Ana Garcia Martins, mais conhecida como A Pipoca Mais Doce, foi a convidada deste sábado, dia 13 de fevereiro, do programa “Conta-me”, da TVI. Maria Cerqueira Gomes conduziu a conversa, na qual a comentadora do “Big Brother – Duplo Impacto” confirmou a separação de Ricardo Pereira Martins, falou da ansiedade, da morte do irmão, das ameaças que tem recebido e muito mais…
Pipoca está, segundo Maria, no “auge” da carreira televisiva, mas está, ao mesmo tempo, a passar por um divóricio. Torna-se mais complicado gerir as emoções da vida pessoal num altura em que está em grande no mundo da “caixinha mágica”? A resposta é perentória: “Torna-se mais complicado em que não nos permitem viver as coisas no tempo em que as queremos viver. É o pior da exposição. É achar que temos de falar, que nos obriga a expor a nossa vida, o que não queremos, ou não naquele timing. Sim, quando fizer sentido e nos sentirmos preparados para tal”, diz.
“Os meus pais nunca diziam que me amavam”
Sem se alongar sobre este tema, Ana Garcia Martins falou também da proximidade com os pais. “Não tinha uma relação muito próxima. Nunca senti falta de amor e carinho, mas também não eram muito de manifestar. Nunca foram muito físicos, nunca diziam que me amavam. Eu sou muito mais galinha do que os meus pais foram. Mas nunca me faltou nada, nunca deixei de sentir carinho por eles”, revela.
E a morte do irmão, quando a comentadora tinha 18 anos, veio mudar várias coisas nesta relação de pais e filha. “Não estás preparada para o telefone tocar a meio da noite a dizer que o irmão morreu. Lembro-me como se tivesse acontecido agora mesmo. O telefone tocou, fui ao quarto dos meus pais e o meu pai disse que o meu irmão tinha tido um acidente”, recorda.
“O meu pai senta-se na cama, a minha aos gritos… Uma coisa absolutamente visceral. É uma coisa fortíssima… “ E continua… “Se um dos meus filhos morresse, eu morria também. Eles sobreviveram porque têm outra filha. Envelheceram 20 anos em três dias. Passei a viver com um medo imenso que me acontecesse alguma coisa. Porque não queria sujeitá-los a que passassem pelo mesmo”, diz.
“O episódio do meu irmão afastou-me da fé“
Para quem vê Pipoca, não imagina que por detrás do humor sarcástico e de uma frieza aparente, existe uma mulher de fé. “Sou católica. Não sou tão praticante quanto gostaria. Ando sempre com uma Nossa Senhora de Fátima que a minha mãe me deu há muitos anos. É uma espécie de amuleto. Vou vivendo a minha fé de forma discreta”, conta, mas realçando que chegou a pôr em causa toda a relação com Deus. “O episódio do meu irmão afastou-me da fé. Não podes deixar de sentir que há uma injustiça”, continua.
Ainda assim, a proximidade com “alguém” superior está sempre presente. “Estou sempre a sofrer por antecipação, sempre super angustiada. A fé dá-me alguma tranquilidade. Mais do que pedir, agradeço. Apesar de tudo, tenho uma vida feliz. As únicas coisas que peço é saúde e discerrnimento para fazer todos os dias as melhores coisas para mim sem ser injusta com ninguém. Acho que tenho uma vida feliz e privilegiada”, confirma.
“As pessoas queriam saber aquilo que eu pensasse“
Foi no “Big Brother 2020”, da TVI, que Ana Garcia Martins se tornou presença assídua na televisão. “Divirto-me imenso. Adoro mesmo. Não é sacrificio nenhum. Quando apareceram as redes sociais, comecei a comentar. Fui tendo alguns convites e recusei sempre. 2020 assinalava o “Big Brother” em Portugal,com concorrentes diferentes e eu senti que queria fazer parte. Entrei de forma muito comedida, nunca me alongava muito e comecei a perceber que as pessoas queriam saber aquilo que eu pensasse, para o bom e para o mau”, aponta.
E no que diz respeito à gala mais complicada de sempre, em que ameaçou sair do estúdio em direto, por ter sido “maltratada” por Teresa? “Há uma barreira que não pode ser ultrapassada. E tem de haver limites. Não podes dizer tudo. Podem não gostar de mim enquanto comentadora, quando passamos para a ofensa, deixa de fazer sentido para mim”.
“Nas redes sociais somos todos heróis”
Ana garante ainda que já recebeu várias ameaças, e que uma delas foi um pouco mais “à frente”. “Um miúdo disse que me ia apanhar e dar um tiro. Nunca levo isso com demasiada seriedade. Nas redes sociais somos todos heróis”, dispara.
E estão os filhos,Mateus de sete anos, e Benedita de dois, a par de toda esta realidade? “Eles são pequeninos e o Mateus sabe o que é o BB, mas está protegido de tudo o resto. Ele não vê as galas, deixo-os ver os programas onde vou de manhã ou da tarde. Mas não ficam ali a ver. Não sou indiferente a isso, mas eles estão numa fase em que são muito peqeuninos. Eles nem fazem ideia”, garante.
“Não há limites para o humor“
Ana Garcia Martins é uma das poucas mulheres a dar a cara no Stand Up. E sente-se confortável neste papel de humorista. “É um meio muito masculino e eu queria provar que uma mulher, estivesse vestida como estivesse, pode ter tanta piada como um homem. Stand up é um bocadinho o regresso às minhas origens. Ali permite-me ter liberdade. Não há limites para o humor. Pode-se fazer piada sobre tudo. É uma coisa que adoro fazer, mas é a coisa que mais me ‘esfranga-lha’ os nervos. Tenho muitas vezes pesadelos com o Stand Up. É uma coisa que me consome”, revela, acrescentando: “Poder insultar as pessoas com o consentimento delas é ótimo”, brinca.
E Pipoca finaliza com uma mensagem de segurança na mulher que é: “Cada vez mais me sinto confiante na minha pele e naquilo que sou (…) Mesmo que a minha opinião não seja o grosso da opinião das pessoas,….. Não deixo de dizer o que penso.”
Percurso de A Pipoca Mais Doce
Ana Garcia Martins estudou Ciências da Comunicação, variante de jornalismo, porque era a profissão que lhe “permitia estar mais perto da escrita”. “Fui para a rádio, estagiei na Antena 1. Depois fui estagiar para o jornal que já não existe, a Capital. De manhã estava na rádio e de tarde no jornal. Depois ofereceram emprego no jornal”, conta.
Em 2004 lançou o blogue através do qual ficou conhecida: A Pipoca Mais Doce. “As coisas que eu gostava de escrever não tinham espaço no jornal. Para mim era um diário dos tempos modernos. Durante os cinco primeiros anos ninguém sabia quem eu era. Eu escrevia tudo, não tinha nenhum filtro”, termina.
Texto: Andreia Costinha de Miranda; Fotos: Reprodução
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