José M. Tallon
“Os meus filhos são o meu grande refúgio”, confessa JOSÉ MARIA TALLON

Famosos

Após a morte do pai, o médico pensou quebrar a tradição do Natal e refugiar-se no Brasil, mas os filhos não deixaram
Depois da morte do pai, José Maria Tallon, de 51 anos, ponderou trocar o Natal familiar, passado em Granada, pelo calor do Brasil. Contudo, o fundamental apoio dos filhos do médico espanhol, Carminha, de 26 anos, Pepe, 25, Eduardo, 19, Beatriz, 15, e Rafael, de 13, levou José Maria Tallon a manter a tradição da família.

Sex, 09/12/2011 - 0:00

Depois da morte do pai, José Maria Tallon, de 51 anos, ponderou trocar o Natal familiar, passado em Granada, pelo calor do Brasil. Contudo, o fundamental apoio dos filhos do médico espanhol, Carminha, de 26 anos, Pepe, 25, Eduardo, 19, Beatriz, 15, e Rafael, de 13, levou José Maria Tallon a manter a tradição da família.

VIP – Qual o significado do Natal?
José Maria Tallon – Além de espanhol, sou da Andaluzia, uma zona que se caracteriza pela intensidade com que vivem as datas, sobretudo o Natal. Normalmente, a família janta toda junta e este ano será o primeiro em que o meu pai não está presente. Vamos para a casa do meu irmão. Contam-se histórias e cantam-se villancicos (cânticos tradicionais de Natal) e come-se (risos).

Que memórias guarda de quando era mais novo?
JMT – É curioso porque recordo-me sempre da batata-doce que a minha mãe fazia (risos). Era algo espetacular. O Natal era no dia seguinte ao último dia de aulas. Estudávamos em Granada, voltávamos à aldeia e era um retornar ao conceito de família.

É importante juntar a família nesta época?
JMT – Não entendo a vida sem a família. Por exemplo, gosto imenso de estar com os meus filhos e jantamos juntos todos os dias.

Na família Tallon o Natal não é um pretexto para que a família se junte…
JMT – Só para nos juntarmos com a família espanhola, porque há 750 quilómetros que nos separam. Mesmo assim, somos muitos ligados. Falava todos os dias com o meu pai e continuo a falar diariamente com o meu irmão e passei a falar todos os dias com a irmã do meu pai que ainda é viva. Há um contacto familiar intenso.

Na mesa manda a tradição?
JMT – Sim. São sempre comidas especiais. De Portugal, levo bacalhau com natas e doces típicos que não existem lá. Posso dizer que a nossa mesa é especialmente calórica (risos). Temos os doces de cá e os de Espanha.

Alguém se veste de Pai Natal?
JMT – Era eu, mas agora é um sobrinho. O meu irmão tem uma casa grande, com um jardim enorme e o Pai Natal passa por lá a puxar o trenó. Nessa altura, as crianças contam até dez antes de irem ter com o trenó onde estão as prendas. Quando lá chegam, o Pai Natal já foi embora. É fantástico (risos).

Nunca desconfiaram que o Pai Natal era o vosso pai?
Rafael – Sim. Houve um ano em que ele se esqueceu de tirar as pantufas (risos).
Beatriz – E sempre achei estranho ele estar na casa de banho quando o Pai Natal chegava (risos).

As pessoas conhecem o seu lado mais divertido. Também é um pai mais duro quando tem de ser?
JMT – O pai pode ser amigo dos filhos, mas nunca deve esquecer que é pai.

Quer aproveitar para pedir algum presente aos seus filhos?
JMT – Não posso. Conhecem-me bem demais. Têm de saber o que quero (risos).

E os filhos? Querem pedir algo ao pai?
Carminha – Acho que falo pelos meus irmãos e quero pedir algo para o nosso pai. Queremos que ele encontre a felicidade. É um golpe muito duro o que aconteceu com a Sofia [Ribeiro, de quem está separado] e com o meu avô. Acho que o meu pai é um herói pela forma como lidou com tudo.

Apesar da morte do seu pai, vão manter as tradições familiares?
JMT – Este ano, devido às recordações do meu pai, ponderei ir para o Brasil e fazer algo diferente. Contudo, vamos fazer tudo igual e será a irmã do meu pai a presidir a mesa.

Os filhos foram os responsáveis para se manter a tradição?
C – Sem dúvida. Tive muito medo que ele quisesse fugir devido à falta do meu avô. Não vamos esquecê-lo.

Está preparado para chegar à noite de Natal e não ter a companhia do seu pai?
JMT – Não vai ser fácil, mas estou mentalizado para isso. E estará connosco de alguma forma.

Vai ser complicado lidarem com as saudades do vosso avô?
Pepe – É sempre complicado quando falta alguém…
C – O avô era uma figura muito importante para todos nós. Era uma referência. Até lhe costumávamos chamar Vitor Corleone devido à sua postura (risos).
P – Estava sempre vestido de fato…

No último Natal também estava casado…
JMT – Ultimamente tem sido ano sim, ano não (risos).

Há a possibilidade de até ao Natal ficar ocupado o lugar destinado à sua amada?
JMT – Não. Mesmo que namore com alguém, essa pessoa vai estar com a sua família e eu com a minha. Isto não quer dizer que pense passar o resto dos meus Natais sem uma companheira, mas não tenho pressa.

Ainda acredita no amor?
JMT – Claro. Quem casa três vezes não vai acreditar no amor? Também me divorciei três vezes (risos). Enquanto há vida há esperança.

Quer voltar a casar?
JMT – Não sei.. O futuro é escrito por nós no caminho a que chamamos vida. Logo se vê e não é algo que me preocupe neste momento. Não estou desesperado.

Nos momentos complicados, os seus filhos são o seu refúgio?
JMT – Claramente. Aliás, quando o meu pai faleceu, estavam todos comigo. Viveram essas angústias comigo. Os meus filhos foram e são o meu grande refúgio.

Depois do Natal segue-se o Brasil para a passagem de ano…
JMT – Costumo ir lá todos os anos e este ano não será exceção.

Irá com os filhos?
JMT – Este ano, excecionalmente, os filhos mais novos não vão comigo. Vão ficar com a mãe que faz 40 anos. Os mais velhos vão acompanhar-me.

Têm algum desejo para 2012?
JMT – Que fique como estou. Se as coisas continuarem assim, fico feliz.
P – Saúde e felicidade.
C – Desejo que o próximo ano seja melhor do que este.

Profissionalmente, sente a crise?
JMT – As coisas estão a correr bem, mas noto que agora as pessoas tentam fazer duas ou três consultas em vez de quatro. Há essa preocupação que até é simpática para nós. Os resultados são melhores. Há uma otimização do dinheiro. Noto que os portugueses têm a noção de que se tem desperdiçado muito dinheiro no Governo e também nas famílias. E isto é bom para todos. Felizmente, não me posso queixar. Vamos lançar um novo tratamento de antienvelhecimento. Vai ser possível travar o processo de envelhecimento e fazer com que a pessoa a cada três anos envelheça apenas dois, por exemplo.

Perante as dificuldades isso é algo que pode dar ânimo às pessoas?
JMT – Claramente. E estamos a falar de antienvelhecimento interno. Não se trata de retirar uma ruga ou algo do género.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Marco António e Romão Correia; Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L´Oréal Professionnel

Siga a Revista VIP no Instagram