O ano de 2017 «foi complicado» para João Paulo Rodrigues. Após 12 anos de relação, sete dos quais casados, O apresentador da SIC e a mulher, Juliana Marto, decidiram colocar um ponto final no matrimónio.
Em conversa com Daniel Oliveira, no programa Alta Definição, Jota (como é carinhosamente tratado) confessa que a separação dos pais, quando era criança, o ajudou a ultrapassar a sua e a entender as reações da filhas: Rita, de oito anos, e Sofia, que faz dois em setembro.
«Era miúdo. Custou-me muito. Lembro-me de estar sentado no sofá e o meu pai deitado com a cabeça no meu colo. Ele a tentar disfarçar as lágrimas. E eu percebi que ele estava a chorar porque eu ficava com as calças todas molhadas das suas lágrimas. E eu passei pelo mesmo… É como se eu já estivesse vivido isto antes.», desabafa.
«Vou lá atrás e percebo de que forma é que ele encontrou a paz dele e de que forma é que conseguiu continuar. E perceber que houve uma altura em que a preocupação dele foi: o casamento acabou, vou ter de ultrapassar isto, mas não posso deixar de ser o pai para os meus filhos. E se ele agora pudesse falar tenho a certeza que me diria: “segue o teu coração, sê feliz, mas não deixes de ser pai, não deixes de estar presente na vida das tuas filhas”», conta emocionado, lembrando o pai que morreu há uns anos.
Uma das consequências da separação foi não ter as filhas regularmente na sua vida. E isso foi um pesadelo para João Paulo Rodrigues.
«Era o pai de família que passava muito tempo fora a trabalhar»
«A coisa que mais me custa é não as ter na minha vida regularmente. E a coisa que mais me custou quando me separei da mãe delas foi chegar a casa de um espetáculo, imagina às 2h da manhã, por exemplo, e não ter os brinquedos delas no chão e não poder ir ao quarto delas vê-las dormir.»
No entanto, admite que o divórcio fez dele um «melhor pai».
«Quando estava com a mãe delas, estava muito tempo fora a trabalhar. Era o pai de família que passava muito tempo fora a trabalhar e deixava, se se calhar, a educação mais para a mãe. E pensava que aquilo estava assegurado, mas perdi muitas coisas. E isso fez com que o tempo que agora estou com elas, é um tempo em que estou mesmo com elas. O telefone para, desliga, não quero saber de ninguém», começa por explicar.
«A Rita está comigo todas as semanas. A Sofia há-de ficar quando for mais crescida. Mas aquele bocadinho que eu tenho com a Rita é de uma qualidade que nunca tive com ela. Nunca estive lá completamente. E isso é o que falta a todos nós enquanto pais. Ou tu te aplicas e te dás genuinamente ou elas vão habituando a que tu não estejas. E eu não quero isso.»
«Nesse dia a rita percebeu e agarrou-se a mim a chorar também»
«Eu a Rita pomos a mesa, fazemos o jantar, vemos um filme e, se lhe apetecer, fazemos uma pipocas. E antes não», partilha.
Apesar de tentar estar sempre bem perto das filhas, o apresentador do «Queridas Manhãs» confessou que nem sempre conseguiu e que um dia chorou à frente da filha mais velha.
«Chorei perto da Rita uma vez. Foi num dia em que estava um bocadinho mais triste. E ela disse-me uma coisa que me bateu de forma mais funda e eu não consegui aguentar. Este ano foi complicado, às vezes, as lágrimas caíam-me no intervalo do programa. E, nesse dia, a Rita percebeu e agarrou-se a mim a chorar também.»
Para conseguir superar esta fase mais complicada, Jota teve de recorrer à psicoterapia. «Foi da melhores coias que fiz», admite.
«Não sei como consegui ir trabalhar durante grande parte do ano passado trabalho. Juro que não sei.»
Teve fases em que se isolou, em que lhe era difícil levantar-se da cama para ir trabalhar. E quando ia, muitas vezes, asism que saia dos estúdios, agarrava no paraquedas e corria quilómetros só para saltar. E voltava em transe.
«Não sei como consegui ir trabalhar durante grande parte do ano passado trabalho. Juro que não sei. Foi complicado. Valeu-me o espaço que a Júlia (Pinheiro) me foi dando. Foi um ano muito sozinho. Podia não ter sido, mas eu obriguei-me a isso. Porque eu tinha de perceber o que estava a fazer, se era isto que era o correto… Às vezes saía do programa, desmarcava tudo o que tinha na agenda, pegava no paraquedas, metia-me no carro e ia para o Algarve e saltava. E depois voltava em transe.»
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Fotos: D.R.
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