O funeral de Paulo Gonçalves decorreu esta sexta-feira em Gemeses, Esposende, e contou com centenas de pessoas no último adeus ao piloto. A família está inconsolável. A viúva e os filhos prestaram uma sentida homenagem ao motociclista, com discursos emocionantes.
A missa, que durou 1h15, decorreu com um ecrã gigante com imagens do piloto e altifalantes para que as centenas de pessoas presentes pudessem ouvir.
Em frente à igreja, na rua, estavam alinhadas centenas de cadeiras para acomodar todos os que marcam presença na cerimónia, que iniciou às 16h00 horas. A multidão era tanta que o funeral do piloto precisou de dispositivo policial apertado para controlar a quantidade de pessoas que quiseram fazer tributo.
Na igreja, vários familiares discursaram em homenagem a Paulo Gonçalves. A mulher, Sofia, que fez o discurso mais longo, começou por recordar a notícia da morte. «O meu coração sentou quando o telefone tocou. Senti o que seria. Foi o pior dia da minha vida. A dor maior foi não teres tido oportunidade de lutar, como sempre fizeste», disse.
«O meu amor por ti continuará forte»
«Eras uma força da natureza como nunca vi igual. Achava que nada te derrubava. Estejas onde estiveres, vais continuar a lutar por mim e pelos nossos filhos. Preciso dessa força para me reerguer. Não vai ser fácil, mas prometo-te que vou conseguir. 22 anos juntos e levaram-te de mim. Tenho tanto orgulho em ti. Tenho o meu coração partido em mil pedaços. O meu amor por ti continuará forte. Serás sempre o grande amor da minha vida. São quatro corações despedaçados. Até já, meu Pauleta, amore mio», terminou, visivelmente emocionada.
«O meu amor é só teu»
Também os filhos e a afilhada homenagearam Paulo Gonçalves. «Quero que saibas que te amo e sempre te amarei. Prometo que serei sempre muito forte como tu eras», disse o filho. «Juro por toda a vida que o meu amor é só teu», declarou a filha.
Findada a missa, o cortejo fúnebre aconteceu com muitas palmas e barulho de motas. O caixão foi carregado por familiares e a viúva, Sofia, seguiu atrás do caixão com os filhos e levava o capacete do piloto entre as mãos.
Paulo Gonçalves foi vítima de um acidente a 12 de janeiro, aos 40 anos. O piloto morreu na sequência de uma queda sofrida ao quilómetro 273 da sétima de 12 etapas do Rali Dakar de todo-o-terreno, cuja 42.ª edição se disputou na Arábia Saudita.
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Texto: Cynthia Valente e Marta Amorim | Fotos: João Manuel Ribeiro
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