura, e que escrevo agora, tem as mesmas características. Sou um poeta do século XV, ou seja, só consigo escrever em sonetos, redondilhas e rima declarada. Não tenho nada de um poeta moderno. Sinto-me, e não quer dizer que o seja, antes de ser um ator e autor, um poeta.
Ainda tem os poemas que escrevia?
Tenho tudo. Para as minhas filhas fazerem o que quiserem.
Teve cargos importantes longe das câmaras. O que aprendeu?
Não há dúvida que foi o desejo de ser poeta que me levou a aceitar esses cargos. O que são esses cargos? Fui diretor-geral da NBP, na altura em que a TVI arrancou com a ficção. Fui assessor da direção de Programas da SIC, na altura em que arrancou este novo ciclo de ficção na SIC. Ou seja, contribuí modestamente para o arranque de uma filosofia de ficção, tanto numa estação como noutra. Parti da página em branco e tive de trabalhar na definição de como é que a ficção deve ser feita. É como escrever um poema. É ter ideias, uma boa ideia. Esses cargos foram possíveis porque existe em mim esse desejo de criatividade.
Tendo em conta a situação dos canais de televisão na altura em que teve esses cargos, considera que o podem aproveitar muito mais de si nesse domínio?
O que lhe posso dizer? Não posso responder a essa pergunta. Não procurei nenhum desses cargos. Aconteceram em duas alturas distintas da minha vida. O que posso dizer é que me sinto muito orgulhoso do trabalho que fiz e entendo que fizeram sentido, numa análise fria e objetiva. Hoje, não sei se faria algo do género. Não consigo responder com sinceridade. Se ainda posso vir a contribuir para a estruturação da ficção em Portugal? Acho que, do ponto de vista de serviço, estaria disposto a aceitar, mas não sei se faz sentido para o resto da minha vida. É o que posso dizer, com total sinceridade.
O que lhe trouxe o facto de ser ator?
Trouxe-me uma riqueza enorme. A partir do momento em que um projeto de ficção é também pensado por mim, desde a página em branco até à ideia e ao que o público vê no ar, passo por todos os processos. Apercebo-me de todos os mecanismos e, no caso da representação, sabia muito bem o que queria dos atores e a resposta deles ensinava-me que o ponto de partida, que era meu, era multiplicado por dezenas de colegas. Bebi isso tudo e são experiências que ficaram até hoje.
Ao longo dos anos, tem sido visto como um galã. Trata-se de um elogio, em Portugal? E como lida com esta imagem?
Quando esta questão se põe, fico sem saber o que dizer porque é muito delicado responder. Sinto que me magoou sempre, durante muitos anos, ver escrito ou ouvir que o meu trabalho poderia ser menorizado pelo facto de haver algumas pessoas que me consideravam um galã. Isso sempre me magoou porque, pessoalmente, nunca considerei que tivesse um aspecto físico de galã. Ou seja, foi uma classificação que me foi atribuída durante estes anos todos e que me magoava quando colocava em causa o meu trabalho. Quanto ao lado vaidoso que isso pode ter, é algo que nunca me interessou. Espero que, quanto mais velho fico, menos me venham com essa conversa (risos).
Gosta de escrever, mas apenas sobre três temas: Portugal, amor e morte.
Não me considero um escritor. Quanto muito, um autor. Não é uma questão de escolha. Isto da escrita também foi um acaso porque não pedi a ninguém para publicar nada. Acho que este lado de escritor está muito relacionado com o entendimento da vida, daquilo que ando à procura, tal como todos nós. E para este entendimento só existem três temas. Não há nada na vida para além do amor, que é a questão principal, da morte, que é outra questão principal, e do sítio onde nascemos. Todos os outros derivam destes. Escrevi um primeiro romance sobre Portugal, outro sobre amor e quero escrever outro sobre Deus e a morte. Depois disso, não sei se terei algo mais para dizer. Se tiver, serão ramificações destes temas.
Despedida de Casado é o título da obra dedicada ao amor. É um estado de espírito?
Curiosamente, os meus romances tiveram título antes de serem escritos. Despedida de Casado é um conceito e é um trocadilho que funciona. Tem impacto. É, sobretudo, uma tentativa de dissecar a instituição, o contrato que é o casamento. É algo que tem uma componente recente que mudou tudo. Até as mulheres começarem a votar, e antes de todos os movimentos de libertação da mulher, o casamento era um contrato que não pressupunha a existência de amor. Os casamentos eram organizados. Não passava pela cabeça de ninguém, sobretudo das mulheres que eram escravizadas, que pudesse existir amor no casamento. O amor no casamento existe há 150 anos. A partir do momento em que, na relação a dois, se introduz o amor como fator principal, e ainda bem, a instituição casamento tem de mudar. Daí a Despedida de Casado. A despedida do casamento tradicional. É preciso encontrar uma nova fórmula de casamento, mas não este contrato que existiu durante séculos e que, basicamente, era isso.
As pessoas não percebem o conceito de amor?
