Pedro Pé-Curto
«Devia ter batido com a mão na mesa. Fui demasiado submisso»

Nacional

Pedro Pé-Curto abriu o coração à VIP para falar sobre a sua experiência no programa Casados à Primeira Vista. O professor de Educação Física dá a sua versão da história e desmente algumas afirmações da ex-mulher, Liliana.

Ter, 21/01/2020 - 20:00

Pedro Pé-Curto foi um dos concorrentes mais falados da segunda edição do programa Casados à Primeira Vista, da SIC. O professor de Educação Física, de 40 anos, abriu o coração à VIP para falar sobre a experiência e sobre o casamento com Liliana Oliveira, que não terminou da melhor forma.

VIP- Como é que foi regressar à vida real depois de uma experiência tão intensa?

Pedro Pé-Curto – Foi melhor do que eu pensava. A escola ajudou-me a esquecer algumas coisas, não ficava a pensar em como tinha sido no programa e como seria a minha vida dali para a frente. Só pensava em tudo quando chegava a casa. Aos domingos, por exemplo, nunca vi um programa. Porque senão, no dia a seguir, não conseguia acordar para ir trabalhar.

Porquê? Sentia algum tipo de arrependimento?

Arrependimento, não. Sentia ansiedade. Via comportamentos que não me eram familiares. Não me revia ali. Estava de tal maneira tão submisso… Também ficava triste com alguns depoimentos que ouvia, então preferia não ver. No dia seguinte, ao final do dia, às vezes via, com calma.

O Pedro foi um dos concorrentes mais falados da experiência logo desde o primeiro dia. O seu casamento foi um dos mais marcantes e que mais emocionou o público. Qual foi a sensação de estar no altar à espera de uma pessoa que não conhecia?

É curioso. Toda a gente pensava que eu estava muito nervoso, mas não estava. Estava à vontade, sentia-me tranquilo, sereno. Não sei explicar, mas naquele momento senti que tudo ia correr bem. É claro que há sempre aquela ânsia de ver, de saber como é a pessoa… Mas até a Diana Chaves ficou espantada por estar tão tranquilo. Eu só pensava: vou casar e vai correr bem!

«Devia ter “batido com a mão na mesa”»

Não é segredo que o Pedro ficou contente quando viu a Liliana, e vice-versa. Naquele momento em que se veem pela primeira vez, pensou que poderia resultar?

Sim. Criámos logo uma intimidade muito interessante. Havia química, empatia. Se começa assim, tem tudo para dar certo. E realmente pensei que poderia resultar.

Quando é que sentiu que estava apaixonado?

Em primeiro lugar, senti-me logo apaixonado pela ideia de casar. Depois eu e a Liliana desenvolvemos uma grande intimidade, em termos de beijos, que para mim é uma coisa muito importante e impactante. Senti que havia ali uma coisa que iria florescer. Portanto, posso dizer que foi a partir dos primeiros dias que me apaixonei. Senti-me logo envolvido.

Olhando agora de fora, o que é que acha que falhou na relação? Acha que podia ter feito alguma coisa de forma diferente?

Agora, pensando nisso, podia ter sido mais assertivo. Quando via alguma coisa que não me agradava, devia ter “batido com a mão na mesa”, ter dito que não gostava.

Acha que quis agradar demais e acabou por se perder?

Sim, quis agradar. O Pedro é o Pedro, é aquele que está ali, que toda a gente viu. Mas fui demasiado submisso e eu não sou assim.

«Senti que ela não estava confortável comigo ou com a ideia de estar comigo»

Quando é que percebeu que a Liliana não era a mulher ideal para si?

Consegui perceber quando ela deixou de ter aqueles comportamentos carinhosos. Parecia que estava sempre revoltada e desagradada com alguma coisa. Foi tudo um pouco de repente. Começaram a acontecer uma série de coisas ainda de lua de mel, ela começou a distanciar-se, a mostrar-se chateada. E eu não percebia o porquê. Questionava-me muito sobre o que estaria a acontecer. E existiam fatores externos, provavelmente… Mensagens que ela receberia, não sei. Senti que ela não estava confortável comigo ou com a ideia de estar comigo.

Acha que a Liliana não foi de mente aberta para a experiência portanto…

Sim, não foi. Tanto não foi que, ultimamente, tudo o que se escreve sobre ela mostra exatamente isso. Ela não estava de espírito aberto nem tinha tudo esclarecido na sua cabeça.

A Liliana chegou a dizer que o Pedro já tinha sido muito magoado por outras mulheres. Acha que isso o prejudicou de alguma coisa na experiência?

Não sei se me prejudicou. É verdade que havia algum medo. Fui muito criticado e analisado pelos próprios especialistas que me diziam que eu tinha uma necessidade de ser validado, ou seja, que eu estou constantemente à procura da validação do outro. E é verdade. Eu gosto de agradar todos, mas às vezes esqueço me de me agradar a mim próprio. Mas não fui para a experiência com esse receio em mente. Fui para a experiência porque acreditei que poderiam escolher melhor do que eu tenho escolhido para mim. E entreguei-me, isso prova que não tinha receio.

«A cara da pessoa que conduzia o táxi era igual à do ex-namorado dela»

O ex-namorado de Liliana foi assunto durante o programa e há uma altura em que acontece o episódio do táxi. A Liliana chegou a esclarecê-lo? Chegou a perceber se era mesmo o ex dela?

