Paula Marcelo esteve no programa «Linha Aberta» da SIC com Hêrnani Cavalho, esta quarta-feira à tarde, dia 13, e teve uma conversa dura sobre o companheiro com quem viveu durante mais de 35 anos.
A atriz contou que o companheiro, que morreu aos 91 anos, desconhecia ter cancro e que nos últimos tempos da sua vida teve de «esmolar» por cuidados paliativos.
«O Camilo foi para os paliativos a pensar que ia para um centro de saúde. Eu andei a esmolar um centro de paliativos, porque eu já não tinha capacidade [financeira]. Custava-me mas eu já não sabia e não podia sujeitar um homem de 90 anos a ir todos os dias para o hospital».
Paula Marcelo revelou que não tinha capacidade financeira para ajudar Camilo e que mesmo com o dinheiro ganho pelo autor no seu auge, nessa altura, «havia muitas fugas ao fisco».
A última década do ator foi passada doente e isso também não ajudou. «No final de vida tive de recorrer a hospitais pois já não havia dinheiro para mais», confessa Paula.
Obrigada a recorrer à justiça para ter direito à pensão de sobrevivência
Viveram maritalmente mais de 35 anos mas a justiça não reconhece Paula Marcelo como mulher do falecido ator. Camilo de Oliveira deixou-nos a 2 de julho de 2016 e mais de um ano depois, Paula Marcelo vê-se obrigada a recorrer à justiça para ter direito à pensão de sobrevivência.
«Recebi uma carta da segurança social a dizer que não tinha direito a nada e a partir daí foi para a advogada», conta-nos a atriz na abertura do LEFFEST’17 – Lisbon & Sintra Film Festival 2017.
Quem recebe neste momento a pensão é a primeira mulher do ator, a única com quem realmente foi casado. Apesar das várias tentativas de divórcio (principalmente no último ano de vida de Camilo), tal nunca se concretizou. «Houve uma tentativa da parte da segunda mulher, da Maria Luísa, mãe do segundo filho do Camilo e da minha parte houve duas tentativas: uma quando fui pedida em casamento em direto, e no último ano, quando o Camilo adoeceu», revela-nos.
O sentimento de injustiça assola Paula Marcelo que nos diz, consternada, que quem acompanhou Camilo na doença, foi ela.
«Se por algum motivo eu tivesse negligenciado o Camilo… Tem de haver uma excepção à lei. Ela terá os seus motivos, mas a verdade é que fui eu que estive com ele estes anos todos. Foram 35 anos… A minha união de facto foi maior que o casamento deles».
Saiba mais aqui.
Fotos: D.R.
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