Não digo que não percebem. Não vou tão longe. Acho que tenho uma definição de amor que levei alguns anos a descobrir. Cada vez mais acho que o amor não é apenas um desejo, projeção ou carência. Não é nada disso. Não se projeta. Sinto, cada vez mais, que o amor é uma lei absoluta da Natureza, tal como a gravidade. Se eu não amar, é impossível ser amado. Para mim, é uma lei. Isto tem muito a ver com o cristianismo, com o budismo e com outras religiões que têm vindo a ensinar que o amor é essencial ao entendimento entre os homens. Não nasci a saber isto. Passei muitos anos a cometer o mesmo erro que todos nós cometemos, que é achar que amor é os outros gostarem de nós. Isto é o equívoco. O amor é estarmos na vida dispostos a amar. Se isto acontecer, de certeza que os outros gostam de nós. É complicado não gostarmos de ninguém e acharmos que os outros têm de gostar de nós.
Um novo casamento faz parte da forma como encara o amor?
Não é uma questão que eu coloque. Estamos a falar de um conceito geral. Procuro, particularmente, cumprir aquilo que chamo a lei do amor em todas as coisas que faço no dia-a-dia.
Foi pai em momentos distintos. Quais as diferenças? São os receios que mudam?
Essa é a grande diferença. Quando se é pai aos 30, tem-se uma noção de tempo para a frente completamente diferente de quando se é pai aos 50. O lado fantástico é que, quando se tem filhos aos 50 anos, estamos proibidos de envelhecer. Temos de estar atualizados e não podemos entrar naquela de dizer “já sei” e “já fiz”. Os desafios são diferentes e isso não existe. O problema é o outro lado do envelhecimento. É pensar que tenho 61 anos e que tenho filhas pequenas. Vou ter tempo? Não vou ter tempo? É esse receio de que lhes possa faltar numa fase em que ainda precisem do meu apoio.
A sua vida e, sobretudo, a sua carreira deixaram que fosse o pai que idealizou?
Não! Quando somos pais, tentamos encontrar maneiras de ajudarmos os nossos filhos de uma forma diferente daquela que os nossos pais usaram para nos ajudar. Sinto que a minha carreira, se por um lado me permitiu ajudar as minhas filhas de uma maneira que os meus pais não puderam fazer comigo, por outro lado também me tornou menos presente na vida delas do que os meus pais estiveram presentes na minha. Quando se tem horários em que se trabalha das oito da manhã à meia-noite, torna-se difícil. Mas, se não for assim, não se consegue pagar os colégios.
Perguntei-lhe ao que soavam os 40 anos de carreira. E ao que soa dizer que é avô?
Vou ser avô outra vez e isso não me faz confusão nenhuma. As questões do envelhecimento só têm um lado que me assusta, que é a falta de saúde. Começamos a ter menos defesas e ficamos propensos a ter problemas de saúde. Essa é a única questão que me coloca algum receio. De resto, ser avô é algo que não me faz confusão nenhuma. Ficar doente é que é a grande questão.
É uma pessoa em constante descoberta. É a melhor maneira de levar a vida?
Não sei qual é a melhor forma de levar a vida. Acho que cada um de nós, à sua maneira, quer perceber o que anda cá a fazer. Considero-me um eterno aprendiz das coisas. Não me custa recomeçar. Gosto da página em branco. Tenho facilidade em aprender coisas que não sei, não parto do princípio que já sei. Não sei se esta é a melhor maneira de viver, mas é a maneira que encontrei. Sempre fui assim. É muito importante, para mim, a ideia de que ainda não sei nada.
Mudava algo na sua vida?
Claro que mudava. Mas isso é um jogo viciado. Aos 60, temos uma visão da vida que não temos aos 30. Mas se aos 30 tivesse esta visão, provavelmente teria resolvido coisas de outra maneira, mas teria deixado de viver uma data delas. Acho que isto está bem feito. Somos aquilo que temos de ser, na altura em que temos de ser.
Se os próximos dez anos da sua vida fossem transformados numa peça de teatro, num filme ou numa telenovela, como seria?
Gostaria que os próximos dez anos tivessem como palavra-chave “clássicos”. Que, nos próximos dez anos, só fizesse clássicos no teatro. Na televisão e no cinema, o que gostava mesmo de fazer eram trabalhos mais profundos. Acho que, na ficção televisiva, já temos ficção comercial de boa qualidade. Acho que falta a ficção que, não sendo comercial, é de boa qualidade. Gostaria de ter projetos de qualidade, com alguma profundidade, não comerciais e com público. É um equívoco pensar-se que não existe público para o que não é comercial.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
Siga a Revista VIP no Instagram
TOP VIP
-
1Nacional
Cristiano Ronaldo
Desiludido com Georgina Rodríguez e tudo por causa dos filhos: “Tinha a obrigação…”
-
2Nacional
Marco Paulo
Eis o motivo para a família não herdar um cêntimo
-
3Nacional
Fernando Daniel
Volta a ser arrasado no The Voice Kids: “ Tamanha arrogância “
-
4Nacional
Marco Paulo
Afinal, irmãos e sobrinhos ainda podem conseguir ‘reclamar’ parte da fortuna: “Se assim for…”