A Liliana disse-me que tinha chamado um táxi porque queria ir para a casa dela e a produção disse que não a levava. Eu não tenho essa ideia. A produção sempre se disponibilizou para a levar. Ela chamou o táxi e reparei que a cara da pessoa que o conduzia era igual à do ex-namorado dela.

Mas a Liliana não chegou a confirmar que seria o ex-namorado?

Não. Ela chegou a dizer-me que trocou algumas mensagens com o ex-namorado, disse-me que tinham ficado amigos. Eu, na altura, achei que era um processo natural. Não era algo que me agradasse muito, mas eu queria ter confiança nela. Efetivamente, esse episódio do táxi aconteceu. Até pode ter sido apenas um trabalho dele… Coincidência, mas pronto. Mas posso dizer que não vi intimidade ou assim. Não vi nada entre os dois.

E em relação ao anel oferecido pelo ex-namorado que a Liliana nunca tira. O Pedro disse várias vezes que não lhe fazia confusão. Isso é mesmo verdade ou, no fundo, mexia consigo?

No dia do casamento, eu nem reparei que ela tinha o anel. Mais tarde, explicou-me e tirou-o na lua de mel. Quando regressámos, ela volta a pô-lo e eu pensei: “se o tirou naquela altura, por que é que o voltou a pôr?”. Apesar de tudo, a lua de mel correu bem. Ela voltou a pô-lo porque ela precisava de esclarecer-se. Aquele anel lembrava-a de alguma coisa, se calhar também foi para pesar se aquilo que sentia comigo era suficiente ou não… Ela tinha muitas dúvidas. Explicou-me que aquilo era algo do passado, que não tinha peso nenhum e eu quis acreditar. Fomos tão felizes os dois quando casámos e ela tinha o anel, então por mim podia ter mil anéis desde que fôssemos felizes. Era isto que eu pensava e queria acreditar. No entanto, não se verificou.

O Pedro está a dizer que a Liliana não estava bem resolvida com o passado.

Ela foi para a experiência preencher um vazio. Ia com outras coisas na cabeça por esclarecer, não foi preparada nem aberta para aquilo que seria. Havia fantasmas do passado muito presentes.

«Ela não ganha nada em tentar prejudicar a minha felicidade»

A Liliana revelou recentemente que o Pedro a bloqueou nas redes sociais. O Pedro decidiu cortar contacto, não pretende manter uma relação de amizade com ela?

Neste momento, se tiver de manter algum tipo de relação com a Liliana, será de cordialidade. É o melhor para ela e para mim. E foi a pensar em mim, a pensar na minha relação presente, com a Soraia, não faço questão de manter contacto com a Liliana. Bloqueei-a porque achei que devia bloquear. Não quero ver as coisas dela e não quero que ela veja as minhas, não quero que haja comentários.

Acha que a Liliana poderia interferir na sua relação com a Soraia?

Não ganha nada em fazê-lo. O que ela tem de fazer é deixar-me ser feliz e ser feliz. Está visto que nós não resultamos, então cada um deve seguir o seu caminho. Ela não ganha nada em tentar prejudicar a minha felicidade. Nem quero crer que seja essa a vontade dela.

A Liliana referiu ainda que o Pedro tentou até ao dia do divórcio oficial fazê-la mudar de ideias, isso é verdade?

Não. Isso é mentira. A verdade é que ela tentou reaproximar-se de mim. Não aconteceu porque eu não quis. Achei que não era o melhor para mim. Tinha medo, tinha receio, ainda gostava dela. Como ela não sabia o que queria, podia voltar atrás e quem sofria era eu. Não tentei ter mais nada com a Liliana depois da experiência, até porque ela não estava de todo preparada para isso. Ela própria tem vindo a confirmar isso. Admitiu que teve um relacionamento com outra pessoa quando ainda estava comigo. O que é que ela quereria comigo?

As atitudes da Liliana foram muito criticadas porque muita gente considerou que a Liliana não o respeitava. Sente-se bem resolvido, perdoou a Liliana?

Sinto-me resolvido com a Liliana, perdoo a Liliana. A verdade é que depois veio dizer que, afinal, o Pedro não era tudo aquilo que ela disse. Afinal, o Pedro não era assim tão “carroça vazia”, não era “sem conteúdo”, não tinha “distúrbios de personalidade”. Ela deverá ter tido as suas razões, teve alguns condicionamentos que a levaram a dizer e a pensar aquelas coisas. Depois caiu em si e viu que errou, que foi cruel às vezes. Eu perdoei porque eu perdoo tudo. Desde que não me voltem a fazer mal.

O Pedro e a Liliana abandonaram o formato, mas depois decidiram dar uma segunda oportunidade e regressaram. O que é que aconteceu durante essas duas semanas que estiveram separados que os fez querer voltar?

Nós distanciámo-nos, acabámos e cada um foi para a sua vida. No dia a seguir a sairmos da experiência, a Liliana enviou-me mensagem a pedir desculpa pela forma como me tratou e a dizer que nunca me quis magoar. Respondi-lhe que só guardava as coisas boas que vivemos e que as más ficavam para trás. Naquela altura, pensei que poderíamos manter uma amizade. Depois começámos a falar diariamente, voltámos a ter mais cumplicidade, mas eu estava magoado e retrai-me. No entanto, quis acreditar que se voltássemos ao programa, poderia resultar. Pensei que se começássemos por uma amizade, talvez pudéssemos voltar ao que éramos no início. Era essa a minha ideia e foi isso que ela me passou, portanto fazia sentido voltar.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Zita Lopes; Agradecimentos: Kontiki Bar, El Corte Inglès, Seaside, Springfield

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