Esta sexta-feira, dia 20 de setembro, Pedro Lima celebra os 90 anos de Bernardette, a avó que assumiu o papel de mãe e que, por isso, tem um lugar muito especial no seu coração.
O protagonista de Amar Depois de Amar publicou uma amorosa fotografia com a avó e escreveu um texto emotivo. Nascido em Angola, Pedro Lima veio para Lisboa com apenas um ano para ficar ao cuidado de Bernardette, que apelida por «vovocas». Este «abandono» acabou por lhe deixar algumas marcas:
«Hoje, depois de alguma terapia, sei que aquela viagem para longe da minha mãe configura um abandono que marcou muito a minha relação com as mulheres até uma certa idade», começa por dizer.
«Durante toda a vida nunca senti a falta da mãe»
Contudo, o rosto da TVI viu na avó uma mãe e teve sempre todo o carinho e afeto da parte dela. «Durante toda a vida nunca senti a falta da mãe porque a Vovocas preencheu o espaço feminino de referência afectiva de que uma criança necessita».
«A sua forma de transmitir amor sempre foi ligada à dimensão funcional da vida. O cuidado permanente para andar asseado, ter a comida que eu gostava, a roupa lavada, os agasalhos para não ficar doente, um ou outro brinquedo que me alegrasse, uns ténis da moda quando era possível», refere. «Foi com esta matriz afectiva que me formei e era a única que sabia transmitir, até conhecer a Anna [atual mulher], com quem tenho aprendido outras formas de afecto»
Pedro Lima relembra que nos anos 80, a avó viu-se obrigada a arranjar três empregos para «garantir a sustentabilidade da família», mas que, mesmo assim, nunca sentiu a «ausência» dela em casa.
«Nunca teve nenhum homem para ajudá-la»
«Lembro-me da acordar com a energia dos seus passos enquanto preparava o dia antes de o sol nascer. Deixava sempre tudo organizado para que eu tivesse o maior conforto possível. Este exemplo é o legado que me deixa e que tentarei transmitir aos meus filhos. E nunca teve nenhum homem para ajudá-la. Conhecem mais alguém assim? Eu não, só a Vovocas!», remata.
«A minha mãe viveu emigrada toda a vida»
Em fevereiro de 2015, Pedro Lima deu-nos uma entrevista, a propósito das gravações da novela Única Mulher, onde recordou os tempos de infância e juventude. «A minha mãe viveu emigrada toda a vida, só veio para Portugal há seis ou sete anos. Trabalhava no estrangeiro para ajudar a família, pagar os estudos do filhos, etc. Vivi de muito perto essa realidade», lembrou.
A progenitora do ator trabalhava num gabinete na área de consultadoria e engenharia em Angola. «Conheço muito bem aquele país e cheguei a representar Angola nos Jogos olímpicos de Seul e Barcelona [em natação]. Fui atleta oficial angolano», refere.
Texto: Inês Borges/ Fotos: Reprodução Redes Sociais e Arquivo Impala
Siga a Revista VIP no Instagram
