Passaram 14 anos
As últimas imagens de Fehér

Nacional

Foi a 25 de janeiro de 2004 que o futebol português viveu uma das piores noites de sempre quando Miki Fehér caiu inanimado no relvado.

Qui, 25/01/2018 - 16:44

O Estádio D. Afonso Henriques é um dos mais barulhentos de Portugal. E um daqueles em que os adversários sentem mais dificuldades. Algo que ficou evidente na noite de 25 de janeiro de 2004. O Vitória recebia o Benfica numa noite fria e chuvosa. O jogo estava bastante equilibrado e foi perto do final do jogo que Fernando Aguiar marcou o golo que vinha a selar uma vitória que ninguém recorda. Pouco tempo depois, Miki Fehér atrasou um lançamento lateral de Rogério Matias. O árbitro Olegário Benquerença não perdoou a atitude do jogador húngaro e admoestou Fehér com o cartão amarelo. Miki sorri, curva-se apoiado nos joelhos e cai com estrondo no relvado.

Por breves instantes ainda se acreditou que o jogador do Benfica estaria a queimar tempo, de forma a segurar a vitória num campo complicado. Mas rapidamente se percebeu que a situação era bastante grave. Os jogadores começaram a chorar e aquele que é um dos mais barulhentos estádios nacionais ficou num completo silêncio. O relógio assinalava as 21h30 quando se começou a temer o pior. Os médicos ainda tentaram reanimar o jogador húngaro, então com 24 anos de idade, que abandonou o relvado na ambulância, enquanto se ouvia um mar de aplausos, o último em vida.

 

Miki Fehér morreu com apenas 24 anos

 

A morte de Miki Fehér viria a ser declarada às 23h10, tendo sido tornada pública meia hora mais tarde. Mais tarde foi conhecida a causa da morte que causou estranheza a muitas pessoas, que não compreendiam como é que era possível uma situação destas com um atleta de alta competição. Miki Fehér morreu devido a uma cardiomiopatia hipertrófica. Um problema nunca detetado nos exames médicos a que os jogadores são sujeitos. E que levou a que os exames fossem ainda mais exigentes, de modo a evitar outra tragédia semelhante.

Aos 24 anos, Miki Fehér era uma espécie de 12º jogador do treinador espanhol Jose Antonio Camacho. Era comum ser utilizado como uma «arma secreta». Algo que aconteceu no último jogo em que participou. O húngaro tinha substituído João Pereira à passagem dos 60 minutos, numa altura em que o resultado ainda se destacava por um empate sem golos. O falecido jogador foi também um dos símbolos da eterna luta entre Benfica e Porto, tendo trocado os «dragões» pelas «águias». Os «encarnados» retiraram a camisola 29, que nunca mais voltará a ser utilizada por outro jogador.

 

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Fotos: D.R.

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