No episódio desta semana de Pesadelo na Cozinha, Ljubomir Stanisic viajou até Mangualde, em Viseu, para ajudar o restaurante 2002.
O funcionamento deste estabelecimento levou o chefe ao limite, chegando mesmo a provocar choros, gritos e muitas asneiras.
Nascido no berço de uma família de negociantes, Rafael Ribeiro herdou o negócio inaugurado pelo avô, em 1976. Começou por ser apenas um supermercado com snack bar, onde serviam petiscos, mas rapidamente ganhou nome e tornou-se numa das primeiras e mais famosas casas de Mangualde.
Foi há dois anos, após a morte do avô, que Rafael ficou com um dilema entre as mãos: deixar o legado da família ser vendido e cair no esquecimento ou encarar o desafio e tomar conta do negócio.
Na altura com 22 anos, o jovem empresário decidiu ir em frente e tornou-se no proprietário do último restaurante visitado pelo programa de Ljubomir.
A Tv7dias esteve à conversa com Rafael, que contou toda a experiência do Pesadelo na Cozinha.
Inscrição no programa da TVI
Rafael: Foi o meu pai que me inscreveu. Como fiquei com muitas dívidas,e, apesar de já ter saldado a maior parte, continuo a ter porque não acabei de as pagar, sabia que era preciso fazer obras. Não podia estar a pagar dívidas, despesas e obras. Depois tive um grande problema há uns meses atrás, parece que foi tudo ao mesmo tempo! Foi a história do fogão ter bloqueado, tínhamos os bicos quase todos a funcionar e, de repente, deixou de dar. Quando demos conta. nem bicos tínhamos.
Estavam à espera do programa para fazerem as obras?
R: Sabíamos que o programa vinha aí e que vinham fazer as obras e escusámos de comprar os materiais. Maior parte das coisas que estavam desorganizadas, foi à espera que eles viessem para as organizar por mim.
No programa refere que herdou muitas dívidas do seu avô…
R: Sim, as dividas começaram há muitos anos e o meu avô nem deu conta. Quando reparámos já estava… foi muito repentino! Ainda foi gerido durante cinco anos pelo meu tio, mas tinha um feitio muito complicado…não tinha feitio para aquilo.
Como é que o restaurante foi parar às suas mãos?
R: Eu estava em Londres quando recebi a notícia de que o meu avô adoeceu, acabando por morrer. Passado uns dois meses, disseram-me que iam vender o restaurante. Na altura o meu pai falou comigo e eu disse: «não acredito». Era preciso ter coragem para o fazer. Eu cresci ali, lembro-me que era miúdo e corria naqueles corredores. Custa-me, por mais que aquilo seja um negócio que não esteja a ser rentável, ver outra pessoa ali daqui a uns anos.
«É uma questão de nome»
E não teve receio de gerir um negócio tão grande apenas com 22 anos de idade?
R: Não! Estava ansioso e desejoso. Era um risco, mas nós só vivemos a vida uma vez e temos de arriscar, fazer o que querermos e nos apetece. Amanhã vamos dizer ‘ontem foi tarde’. Vou vivendo as coisas, um dia de cada vez. Não tive medo porque, se alguma vez, de alguma forma, isto der errado, tenho sempre alguma coisa por trás.
Ou seja, não ficou com o restaurante apenas por uma questão monetária…
R: Não é a minha vida. Quero lutar por aquilo e quero que dê certo, por uma questão de sentimento. Quero que fique na família…é uma questão de nome. Não é por dinheiro, se fosse por isso não estaria ali de certeza absoluta.
«Fiz tudo sozinho»
Como era o estabelecimento antes da sua gerência?
R: Quando eu vim para cá, o 2002 era um supermercado. Toda a sala e parte exterior foi criação minha, mudei o sistema elétrico, coloquei as bancadas, pintei as paredes, mudei a fachada, chão..fiz tudo sozinho! Até cheguei a ir duas vezes parar ao hospital. Entraram-me duas farpas no olho quando estava a fazer os bancos com paletes para a esplanada…
Acha que não deram valor a esse esforço no episódio?
R: Sim. não deram muito valor a isso e mexe um bocado comigo, porque sei o que me esforcei. O que mais mexeu comigo e que me deixou mais revoltado, apesar de nunca ter demonstrado essa revolta durante as gravações, foi eu ter feito o que fiz, lutado o que lutei.
Uma das principais críticas feitas no Pesadelo foi justamente a falta de pontualidade. É algo que acontece frequentemente?
R: Não. Aproveitaram os últimos dois, três meses (que foi a altura do verão e em que eu, realmente, chegava mais tarde). Até aí estava sempre de manhã. No verão é verdade que me desleixei um bocado, já não tinha pausa há muito tempo…mas, ao mesmo tempo, eu trabalho até tarde, enquanto elas saem às cinco horas..eu fico até mais tarde. Não me lembro de ter falhados naqueles dias de gravações. Talvez tenha ido às compras e elas me tenham ligado. Fizeram com que eu chegasse atrasado para dar a ideia de ser algo habitual.
Sentiu que Ljubomir não gostou nada de si?
R: Nem dei conta que ele estava a gozar comigo o tempo todo. Não faço ideia se ele gostou ou não de mim. Ele é uma pessoa que olha para ti e tanto pode ser maldosa, como pode ser bondosa. Consegue mudar instantaneamente, tipo bipolaridade.
«Vozes de burro não chegam ao céu»
Ao longo do episódio foram várias as provocações do chefe, mas o Rafael aguentou tudo sem responder. Como conseguiu aguentar?
R: Eu tenho educação, não lhe respondi vez alguma. Ele pediu-me e picou-me para eu o chamar de filha da p*ta várias vezes. Não sou mal educado, sou sempre assim. Quanto mais difícil é a situação, mais forte eu sou. Estava só a olhar para ele a pensar «este gajo é maluco…não fazia sentido! Vozes de burro não chegam ao céu e ele estava a falar comigo de uma forma que eu acho que não merecia.
Também o acusou de ser «puto mimado». Porque acha que lhe chamava isso?
R: Eu ia trabalhar com roupas de marca, deve ter sido por aí que pegou. Por ir todo arranjadinho.
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Fotografias: Site TVI
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