Pai da recém nascida morta à facada assume amor por Rafaela Cupertino
«Se eu tivesse chegado antes, não eram elas que estavam presas, era eu»

Nacional

O caso das gémeas que mataram a uma recém-nascida à facada, continua a chocar. A mãe da bebé foi condenada a 18 anos e três meses de prisão efetiva e a tia a 15 anos e três meses. O pai vem agora pronunciar-se.

Qua, 27/03/2019 - 18:41

Diogo, o pai da recém-nascida morta à facada pela mãe e pela tia, conheceu Rafaela Cupertino em abril de 2015. Ele, funcionário de um call center em Lisboa, ela, chefe de equipa, foi aí que se conheceram. Cinco meses depois, vivam juntos e descobriram que iam ser pais de gémeos.

No fatídico dia de 9 de abril, Rafaela e Diogo saem de Corroios para ir trabalhar. Só se voltam a encontrar à noite, quando, às 22h00, Inês, a irmã gémea de Rafaela liga a Diogo.  «Vem para casa urgente», terá dito.

«A tua mulher acabou de parir, a criança morreu«, terá dito Inês assim que abriu a porta de casa a Diogo.

«Ela estava deitada, num lençol, no chão, completamente desorientada. Eu pergunto o que é que se passou e a Inês diz que não quer falar sobre isso agora». Diogo relata ter tentado mexer no saco [onde as gémeas já tinham colocado a bebé morta] mas foi impedido por Inês, que lhe dizer «não abras porque tu não vais gostar de olhar para isso».  O pai da recém-nascida recorda ainda ter tentado ligar para o 112 e ter sido impedido. «Não ligues porque nós acabámos de matar uma criança», relata Diogo ao programa Casos da Polícia, da SIC.

«Porque eu não ia deixar fazerem aquilo à minha filha»

De seguida, Rafaela é levada em braços para o quarto e acaba por desmaiar várias vezes, sendo só aqui que liga para o 112. A PJ chega primeiro e, confrontada, Inês acaba por revelar que a irmã tinha dado uma facada à bebé. Diogo recorda que o agente, ao ouvir a descrição do que se havia passado, «mandou um soco na porta e foi-se embora». Rafaela viria a confessar o crime ainda sentada numa ambulância e levada para o Hospital Garcia de Horta. Nesse mesmo dia, as gémeas foram detidas e presentes a interrogatório e ficam em prisão preventiva.

«Se eu tivesse chegado antes aquela criança não estava morta e não eram elas que estavam presas, era eu. Porque eu não ia deixar fazerem aquilo à minha filha», diz Diogo Bastos, de 24 anos, mais conhecido por Diego.

«Eu ainda amo a Rafaela, infelizmente»

«Ela não era nenhuma rapariga perturbada. A Rafaela era uma pessoa completamente normal», diz, negando ainda as acusações de violência doméstica. «Não encontro justificação para isso».

Diogo vive agora sozinho, num quarto alugado, com o cão, Tupac. Os filhos foram-lhe retirados e a guarda entregue ao avô materno. Diogo apenas pode ver os filhos, de 2 anos, 3 horas por semana, supervisionado.

Desde a prisão de Tires, Rafaela escreveu duas cartas às quais a SIC teve acesso. «Psicologicamente não estou bem, não em vou perdoar nunca por aquilo que fiz. Penso nos meus filhos todos os dias. Tenho vergonha da pessoa e da mãe que sou.», pode ler-se.

Diogo acabou por escolher o nome Maria para dar à bebé assassinada pela mãe e tia e reitera:  «Eu ainda amo a Rafaela, infelizmente. É a mãe dos meus filhos. Nós temos muita história mesmo. Eu sei coisas da Rafaela que ninguém sabe, e ela de mim. Quer eu queira quer não, o meu amor por ela está lá»

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Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Reprodução Facebook

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