Serafim Ribeirinho Soares
“Operar é a mesma coisa que conduzir um carro de corrida”

Famosos

Trinta anos ao serviço da estética, acompanhando as grandes mudanças por que passou a sua especialidade nas últimas décadas, fizeram de Serafim Ribeirinho Soares um dos mais procurados cirurgiões plásticos.

Sex, 10/02/2012 - 0:00

 Trinta anos ao serviço da estética, acompanhando as grandes mudanças por que passou a sua especialidade nas últimas décadas, fizeram de Serafim Ribeirinho Soares um dos mais procurados cirurgiões plásticos. Casado pela terceira vez há dez anos, com Alexandra, tem um filho de cada casamento (João, de 24 anos, Luís, de 17 e Alexandra, com 16 meses) e considera-se um pai feliz e realizado. A família, a profissão, a caça e os automóveis são as suas grandes paixões e não rejeita uma oportunidade para acelerar numa bem disputada prova da categoria de clássicos.

VIP – Que balanço faz dos seus 30 anos de carreira?
Serafim Ribeirinho Soares – O balanço é francamente positivo, porque esta foi a especialidade que escolhi e na qual me senti sempre bem. Tive sorte, no princípio, não só pelas pessoas que me deram formação, mas por ter estado no Hospital Militar, que me deu a possibilidade de começar a operar na área da estética, coisa que na época era difícil, nos hospitais civis.

O que mudou na cirurgia plástica nestes 30 anos?
Houve muitas mudanças significativas. Por exemplo, sou do tempo em que para se fazer uma cirurgia reconstrutiva era necessário obter retalhos muito complicados, que obrigavam a meses de internamento. Tive a oportunidade de participar numa verdadeira revolução na cirurgia plástica, traduzida num elevado número de técnicas inovadoras, como foi o caso das primeiras lipoaspirações que se realizaram no nosso país.

Escolheu a Medicina por influência do seu pai, também médico. E a cirurgia plástica, foi inspirada por quem?
Por um médico de Lisboa, chamado Peralta de Figueiredo, que era um grande cirurgião plástico. Fiz as minhas primeiras cirurgias com ele e apaixonei-me pela especialidade.

O que lhe dá mais prazer no trabalho?
É ver a alegria das pessoas com os resultados.

Quais são as cirurgias mais procuradas atualmente?
Estou convencido de que, em todo o mundo, é a mamoplastia de aumento. Em segundo lugar estão as lipoaspirações e pelo meio as blefoplastias, as rinoplastias, as reduções mamárias, etc.

E já há muitos homens a operarem-se?
Cada vez há mais, principalmente a fazerem rejuvenescimento.

Ainda há grandes tabus em relação à cirurgia plástica?
Há. Há muitos tabus e muita ignorância, mesmo a nível médico. Só há poucos anos esta especialidade é ensinada nas universidades, de maneira que há muitos médicos que não têm a noção do que é a cirurgia plástica.

Que comentário lhe merece o alarme criado em torno do silicone industrial em lugar de silicone médico?
Essa situação está a causar um stress muito grande, porque há milhões de pessoas em todo o mundo com implantes e está a instalar-se um clima de medo que não devia existir. Sabemos que há 350 mil mulheres em todo o mundo com próteses de silicone da marca em causa e só temos conhecimento de um reduzido número de casos em que as coisas correram mal. No entanto, a regra é proteger o doente e, portanto, retirar as próteses dessa marca que foram entretanto implantadas.

Está casado há dez anos. Que papel tem tido a sua mulher na sua vida e carreira?
A Alexandra tem tido um papel muito importante. Acompanha-me para onde quer que eu vá, está presente na minha vida em todos os momentos e transmite-me tranquilidade para fazer o meu trabalho.

Tem um filho de cada um dos seus três casamentos. O João, de 24 anos, o Luís, de 17, e a Alexandra, com 16 meses. Sente-se um pai realizado e feliz?
Muito feliz. O mais velho é engenheiro e tem uma vida independente. O segundo é bom estudante e diz que quer ser cirurgião plástico como o pai. E a pequenina veio revolucionar e encher a nossa casa e alterar muito aquele clima de tranquilidade que a mãe me proporciona. Mas dá-me uma satisfação enorme estar com ela.

Veio mudar muito a sua vida?
Bastante. Eu, que podia pensar em reformar-me daqui a poucos anos, já não posso. Tenho de alterar os meus planos, tenho de a acompanhar da melhor maneira e, para fazer isso, preciso de me manter ativo.

Com quem a acha mais parecida?
Acho que é mais parecida com a mãe, mas também tem alguns traços meus.

Depois dos dois rapazes, dos casamentos anteriores, teve uma menina. É o realizar de um sonho?
Uma menina era fundamental. Claro que se fosse um rapaz também era bem recebido, mas o que desejava realmente é que fosse menina.

Quais são as suas grandes paixões?
A família, os automóveis e também a caça.

Continua a sentir-se atraído pelas provas de automobilismo da categoria de clássicos?
Enquanto puder vou continuar a competir, porque isso ajuda-me muito a descomprimir de uma semana de trabalho que é sempre cansativa e exigente.

Há alguma semelhança entre as corridas e a cirurgia plástica?
Operar é a mesma coisa que conduzir um carro de competição. A concentração tem de ser absoluta e a preparação física muito boa, porque, tanto num caso como no outro, se o não for, ao fim de algum tempo desconcentramo-nos e pomos em causa aquilo que estamos a fazer e onde nos é proibido falhar.

Texto: Teixeira Lopes; Fotos: Bruno Peres; Produção: Nucha; Cabelos e maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L´Oréal Professionel

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