Situado no Borough londrino de Richmond upon Thames, em Londres, Hampton Court Palace é uma das várias residências reais de Isabel II. A soberana inglesa nunca aqui habitou, mas agora, com a pandemia da Covid-19 no seu território, a monarca, que se mudou para o Castelo de Windsor, transferiu os seus cavalos de Buckingham para este palácio com vastos jardins.
Aqui, os cavalos da rainha Isabel II estão mais à vontade. Em vez de estarem fechados nas cavalariças do Palácio de Buckingham, estes animais têm agora uns estábulos mais espaçosos. Tudo porque, com a ameaça da pandemia da Covid-19, a soberana retirou-se para o Castelo de Windsor e é aí que está isolada com o marido, o príncipe Filipe, duque de Edimburgo. Portanto, sem necessidade de os usar em serviços de pompa, com as belas carruagens, ou em paradas militares, a rainha ordenou a sua mudança para uma das suas residências reais mais desconhecidas.
Um palácio com 500 anos
Apesar de nunca o usar para viver, Hampton Court Palace é visitado por muitos turistas anualmente, uma vez que se tornou um museu, no século XIX, por vontade da rainha Vitória. Este palácio tem 500 anos de História, é conhecido como a casa do rei Henrique VIII e da dinastia Tudor. Fica situado a sudoeste de Londres, não muito longe das margens do rio Tamisa. O esplendor de Hampton Court começa quando o cardeal Wolsey, ministro da corte inglesa, alugou uma residência rural para o transformar num grandioso edifício. Estávamos em 1514. Construído em tijolo brick, à moda do Renascimento italiano, o palácio depressa se tornou uma grande casa, rica e opulenta. O cardeal, que investiu aqui grandes somas de dinheiro, sonhou uma grande construção para poder receber as suas visitas, para aí poder alojar o rei e a corte, mas também para ser anfitrião dos reis da Europa, os homens mais poderosos do Mundo.
Palco de grande opulência
Com inveja desta maravilha, o rei Henrique VIII retira poderes ao seu ministro e confisca-lhe o palácio em troca de um menor. Henrique VIII estava, de facto, maravilhado com a transformação operada. É que, de uma casa rural, Hampton Court transformou-se num exemplar único da arquitetura palaciana do Planeta civilizado. Com Henrique VIII como senhor do palácio, o rei quis mostrar que também era capaz de exibir fausto e opulência. Aqui deu grandes banquetes e aqui reuniu grande quantidade de obras de arte.
Gerações de poder
Foram vários os soberanos que quiseram deixar a sua marca nesta casa. James I, da dinastia Stuart, aqui viveu e aqui terá lido as obras do seu contemporâneo William Shakespeare. Os reis William e Mary deram grande importância ao palácio mas também aos jardins. A rainha Ana projetou a remodelação da Capela Real, de acordo com a orientação do arquiteto Christopher Wren.
Com George II esta-se na fase final da construção como hoje a conhecemos e é da sua mulher, a rainha Carolina, a ideia de uma escadaria estilo romano , que viria a ser construída pelo arquiteto William Kent. E é precisamente no seu reinado que esta residência deixa de ser a sede permanente da família real inglesa. Em 1838, a rainha Victoria decide abrir o palácio ao público e torna-se assim um museu, que recebe milhares de turistas por ano. Em 1986, o palácio sofre um incêndio e as obras de restauro vão durar até 1995. Num gesto simbólico de reconciliação com a Igreja Católica Apostólica Romana, em 2016, foi celebrada no palácio a primeira missa católica dos últimos 450 anos.
Uma casa com fantasmas
Todos os palácios e castelos têm as suas lendas com fantasmas e este não é exceção. Em Hampton Court diz-se que por aqui paira o espírito do rei Henrique VIII e de algumas das suas mulheres como Ana Bolena. A quinta mulher deste rei aqui foi presa e condenada à morte por adultério e traição. Diz-se que os seus gritos, quando soube da sua sorte, ainda hoje ecoam pelo palácio. Entre as más memórias destas paredes também está o fantasma de Jane Seymor, que morreu depois de dar à luz o príncipe Eduardo, futuro rei Eduardo VI.
Os jardins
Um dos grandes atrativos para quem visita este palácio são os vastos jardins. Depois de um inverno rigoroso, na primavera começam a despontar as folhas das árvores e as flores nos seus milhares de canteiros ganham uma nova vida. No verão, as fontes ajudam a trazer mais frescura ao espaço exterior e no outono, os tons ocres, dourados e violetas anunciam uma outra beleza. Se visitar este palácio não pode perder o labirinto de arbusto, uma grande superfície verde que se extende por 243 mil metros quadrados. Curiosamente, um dos jardins desta vasta propriedade foi reinaugurado pela duquesa de Cambridge, a mulher do príncipe William.
Curiosidades do palácio:
– O Great Hall é uma galeria decorada com antigas tapeçarias de Bruxelas onde se pode ver a história de Abraão. Possivelmente uma encomenda do rei Henrique VIII, este conjunto foi avaliado, em 1649, pela exorbitante quantia de 8260 libras, cerca de 9300 euros, o que à data era uma grande fortuna.
– A cozinha original do palácio data de 1530. Na altura funcionava 24 horas por dia, tinha 200 empregados e servia as refeições das 600 pessoas que aqui viviam. As cozinhas do palácio estão situadas em quase todo o primeiro andar e ocupam uma área de 55 salas.
– A Capela Real foi remodelada em 1710 pelo arquiteto Christopher Wren, a pedido da rainha Ana.
Texto: Alberto Madeira Miranda, Fotos: DR
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