Paulo de Carvalho, de 71 anos, foi o convidado de Fátima Lopes no programa Conta-me Como És, da TVI, deste sábado, dia 27 de abril. A entrevista foi para o ar dois dias depois do Dia da Liberdade, 25 de abril e a razão é óbvia. E Depois do Adeus, música composta por José Calvário, com letra de José Niza e interpretada por Paulo de Carvalho, foi a cantiga escolhida como primeira senha do movimento dos capitães na Revolução dos Cravos, que aconteceu em 1974.
Sobre a ligação entre a música e um dos dias mais importantes da História de Portugal, o cantor revela: «Foi um acaso. A cantiga foi escolhida como primeira senha do movimento dos capitães. Isso eu gostava que não fosse esquecido, e muitas vezes é. Se alguém merece estar à frente desta música toda portuguesa é o José Afonso, não é mais ninguém. Só que não podia passar na rádio naquela altura, por isso é que foi escolhida o E Depois do Adeus senão era o Venham Mais Cinco, hoje já sei que era essa música. Aconteceu. Foi a música que representou a RTP no Festival da Eurovisão daquele ano. Talvez tenha feito algum sentido. Representava novas formas de compor, de cantar.»
Hoje em dia, o pai de Agir sente-se «mal apreciado pelos seus pares, de modo geral», mas garante que não lhe «afeta grande coisa, porque sabe o que faz». «Gostava que falássemos mais. Que estivéssemos mais juntos», desabafa.
O artista revela que não sente que tenha a melhor voz do nosso País. «Não sou falso modesto, mas também há muita gente a cantar muito bem em Portugal, homens e mulheres!»
«Nova forma de censura»
Paulo de Carvalho conta que ele e as pessoas da sua altura se habituaram que havia uma forma de censura. No entanto, garante que hoje também há, mas de uma forma diferente. «O silêncio. Tu silencias uma pessoa e as outras pessoas não conhecem, não sabem o teu trabalho. Eu ao fim deste tempo todo, é uma coisa que me honra bastante, atenção, mas continuo a ser o fulano do E Depois do Adeus e d’Os Meninos de Huambo e eu já fiz muito mais coisas depois disso», lamenta.
Sobre este último facto, o cantor afiança: «Eu não pertenço a nenhum lobby. A maior parte das vezes até estive fora dos sítios mais ou menos certos para se saber das nossas vidas! Hoje em dia vive-se de uma forma mais rápida, as referências são quase nenhumas!»
Perante esta situação, Fátima Lopes sente que há uma certa mágoa por Paulo de Carvalho não ter tido espaço para mostrar o que de melhor tem. «Não me importo de concordar com o que acabas de dizer. Estou a aproveitar-me, de certa forma, desta mágoa, para mandar um recadozinho também», responde.
A paixão pela música surgiu muito cedo e o artista confessa que é «produto de um programa da Rádio Renascença, o 23.º Hora». «Fui ouvindo, ouvindo e fui-me apaixonando pela música. Tinha 12 anos», conta.
«Fui tão sério, tão sério, que me casei 5 vezes»
Atualmente, Paulo de Carvalho é casado com Susana Lemos, 27 anos mais nova. O músico diz que, «provavelmente, é com a Susana que tem uma relação mais profunda e, talvez, a mais bonita de todas». Juntos há cerca de 20 anos, mas casados o casal tem duas filhas, Flor, de 11, e Maria, de 16.
«Ao princípio sofremos bastante. Quando era para falar de mim era porque eu me estava a aproveitar da miúda. Quando era ao contrário era porque ela se estava a aproveitar do artista», atira.
No entanto, o cantor é também pai de Bernardo, mais conhecido por Agir, de 31, Mafalda Sacchetti, de 42, e de Paulo Nuno, de 51.
«São filhos de épocas diferentes da minha vida. As mães contribuíram muito para que eles sejam as pessoas que são», revela.
«Tinha 20 anos quando me casei pela primeira vez. Era um tontinho. Eu fui tão sério, tão sério, que casei 5 vezes. Nunca andei com 2 mulheres ao mesmo tempo. Eu digo isto a brincar, atenção», conta.
O artista tem um ótima relação com todas as ex-mulheres. Apenas perdeu o contacto com Isabel Bahia. Paulo de Carvalho foi ainda casado com a atriz Helena Isabel e Teresa Sacchetti.
O intérprete revela que é muito afetivo por causa da mãe. «O meu pai era barman em barcos. Por ano ficava dois meses cá. Um no inverno, um no verão. Sou muito afetivo por causa da minha mãe. Dava-me maravilhosamente bem com ela. Ela tinha uma forma de dizer as coisas que ficavam mais do que uma palmada, por exemplo», diz.
Texto: Redação WIN/Conteúdos Digitais; Fotos: Reprodução Instagram e Arquivo Impala
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